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Com a leitura do novo documento emitido pelo Cardeal Víctor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, sobre a Santíssima Virgem, pretendo hoje estender-me a respeito do tema que fez estremecer o coração de muitos fiéis, não apenas no Brasil, mas em todo orbe católico, tendo em vista a festa da Imaculada Conceição que ocorre no dia 8 de dezembro.

Com efeito, segundo São Luís Maria Grignion de Montfort, o Altíssimo, o Incompreensível, o Inacessível, Aquele que é, quis vir a nós, pequenos vermes da terra, que nada somos. Como se fez isto? O Altíssimo desceu perfeita e divinamente até nós por meio da humilde Maria, sem nada perder de sua divindade e santidade; e é por Maria que os pequeninos devem subir perfeita e divinamente ao Altíssimo, sem recear coisa alguma.

Ao meditarmos na passagem do Gênesis 3:1,“porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela”, na qual o próprio Deus solenemente colocou uma inimizade eterna entre a serpente (símbolo do mal e Satanás) e a humanidade, simbolizada pela mulher e sua descendência, concluímos que um descendente da mulher esmagará a cabeça da serpente, enquanto a serpente ferirá o calcanhar desse descendente. Mas, por fim, Ela esmagará a cabeça da serpente.

A missão de Nossa Senhora está ligada e associada à de seu Divino Filho, na cooperação dessa luta e dessa vitória, na aquisição de todas as graças e distribuição de todas elas. Essa missão está associada e unida por um estreitíssimo e insolúvel vínculo entre Cristo e toda obra da Redenção, na luta e no triunfo sobre o inferno. Essa cooperação se estende a todas as graças, porque Maria foi escolhida por Deus para essa missão.

Para confirmar isso, o Papa Bento XV afirma que a Virgem sofreu com o filho que sofria, padeceu uma espécie de morte com o filho moribundo para a nossa salvação. Corredentora com Cristo quer dizer ter colaborado com tudo que constitui a obra da Redenção. Por sua vez, São Pio X afirma um perfeito consórcio das dores entre Cristo e Maria.

Pio IX ressalta a perpétua união nas dores e nos trabalhos do Filho. São Bernardo assegura que Maria é o aqueduto ou o pescoço que une a cabeça aos membros para transmitir a força e o vigor a todo o organismo espiritual e moral, que é a Igreja, tornando-a resplandecente e sem rugas, no dizer de São Paulo. E com isso desenvolve a comunicação dos frutos da Paixão ao Corpo Místico de Cristo.

Para entender bem o plano de Deus, vamos tomar alguns exemplos que constituem uma confirmação luminosa do plano de Deus a respeito de Maria: a visita de Nossa Senhora a Santa Isabel, as bodas de Caná, a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes.

Bastou ecoar a voz de Maria para que o menino João Batista fosse santificado e ficado cheio de Espírito Santo no ventre de Santa Isabel, enquanto sua mãe e o menino exultavam de alegria; nas bodas de Caná a voz de Maria foi essencial para que a água se transformasse em vinho. Enquanto no Cenáculo a voz de Maria foi o instrumento para que o Espírito Santo descesse sobre a Igreja e exercesse a sua ação regeneradora e santificante.

Essa foi a conduta da ação posta pelo próprio Deus na vida de cada um de seus filhos e da própria Igreja. Maria é imprescindível na vida da Igreja e de todos nós, sendo a inimiga número um do demônio ao esmagar as heresias e os erros em todos os tempos, exaltando e dando vitórias sobre vitórias à Santa Igreja, isto é, o Corpo Místico de Cristo.

Quando Nossa Senhora anunciou em Fátima o seu triunfo e de que haverá um tempo de paz, está a nos dizer que seu reino vai triunfar com sua vitória sobre o dragão, que é o demônio e seus asseclas. Esse maldito, desde o seu “non serviam” na sua rebelião contra Deus, não conheceu mais vitórias, tornando-se o eterno derrotado.

Essa é a nossa esperança na festa da Imaculada Conceição. Que o seu Imaculado Coração — que simboliza o tesouro das graças recebidas e a ser distribuídas — triunfe logo mais uma vez sobre o inimigo infernal que procura sem cessar diminuir-lhe a glória!

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