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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

A loucura dos homens “sãos”


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O mundo de hoje parece totalmente descontrolado. Aquilo que seria inconcebível até pouco tempo atrás, ocorre hoje e ninguém mais se espanta.

Qual a razão para tanto descalabro acontecendo no meio de tanta apatia?

Esta é a pergunta fundamental para nossos dias. Mas antes de sugerir uma resposta, dou alguns exemplos.

1. Está em andamento na Colômbia um “diálogo de paz” entre o governo de Juan Manuel Santos e os guerrilheiros das FARC. Nisso já há um disparate, pois os guerrilheiros estavam sendo vencidos e encurralados, e Santos os chama para conversar, num palco ideal para eles, que é a Cuba comunista, acenando-lhes com condições mais do que vantajosas, como a participação política privilegiada e outras benesses.

Pareceria que os cabecilhas do grupo guerrilheiro deveriam estar exultantes e prontos a entregar as armas. Nada disso. Publicaram um comunicado insolente nos jornais, no qual afirmam que só entregarão as armas, se houver “a desmilitarização da sociedade e do Estado”, ou seja, se forem dissolvidos o Exército e as polícias!

Depois disso, dir-se-ia que o diálogo acabou. Não. Ele continua, e o governo parece sempre mais disposto a novas concessões! Entenda quem puder.

2. No campo religioso, Mons. Livieres Plano, até há pouco Bispo de Ciudad del Este, no Paraguai, foi destituído pelo Papa Francisco, sob a alegação de que com ele não havia “unidade eclesial na Diocese e com os demais Bispos”. Falou-se também de que ele protegeria um padre pedófilo, ao que parece sem provas.

O bispo Livieres saiu-se então com um comunicado pouco comum, em que afirma, entre outras coisas: “Aceito [a destituição], por mais que a considero infundada e arbitrária, e da qual o Papa terá que prestar contas a Deus e não a mim”. Queixa-se de que nem sequer foi ouvido e de que foi vítima de “uma perseguição ideológica” por parte dos progressistas.

Convenhamos, tudo isso é surpreendente!

3. Enquanto isso, no Oriente Médio, um Califado recém inventado entrega-se a decepar cabeças, com a característica nada comum de que filma as execuções em vídeo e as transmite pela internet para o mundo todo!

4. No Brasil, na fase pré-eleitoral, institutos de pesquisa, com cobertura bombástica da mídia, anunciaram durante semanas seguidas que a candidata Marina da Silva iria facilmente para o segundo turno das eleições, com grandes chances de ser eleita presidente da República. E ela alcançou apenas um magro terceiro lugar, bem distante do segundo colocado.

Isso tudo, e muito mais que não temos espaço para relatar, falam de um mundo desestruturado, para não falar em decomposição.

Voltamos à pergunta inicial: qual a razão?

Não parece ser outra senão a progressiva apostasia em relação ao Cristianismo, que vai se acentuando com o passar dos anos e das décadas.

Quando ainda prevaleciam os princípios da civilização cristã, a cujo respeito o Papa Leão XIII disse que “a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos”, havia evidentemente males, guerras e pecados como em todas as épocas houve. Mas havia uma lógica e uma ordem fundamental que a tudo presidia. O mal era chamado de mal, e o bem, de bem; a verdade e o erro se diferenciavam um do outro; o monstruoso e o cacofônico não se ostentavam como arte, como na Bienal de São Paulo. A Igreja católica era o centro difusor da ordem e da elevação moral.

Essa inversão de valores, essa loucura dos homens sãos, essa anástrofe mental — se me permitem usar uma palavra um pouco pedante —, é o sintoma de um Cristianismo que se foi, como a alma se evola de dentro do corpo que não tem mais condições de viver. O que resta vai para o túmulo, para a podridão, para os vermes.

Até o momento da Ressurreição! Mas esta só poderá vir pela misericórdia de Nossa Senhora. Peçamo-la, pois.

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Autor

Gregorio Vivanco Lopes

Gregorio Vivanco Lopes

173 artigos

Advogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".

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