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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

07/03 – Santas Perpétua, Felicidade e Companheiros, Mártires


Neste dia, diz o Martirológio Romano: “Em Cartago, o natalício [para o céu] das santas mártires Perpétua e Felicidade. Como narra Santo Agostinho, Felicidade estava para dar a luz [no momento do martírio] e, segundo as leis, deveria esperar até que isso ocorresse. Gemeu de dor na ocasião do parto, mas exultou de alegria quando foi lançada às feras.

“Junto com elas padeceram Sátiro, Saturnino, Revocato e Secundo. Este último sucumbiu no cárcere. Todos os mais foram torturados por vários animais ferozes, e depois acabaram a golpes de espada, sob o imperador Severo”.

Segundo a tradição, Santa Perpétua era uma dama nobre, ainda nova – teria 22 anos –mãe de uma criança ainda de peito. Santa Felicidade era escrava, e esperava seu primeiro filho. São Revocato era também escravo e, com os outros mártires mencionados no Martirológio, era ainda catecúmeno.

Afortunadamente Perpétua escreveu um diário na prisão, onde relata todo o sofrimento de que foram vítimas, e que tornou-se num dos relatos mais pungentes da gloriosa luta dos mártires cristãos da Igreja primitiva.

Também providencialmente, pouco depois do martírio desses heróis de Jesus Cristo, um zeloso cristão acrescentou ao escrito de Perpétua um relato de suas execuções, que chegou a nós através de uma transcrição de Septimo Severo (193-211). Explica ele que todos os vassalos do Imperador foram proibidos, sob severa pena, de se tornarem cristãos. Foi em conseqüência desse decreto que Santa Perpétua, Santa Felicidade e companheiros foram postos em prisão em Cartago.

O pai de Perpétua era pagão; entretanto sua mãe e dois irmãos eram cristãos, sendo um apenas catecúmeno. Um terceiro irmão, Dinocrates, era ainda criança quando morreu pagão.

Impressionou muito a Santa Perpétua a escuridão da prisão, sua atmosfera opressiva e que assustava, o que era acrescido para ela pela ansiedade com seu bebê, que fora autorizado a entrar com ela na prisão. Dois diáconos conseguiram, por meio de suborno, entrar no cárcere, para aliviar um pouco o sofrimento dos prisioneiros. É bem provável que um deles lhes tenha administrado o batismo.

Na prisão Perpétua teve uma visão de si mesma subindo uma escada que dava para verdes pradarias, nas quais um rebanho de ovelhas pastava, compreendendo por ela que seu martírio estava próximo.

Ela teve a dor de ver-se separada do filhinho que, como ela escreveu no seu diário, “Deus permitiu que ele não voltasse a pedir o peito, e que ela não fosse mais atormentada com o leite”.

Por outro lado, dois dias antes do martírio, Felicidade deu à luz a uma menina num parto muito doloroso. Um soldado escarnecia dela por causa de suas dores: “Você está se lamentando agora; e o que será quando as feras a estiverem mordendo?” Ela respondeu cheia de fé: “Hoje sou eu que sofro, mas nesse dia sofrerá por mim Aquele por quem eu sofro”. Sua filhinha foi adotada por uma mulher cristã.

Saturo, que também escreveu suas visões, viu a si mesmo e a Perpétua transportados por 4 anjos em direção ao leste, a um belíssimo jardim, no qual encontraram outros cristãos do norte da África que tinham sofrido o martírio na mesma perseguição.

No dia do julgamento, os seis mártires confessaram resolutamente sua fé. Apareceu então o pai de Perpétua com seu filhinho no colo, tentando levá-la à apostasia. Mas ela permaneceu firme em sua resolução de dar a vida por Jesus Cristo. Os confessores da fé foram todos condenados a serem dilacerados por feras selvagens.

Como diz o Martirológio Secundo, um dos confessores, faleceu na prisão. No dia 7 de março, os cinco outros heróis de Jesus Cristo foram levados ao anfiteatro. Primeiro, a pedido da multidão pagã, foram açoitados. Depois, um javali, um urso e um leopardo foram liberados contra os homens, e uma vaca selvagem contra as mulheres. Muito feridos, os futuros mártires deram-se o ósculo da paz, e foram então degolados.

Todos eles foram sepultados em Cartago. Os nomes de Felicidade e Perpétua entraram para o calendário dos mártires venerados já no quarto século em Roma. Uma magnífica basílica foi depois edificada sobre seus túmulos.

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Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

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O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.

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