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Plinio Corrêa de Oliveira
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A natureza fala pesado e desmente o ecologismo alarmista


Rio Amazonas, vista aérea de um aspecto

Com uma freqüência que pode chegar até a saturação chega até nós o insistente “slogan”: a água doce é um bem escasso; pior ainda: está se esgotando.

Por vezes chega-se ao paroxismo de anunciar que a Amazônia caminha à desertificação. E num extremo de descontrole, alguns exacerbados espalham o pânico irracional de a Terra toda transformada num planeta desértico como Marte ou a própria Lua.

Visando atemorizar, muitas vezes manipula-se fatos restritos a uma região, astuta e indevidamente estendidos a todo o planeta com insinuaçaoes, jogos de palavras, imagens, ou falta de respeito pelo leitor.

Outras vezes, apela-se a fenômenos temporários, sazonais ou cíclicos que com as mesmas astúcias são extrapolados para um futuro remoto ou indefinido sempre castrófico.

Cientistas ponderados empenham-se em refutar esses alarmismos.

Mas, também a própria natureza e o desinteressado trabalho humano encarregam-se de desmentir esses boatos de origem ideológica.

Rio Amazonas, visto desde satélite

Em recente edição, a Campanha da Fraternidade fez finca-pé no slogan da “água doce escassa”. Não dizia mais nem menos do que os boatos espalhados pelo agora silencioso senador Al Gore e o IPCC.

Entre os mais recentes desmentidos da natureza ao rumor enviesado de que a água doce está acabando e de que a Amazônia virará um outro Saara, está a descoberta de, nada mais e nada menos, um outro Amazonas correndo embaixo do já conhecido maior rio do mundo!

Eis a informação reproduzida por UltimoSegundo em 25/08/2011 e que dispensa todo comentário:

Rio de 6 mil km é descoberto embaixo do Rio Amazonas

Pesquisadores do Observatório Nacional (ON) encontraram evidências de um rio subterrâneo de 6 mil quilômetros de extensão que corre embaixo do Rio Amazonas, a uma profundidade de 4 mil metros.

Os dois cursos d’água têm o mesmo sentido de fluxo ‒ de oeste para leste ‒, mas se comportam de forma diferente.

A descoberta foi possível graças aos dados de temperatura de 241 poços profundos perfurados pela Petrobras nas décadas de 1970 e 1980, na região amazônica. A estatal procurava petróleo.

Fluidos que se movimentam por meios porosos ‒ como a água que corre por dentro dos sedimentos sob a Bacia Amazônica ‒ costumam produzir sutis variações de temperatura.

Com a informação térmica fornecida pela Petrobras, os cientistas Valiya Hamza, da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional, e a professora Elizabeth Tavares Pimentel, da Universidade Federal do Amazonas, identificaram a movimentação de águas subterrâneas em profundidades de até 4 mil metros.

O dados do doutorado de Elizabeth, sob orientação de Hamza, foram apresentados na semana passada no 12.º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica, no Rio.

Em homenagem ao orientador, um pesquisador indiano que vive no Brasil desde 1974, os cientistas batizaram o fluxo subterrâneo de Rio Hamza.

Características
Infografico publicado junto com a informação citada

A vazão média do Rio Amazonas é estimada em 133 mil metros cúbicos de água por segundo (m3/s). O fluxo subterrâneo contém apenas 2% desse volume com uma vazão de 3 mil m3/s ‒ maior que a do Rio São Francisco, que corta Minas e o Nordeste e beneficia 13 milhões de pessoas, de 2,7 mil m3/s.

Para se ter uma idéia da força do Hamza, quando a calha do Rio Tietê, em São Paulo, está cheia, a vazão alcança pouco mais de 1 mil m3/s.

As diferenças entre o Amazonas e o Hamza também são significativas quando se compara a largura e a velocidade do curso d’água dos dois rios.

Enquanto as margens do Amazonas distam de 1 a 100 quilômetros, a largura do rio subterrâneo varia de 200 a 400 quilômetros.

Por outro lado, a s águas do Amazonas correm de 0,1 a 2 metros por segundo, dependendo do local. Embaixo da terra, a velocidade é muito menor: de 10 a 100 metros por ano.

Há uma explicação simples para a lentidão subterrânea. Na superfície, a água movimenta-se sobre a calha do rio, como um líquido que escorre sobre a superfície.

Nas profundezas, não há um túnel por onde a água possa correr. Ela vence pouco a pouco a resistência de sedimentos que atuam como uma gigantesca esponja: o líquido caminha pelos poros da rocha rumo ao mar.

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

1042 artigos

Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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