Habitualmente seminu, e aqui coberto apenas de modo ocasional; com todo o físico refletindo a luta dura e embrutecedora com um meio inclemente e materialmente mais forte; trazendo no rosto as cicatrizes dos horríveis tratos a que se expôs para se “aformosear”, este pobre filho das selvas, marcado apenas de leve pelo toque da civilização, exprime a exuberância nativa da natureza humana desgovernada: instintos grosseiros, por vezes brutais, por vezes também generosos.
É o bárbaro, o pagão, cuja natureza não se beneficiou da ação divina da Igreja, nem do influxo ascético e suave da civilização cristã.
* * *
A despeito de seu aspecto, que faria estremecer as crianças, incute pena: é mais um crianção exuberante e deseducado, do que um celerado.
Jovens comunistas em uma manifestação em Berlim. Fisionomias impregnadas de ódio, em que transparece tudo quanto pode ter de sinistro a natureza humana, tornada mais determinada nas tendências e matizes que assume em cada pessoa por uma educação qualquer. Ódio, desconfiança, ausência de qualquer sentimento que eleve, dignifique, suavize, capacidade para destruir, nunca para construir, extraordinária lucidez e estabilidade neste péssimo estado do espírito, mais chocante ainda nas fisionomias femininas do que nas masculinas, eis a própria alma do comunismo, que se espelha na face destes jovens, vítimas da infernal propaganda de Moscou.
É a neo-barbárie desta era de neo-paganismo. O homem que tem a alma transviada por princípios totalmente errôneos, os instintos desenfreados por uma ideologia amoral, e que com as armas forjadas pela civilização, se volta contra a própria civilização.
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Qual dos dois mais terrível? Pergunta ociosa!
Os frutos da apostasia são piores do que os da gentilidade. Pois pode não haver culpa em ignorar a verdade: há sempre culpa em repudiá-la.
O movimento comunista, enquanto realizado em nações cristãs, é uma apostasia. E como tal carrega muito mais culpa diante de Deus.
Carregado de culpas maiores, de armas mais mortíferas, como poderá não ser mais terrível?
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Publicado originalmente em “Catolicismo” Nº 19 – Julho de 1952 na seção “Ambiente, Costumes, Civilizações”
Plinio Corrêa de Oliveira
550 artigosHomem de fé, de pensamento, de luta e de ação, Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) foi o fundador da TFP brasileira. Nele se inspiraram diversas organizações em dezenas de países, nos cinco continentes, principalmente as Associações em Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que formam hoje a mais vasta rede de associações de inspiração católica dedicadas a combater o processo revolucionário que investe contra a Civilização Cristã. Ao longo de quase todo o século XX, Plinio Corrêa de Oliveira defendeu o Papado, a Igreja e o Ocidente Cristão contra os totalitarismos nazista e comunista, contra a influência deletéria do "american way of life", contra o processo de "autodemolição" da Igreja e tantas outras tentativas de destruição da Civilização Cristã. Considerado um dos maiores pensadores católicos da atualidade, foi descrito pelo renomado professor italiano Roberto de Mattei como o "Cruzado do Século XX".
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