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A grande fome bolivariana


Enormes filas em Caracas para comprar produtos básicos.
Enormes filas em Caracas para comprar produtos básicos.

Rodízio bolivariano: os venezuelanos só podem comprar produtos básicos, nos mercados estatais, nos dias que batem com o número do RG. Nas segundas-feiras, por exemplo, a rede Bicentenário só atende aos compradores cujo RG termina em zero e um, noticiou o jornal portenho Clarín.

Para piorar, a polícia proibiu a formação de filas durante a noite. A Defensoría del Pueblo ativou um “plano de atendimento aos cidadãos para a aquisição de produtos de primeira necessidade”.

O pomposo plano visa na prática criar dispositivos de segurança armados em volta dos supermercados e das lojas, a fim de evitar que se publiquem na Internet as cenas das filas, das prateleiras vazias e de pessoas brigando, amontoando-se ou correndo de forma irracional em função dos boatos.

Mas numa esquizofrênica demonstração de fartura, o presidente Maduro assinou contrato com o emir de Qatar para… lhe vender alimentos!

Maduro tentou procurar fortes investimentos no Oriente Médio e na Rússia. Mas não poderia ter ido atrás de fontes mais secas para a necessitada economia venezuelana. E os resultados, obviamente, estiveram aquém do esperado.

Levamos tecnologia e capital, produzimos alimentos para o mercado venezuelano e estamos construindo a rota de exportação de alimentos de qualidade para essa região”, disse o presidente durante uma delirante entrevista ao canal oficial chavista Telesur.

Em Barquisimento polícia controla ingresso em supermercado.
Em Barquisimento polícia controla ingresso em supermercado.

A agricultura, largamente socializada, só satisfaz 40% da demanda, segundo o vice-presidente Jorge Arreaza. Os restantes 60% devem ser importados., especialmente do odiado “império” do Tio Sam.

A sorveteria Coromoto, a mais famosa do país, que entrou no Livro dos Recordes por oferecer centenas de sabores peculiares, fechou as portas por falta de leite. O McDonald’s deixou de vender batatas fritas porque não há mais batatas no mercado. Elas vêm sendo substituídas pela mandioca frita ou pela “arepa”, uma espécie de pão de milho.

O socialismo do século XXI está cumprindo o que prometeu, mas não do modo otimista que muitos acreditavam. A miséria cubana já pode ser degustada na esquina ou diante da geladeira vazia.

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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