O problema dos 4 irmãos

A Campanha da Fraternidade convoca todos os brasileiros para uma reflexão sobre a máxima "Somos todos irmãos, somos todos iguais". Resolvi assim dedicar a tal reflexão minhas palavras de hoje que, se outros méritos não possuem, têm pelo menos o de serem difundidas num jornal de muito larga circulação.Desde logo, entretanto, percebi a dificuldade do tema. Por todas as vibrações de afetividade que lhe sobem do mais profundo do ser, pela clareza privilegiada com que - mesmo quando inculto - intui as grandes verdades simples e sublimes da vida, enfim pela marca que nele imprime sua tradição cristã, o brasileiro está persuadido de que somos todos iguais e irmãos.

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Uma sociedade oposta ao PNDH-3 é possível

Perguntar se a ordem temporal tem algum papel para a salvação equivale a perguntar se toda aquela obra que Deus fez em sete dias interessa à salvação!

Plinio Corrêa de Oliveira

Há na Europa museus de arte popular tradicional. Apresentam objetos de artesanato interessantes, pitorescos, magníficos, que o povo inventa e que depois se imobilizam como uma tradição porque o povo encontrou a própria expressão de sua alma naquilo que produziu e passa séculos utilizando tais objetos.

Exprime esta tendência o que em alemão se diria drang nach oben – pressão, esforço para cima. Esta seria uma tendência da sociedade inteira.

E enquanto no castelo se estariam fazendo móveis cada vez melhores e vivendo uma vida cada vez mais bonita, a casa do trabalhador manual seria cada vez mais curiosa, mais interessante, mais artística.

O drang nach oben é o contrário do miserabilismo e representa precisamente esta tendência de subir, subir, subir. Se as almas sobem, secundariamente também os estômagos ficam mais normais, mais saudáveis, e as pessoas comem mais, bebem mais, falam mais, nasce a canção popular, nasce a dança popular tão pura, tão casta, nasce toda uma vida que é toda ela concebida e nascida do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e dos ensinamentos da Igreja.

Trata-se do contrário da sociedade miserabilista. Também não é a sociedade de consumo1. Essa sociedade não-de-consumo é um fenômeno de alma e se poderia chamar sociedade de ideal, sociedade de fé, ou – melhor ainda – Cristandade. (mais…)

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A bênção dos trigais, de Jules Breton: Dignidade, bem-estar e fé do povo católico

A benção dos trigais no Artois, por Jules Breton.

Plinio Corrêa de Oliveira

Segue a procissão, através dos campos fecundados pelo trabalho rude e honesto do lavrador. O Santíssimo Sacramento sae do sacrário, transpõe os humbrais do templo e Nosso Senhor percorre os trigais, cobrindo de bênçãos a terra, seus frutos, o trabalho humano, e sobretudo o trabalhador.

A cena é rica em harmonias profundas. Graça e natureza. Igreja e sociedade temporal, autoridades e povo, civis, militares e eclesiásticos, ricos e pobres, tudo aí se encontra e se une, numa dignidade, numa simplicidade, num senso de hierarquia dos valores, que é a melhor e mais genuína beleza deste quadro tecnicamente excelente: a benção dos trigais no Artois, por Jules Breton.

Tanta variedade, dignidade e bem-estar da pessoa humana, mesmo quando modesta, tanta fé profunda, sem o fanatismo dos movimentos de massa suscitados pela técnica de propaganda moderna, fazem pensar na definição de povo, dada pelo Santo Padre Pio XII, na sua monumental alocução do Natal de 1944: (mais…)

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