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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Armas e estatísticas


Maurício Moraes, da BBC Brasil em Londres, destaca: “Com menos armas, Brasil tem três vezes mais mortes a tiro que os EUA” (18/12/2012).

O governo brasileiro tem promovido campanhas de desarmamento e estabelecido medidas para restringir ao máximo a possibilidade do cidadão honesto de prover a sua legítima defesa, argumentando que retirando as armas de fogo dos cidadãos de bem combaterá com sucesso os crimes causados por tais artefatos.

Atribuir as causas das mortes ao mero porte de armas é enxergar apenas o meio e não as causas.

A referida notícia prova estatisticamente a falsidade das teses desarmamentistas. Vamos aos números, que comprovam o óbvio:

O país A possui 270 milhões de armas e o país B possui 15 milhões. Pergunta-se: quantas vezes a quantidade de armas do primeiro país é maior que a do segundo país?

Resposta: São impressionantes 18 vezes maior.

Adotando a lógica desarmamentista, o número de mortes porarma de fogo no país A deveria ser 18 vezes ou mais que a do país B e a causa deveria ser atribuída ao maior número de armas no país A. Proporções indiscutíveis para os desarmamentistas.

Entretanto, colocando os pés no chão e voltando-se à realidade dos números, diz a notícia que “Os números oficiais foram recolhidos por um relatório do Escritório da ONU contra Drogas e Crimes (UNODC, na sigla em inglês). Os dados do Brasil foram fornecidos pelo Ministério da Saúde.”

Lê-se no relatório da ONU que no Brasil (país B) o número de mortes por armas de fogo é 3,7 vezes maior que a dos EUA (país A) pese a que o número de armas de fogo é assombrosamente maior neste último.

A notícia parece querer ocultar que a diferença de armas é aquela calculada acima: 18 vezes maior nos EUA em relação ao Brasil! No Brasil, repito, o número de mortes por armas de fogo é 3,7 vezes maior…  Para o brejo a tese desarmamentista de que quanto maior a quantidade de armas em posse de civis, maior número de óbitos!

É fato. O Brasil tem 19,3 óbitos por arma de fogo a cada  100.000 habitantes, enquanto que nos EUA são 3,2, no ano de 2010. A pertinente calculadora aponta: 6,03 vezes maior, proporcionalmente falando.

Agora em números absolutos o drama é o seguinte; Brasil teve registrados 36 mil óbitos. “O total é 3,7 vezes o registrado pelos americanos, que tiveram 9.960 mortes, colocando o País no topo dos que mais registram óbitos por arma de fogo no mundo.”

Definitivamente, não é a posse da arma de fogo a causa das mortes ou mesmo tragédias.

Registro de óbitos por arma de fogo

Sem a caracterização de quem foi a vítima estabelece-se um viés perigoso. Tratar apenas como óbito por arma de fogo não apresenta a verdade inteira. Deve-se considerar se o morto foi vítima ou bandido.

Frequentemente no Brasil os óbitos registrados se dão em confrontos entre a polícia e bandidos e em não menos raras chacinas promovidas entre bandidos. Fazer tábula rasa desta característica é falsear a verdade. Não se pode considerar que as mortes de bandidos sejam injustificadas, aumentando o número de registro de óbitos por motivo fútil, totalmente injustificada como parece avaliar o relatório. Jogar tudo no mesmo saco faz as mortes justas tornarem-se injustas. Misturar uma gota de veneno em água puríssima não torna puro o veneno. E é essa água que nos querem fazer tomar. O leitor se candidata a tomá-la?

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121218_armas_brasil_eua_violencia_mm.shtml

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Nilo Fujimoto

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