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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

O Brasil e a revolução no mundo islâmico


Refinaria de petróleo atacada pelos rebeldes na Líblia. O governo se viu obrigado, de momento, a parar a produção.

A hoje conflagrada região do mundo — votada ao culto de Alá — vinha sendo distinguida até há pouco pela mídia como povoada pelo crescente aumento de barbudos de turbante que rezam em praças públicas, em corredores de aviões e, sobretudo, sempre prestes a se tornarem homens-bomba rumo à vitória final do islamismo.

Essa mesma mídia nos apresenta agora esse mesmo mundo coalhado de jovens engajados com a “democracia” e com as liberdades vigentes no que eles chamam de o “Grande Satã” ocidental. Manipulando celulares e as redes sociais como o twitter ou facebook, eles derrubam velhas ditaduras do mundo muçulmano.

De início, as agitações se apresentavam como típicas de uma transição. As ditaduras cairiam, convocar-se-iam eleições e estaria estabelecida a normalidade democrática. Mas as areias do deserto costumam criar miragens: os novos governos não convencem e as minorias fundamentalistas podem estar ganhando voz e vez diante das novas circunstâncias.

O Egito pisca o olho para o Irã e embarcações militares dos aiatolás entram por primeira vez no Mediterrâneo, através do Canal de Suez. Tunisianos, líbios e egípcios fogem do caos e inundam a ilha de Lampedusa, criando embaraço para o governo italiano, que tem dificuldade em lidar com a situação. Segundo a ONU, mais de 200 mil cidadãos estrangeiros já deixaram a Líbia.

Há ainda as conseqüências de ordem econômica. Da Líbia, pelo menos até o momento em que escrevemos, não sai mais petróleo. O preço do produto disparou e a Arábia Saudita prometeu cobrir a lacuna ocasionada pela paralisação petrolífera de Trípoli. Mas, segundo a imprensa, o colchão previsto para eventuais falhas no fornecimento de petróleo chegou ao limite. Se algum outro produtor mediano suspender a produção, o Ocidente ficará ameaçado de colapso quanto ao fornecimento de combustível.

Na opinião do presidente russo Medvedev, compartilhada por muitos especialistas ocidentais, a instabilidade veio para ficar. Doente e se tratando no exterior, o rei saudita voltou a seu país com um plano de 35 bilhões de dólares para evitar uma possível revolução no molde das ocorridas nos países vizinhos. A Espanha – que importa 13% de seu petróleo da Líbia – já adotou medidas de racionamento e sugere adicionar biocombustíveis à gasolina.

O etanol brasileiro desponta nesta conjuntura como uma tábua de salvação. Os EUA, que hoje se opõem à entrada do etanol, poderão amanhã mudar de atitude. Estaria chegando a grande hora da economia nacional, em que o Brasil se tornaria uma espécie de Arábia Saudita do combustível verde renovável do século XXI?

Não obstante, pairam sobre essas alentadoras perspectivas verdadeiros pesadelos, pois, segundo o INCRA, já foram desapropriados para fins de Reforma Agrária 85,8 milhões de hectares de terras, e assentadas 924 mil famílias. Ou seja, uma enorme fatia do nosso território encontra-se “engessada”, uma vez que os assentamentos, além de nada ou quase nada produzirem, sobrevivem apenas devido a subvenções do governo.

A Providência Divina concedeu-nos terras em abundância. E a propriedade privada encontra-se tão natural e amplamente disseminada em nosso território e obtendo êxitos tão extraordinários que em vez de agredi-la com uma Reforma Agrária socialista e malsã, e permitir que ela seja permanentemente assaltada por hordas impunes de invasores bafejados pelo clero progressista, o governo deveria cingir-se às suas atribuições. Ou seja, proporcionar segurança ao agricultor, diminuir a carga tributária, facilitar o crédito e aperfeiçoar as precárias estruturas para escoamento da produção.

A esse alheamento das autoridades governamentais no tocante às suas obrigações soma-se a zoeira de ONGs ambientalistas que tentam bloquear a expansão de nossos canaviais. São os “vermelhos” de ontem que se metamorfosearam nos “verdes” de hoje, metamorfose da qual o Brasil vem sendo a grande vítima.

O arguto Talleyrand dizia: “Nada é menos aristocrático do que não ter fé”. É hora de, com os olhos postos em Nossa Senhora Aparecida, fazermos um ato de fé na missão providencial do Brasil, pedindo à nossa Padroeira e Rainha que conduza nossa Pátria ao pleno cumprimento de sua missão histórica, sobrepondo-se a todos os obstáculos.

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Paulo Henrique Chaves

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