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Plinio Corrêa de Oliveira
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Incêndio na discoteca: coincidências sugestivas, pergunta inevitável


O atroz incêndio que em questão de minutos arrebatou a vida de mais de duas centenas de jovens numa discoteca do sul do Brasil obriga a uma indispensável reflexão. Não é a primeira vez – nem provavelmente será a última – que tragédias dessa natureza ocorrem. Ou melhor, elas vêm se tornando relativamente frequentes e se relacionam com certos estilos de diversão de massas que se procura impor hoje à juventude, caracterizados por um afã de sensações cada vez mais extremas, frenéticas e desvairadas.

“Apetite de extravagância total”

Esse afã foi descrito por Plinio Corrêa de Oliveira em um artigo expressivamente intitulado “Apetite de extravagância total” [1]. Trata-se, explica ele, de uma ânsia inoculada através dos mecanismos da moda, “na parte mais frágil do organismo social, que é a mais propensa à extravagância, às sensações violentas ou super-requintadas, à evasão da lógica, do bom senso e da realidade”.

Este setor se torna presa fácil de “elites sofisticadas, deterioradas, divorciadas da realidade, e falhas do senso do dever”, para as quais “tudo é objeto de exibição e jogo (…). E no centro desse jogo está o campeonato das vaidades. Contanto que cada qual consiga exibir-se, está contente. E como o processo mais cômodo para exibir-se é ser extravagante, daí resulta a espalhafatosa e inglória corrida rumo ao disparate total.”

Como seria interessante analisar este fenômeno, não só no Brasil, mas em tantos países sul-americanos onde não faltam exemplos bem característicos desse exibicionismo, que desvirtua a vida social convertendo-a numa perpétua farândula…

Sem dúvida, acrescenta o autor, tal jogo tem seus riscos. Por exemplo, “muitos há que, quando começam a usar drogas, só o fazem para se mostrar. Mas acabam arrastados pelo vício. É a triste sina dos que brincam com fogo, ainda que por mero snobismo. ‘Quem ama o perigo, nele perece’ (Ecli. 3, 27), diz o Espírito Santo…”.

E, nesse caminhar de extravagância em extravagância, chega-se à extravagância total, à extrema desordem.

Conexão com o preternatural?

Tudo isso pertence ao mundo do irracional. E, no extremo do irracional, aparece outro elemento, que não deve ser subestimado: o oculto, o preternatural, o qual, por sua vez, desemboca no satanismo… Para essas tenebrosas profundidades conduz a busca de paroxismos de sensações, cada vez mais alucinadas e extravagantes.

São muito sugestivos nesse sentido os dados sobre o incêndio da discoteca “Kiss” fornecidos por Dilson Kutscher, jornalista e blogueiro católico brasileiro, apontando uma conexão com o preternatural. Transcrevemos sem comentários sua descrição, pois ela fala por si:

“Vejam que interessante, sobre a banda que tocava na Boate, na tragédia na cidade de Santa Maria RS.

O cartaz da banda era uma caveira pegando fogo e no fundo varias caveiras dançando pegando fogo também.

Notem que na parte de cima, também tudo pega fogo. Seria apenas uma mera coincidência?

Um Blog chamado Libertar ainda faz as seguintes observações sobre o fato:

Sabe quem é a pessoa que  tirou foto ao lado do cartaz da banda?

Foi ele quem jogou o sinalizador que fez começar o “incêndio acidental”

A coisa mais estranha, a última musica que foi tocada foi Die Young, que traduzindo significa Morrer Jovem.

Além disso tudo que é super estranho, na página da Kiss no facebook foi postado assim ‘hoje temos a banda gurizada, a kiss VAI PEGAR FOGO’ logo depois do incêndio o post foi apagado, estranho não?” [2].

*  *  *

De nossa parte, acrescentamos um detalhe: as figuras humanas que ilustram o pôster coincidem significativamente com muitas descrições do fogo do inferno, por exemplo, na visão que desse lugar tiveram os pastorzinhos de Fátima, assim relatada pela Irmã Lúcia:

Vimos como um mar de fogo. Submersos nesse fogo estavam os demônios e as almas como se fossem brasas transparentes e negras, bronzeadas e com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com horríveis nuvens de fumo, caindo por todos os lados. Semelhantes ao cair das fagulhas nos grandes incêndios sem peso e sem equilíbrio, entre gritos de dor e desespero que horrorizavam e faziam estremecer de pavor. Os demônios se distinguiam por formas horríveis e repugnantes de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como carvões acesos [3].

* * *

Não há, pois, como evitar a pergunta do blogueiro brasileiro: todas essas coincidências, serão meras coincidências? Deixamos a resposta aos que ainda usam sua mente para essa saudável operação chamada pensar; aos que não sucumbiram à mania das sensações…

[1] Plinio Corrêa de Oliveira, Apetite de extravagância total, “Folha de S. Paulo”, 9-4-1972.

[2] http://www.rainhamaria.com.br/Pagina/13067/Incendio-na-boate-gaucha-O-cartaz-da-banda-era-uma-caveira-pegando-fogo.

[3] Memorias de Lucía, la vidente de Fátima, Introducción y notas del P. Joaquín María Alonso, Ediciones “Sol de Fátima”, 5a Edición, Madrid 1995, pág. 148.

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Alejandro Ezcurra

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