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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

“E triunfará mesmo!”


Um raio caiu na cúpula de São Pedro há poucos dias, quando da renúncia de Bento XVI ao Papado, com grande significado simbólico. Como interpretá-lo tendo em mente que Nossa Senhora em Fátima anunciou acontecimentos terríveis, mas que: Por fim meu Imaculado Coração triunfará?

Na homilia para a Sexta-Feira Santa de 2005, o cardeal Joseph Ratzinger, que um mês depois sucederia a João Paulo II como Bento XVI, lamentou: “Muitas vezes, Senhor, a tua Igreja parece-nos um barco pronto para afundar“.

Oito anos se passaram, e a situação não fez senão piorar. Não é preciso dar detalhes, pois eles nos entram olhos adentro. Fato expressivo foi um raio cair sobre a cúpula de São Pedro. Como dizia São Paulo, “dies mali sunt” (os dias estão ruins).

Qualquer que seja a interpretação que queiramos dar a este fato, uma coisa é certa: jamais devemos perder a confiança. Afirmava Dr. Plinio, décadas atrás:

Esta certeza tranquila no poder da Igreja, tranquila de uma tranquilidade toda feita de espírito sobrenatural, e não de qualquer indiferença ou indolência, podemos aprendê-la aos pés de Nossa Senhora. Só Ela conservou íntegra a Fé, quando todas as circunstâncias pareciam ter demonstrado o fracasso total de seu Divino Filho. Descido da Cruz o Corpo de Cristo, vertida, pela mão dos algozes, não só a última gota de sangue, mas ainda de água, verificada a morte, não só pelo testemunho dos legionários romanos; como pelo dos próprios fiéis que procederam ao sepultamento; aposta ao túmulo a pedra imensa que lhe devia servir de intransponível fecho; tudo parecia perdido. Mas Maria Santíssima creu e confiou. Sua Fé se conservou tão segura, tão serena, tão normal nestes dias de suprema desolação, como em qualquer outra ocasião de sua vida. [1]

Enquanto Nossa Senhora pensava assim, Ela via a Cruz solitária no alto do Calvário, batida pelo vento, sem o divino Corpo de seu Filho, já morto e enterrado.

Seguiu-se sua gloriosa ressurreição. E também a barca de Pedro, por intercessão de Nossa Senhora, vencida a tempestade haverá de chegar a seus dias de glória.

Lembro-me de certa ocasião, nos dias de minha juventude, em que Dr. Plinio discursava, no Auditório Brasilio Machado, em São Paulo, na sessão de encerramento solene de um evento promovido por Catolicismo. O discurso chegava ao fim. Ele lembrava que Nossa Senhora em Fátima, depois de ter aludido à crise do mundo, tinha assegurado: por fim meu Imaculado Coração triunfará!

Dr. Plinio proclamou com sua voz vibrante e firme, mas calma: E triunfará mesmo! E encerrou seu discurso com essas palavras, mas com um acento tão expressivo, tão emocionado, tão cheio de Fé, que me lembro delas perfeitamente até hoje.

Assim, a barca de Pedro, que o então cardeal Ratzinger via como “um barco pronto para afundar”, não só não haverá de soçobrar, mas por intercessão de Nossa Senhora verá a glória inédita e indizível do Reino de Maria, segundo o descrevia São Luís Grignion de Montfort. A gloriosa ressurreição de Nosso Senhor, festa em cuja semana nos encontramos, nos indica esse caminho. E Nossa Senhora triunfará mesmo!


[1] O “Legionário” no 559, 25/4/1943.

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Leo Daniele

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