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Plinio Corrêa de Oliveira
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O IGUALITARISMO É PECADO?


Esta pergunta, conforme o público a que se dirige, pode ser um pouco difícil de responder. Pois, à primeira vista, o igualitarismo é geralmente uma maneira de pensar, e não um ato, como o de roubar, matar, mentir, etc .

Pode ser pecado uma simples maneira de pensar? Há quem diga que não: “Eu penso isso, ele pensa aquilo”, e como se diz popularmente, “fique cada um na sua”.

Mas diz Dr. Plinio: “Assim como há modos diferentes de respirar, há distintas maneiras de pensar. Um velho agonizante numa Santa Casa de Misericórdia, respira. Mas é um fio apenas de oxigênio que lhe entra pelos pulmões, num metabolismo já difícil e prestes a acabar. Assim é o pensamento moderno. Não conseguindo parar de pensar, o homem de hoje apenas intui.”[1]

Isso se dá com o igualitarismo.

Antigamente, se julgava, analisava e comparava. “O homem moderno não julga, prefere concordar, aceitando tudo ¨. Muitos pecados começam desta maneira, com apenas “um fio de pensamento”. E num fio de pensamento pode entrar muita maldade.

Diz Dr. Plinio: “A pessoa orgulhosa, sujeita à autoridade de outra, odeia primeiramente o jugo que em concreto pesa sobre ela. [2]

Portanto, o igualitarismo é um pecado de orgulho. O orgulho e a inveja são defeitos capitais, segundo ensina o Catecismo. São pecados.

Dr. Plinio acrescenta:“O orgulhoso odeia genericamente todas as autoridades e todos os jugos, e mais ainda o próprio princípio de autoridade, considerado em abstrato. E porque odeia toda autoridade, odeia também toda superioridade, de qualquer ordem que seja. E nisto tudo há um verdadeiro ódio a Deus.”

Alguém dirá: Eu sou igualitário, mas não odeio a Deus.

Quem odeia a obra de alguém, odeia esse alguém, ainda que esse ódio não seja inteiramente explícito.

Por exemplo, um pintor inaugura uma exposição de seus quadros. Entra alguém, e suja deliberada e propositadamente um quadro. Pode ele dizer que não odeia o autor dos quadros? De forma alguma! Pois odeia sua obra. Ora, Deus criou o universo a sua imagem e semelhança, e o criou desigual. Portanto, amar a desigualdade do universo é amar a Deus, e odiar as desigualdades é odiar a Deus que é o autor delas.

A beleza de Deus se reflete no conjunto hierárquico e harmônico de todos esses seres, de tal maneira que não há, em certo sentido, melhor modo de conhecermos a beleza infinita e incriada de Deus, do que analisando a beleza finita e criada do Universo, considerado não tanto em cada ser, quanto no conjunto de todos eles”.[3]

Por exemplo, em matéria de agricultura deve haver uma desigualdade harmônica, e portanto grandes, médias e pequenas propriedades. Nem os grandes devem esmagar os médios e pequenos, nem estes podem revoltar-se e querer aniquilar os grandes.

O igualitarismo está, pois, intimamente ligado ao pecado de orgulho, que é sua força propulsora. Portanto, como o orgulho é pecado, assim também o igualitarismo.


[1] Conferência em 15-9-66.

[2] Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, I-VII,3A

[3] Conferência em 15-5-59.

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Leo Daniele

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