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Plinio Corrêa de Oliveira
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O perigo  das minorias fanatizadas


prc_manifestacao-petista-12b1-1024x576Como explicar que as fotografias das passeatas focalizem, na maioria dos casos, apenas a linha de frente dos protestos e não as tiradas por via aérea, indicando  o pequeno número de manifestantes? Qual a razão de informarem  apenas  os números de participantes avaliados  pelos seus organizadores e não os avaliados pela Polícia? Qual a razão de  noticiarem com destaque  as marchas  petistas ocorridas  em todas as capitais de estado,  sem apontar que em algumas delas o número de presentes  não passou de 100?

Na realidade, aqueles que lamentam a saída da Dilma são poucos – em torno de 10 % da população -, mas isso não impede que essas minorias petistas ajam organizadamente, obedientes às palavras de ordem, e com um tipo de barulho midiático que pode impressionar os incautos.  Esse fato é perfeitamente compreensível, pois o PT, como todos partidos revolucionários, possui quadros de afiliados fanatizados, disciplinados e barulhentos, que, por sua vez, passam as palavras de ordem a outros movimentos revolucionários como CUT, MST, MSTE e  UNE.

Essa articulação, que inclui não pequenas doses de tapeação, lhes permite realizar ações de grande efeito público: greves,  manifestações de desagrado com as  privatizações do governo Temer,   críticas ao establishment, ao capitalismo e à nossa suposta subserviência para com os EE.UU.

Isso nos faz lembrar os primórdios do nazismo. No início da década de 30, Hitler foi derrotado nas urnas. Mas após a deterioração da situação econômica na Alemanha e dos conflitos entre o Partido do Centro e os monarquistas, suas falanges,  de início pouco numerosas,  formadas por fanáticos aguerridos e organizados, conseguiram atrair a simpatia da opinião pública e  ele  foi eleito Führer com mais de 90% dos votos.

Então, uma pergunta decisiva é de se haverá perigo de o povo brasileiro, em seu íntimo pacífico e avesso ao comunismo, ser  seduzido pelos discursos de Dilma e de outros líderes de esquerda,  misturando sentimentos de autocompaixão e promessas de uma oposição sistemática e virulenta  às reformas projetadas pelo novo governo.

No momento, não parece que isso esteja acontecendo. Mas se as reformas econômicas não forem implantadas,  se aparecerem  rachaduras na base aliada, e se o repúdio popular ao PT se diluir,   começarão a se formar nuvens negras em nosso céu. O que fazer?

Entre as diversas medidas cabíveis no momento, podemos destacar as seguintes:

  1. Mostrar à opinião pública a semelhança ideológica do PT e dos movimentos sociais com os regimes vigentes em Cuba e na Venezuela. A realidade nua e crua é que os movimentos sociais são herança  da mentalidade marxista dominante nos sindicatos,  na UNE e nas comunidades de base fundadas e apadrinhadas por sacerdotes da “Teologia da Libertação”.
  1. Lembrar à população que a necessidade de implantar reformas impopulares é consequência dos desmandos do governo anterior, e não da adoção de políticas saneadoras que venham a ser adotadas pelo novo governo.
  1. Criar efetivos canais de informação e defesa do organismo social, para impedir que marchas, greves, panfletagens de origem petista, e difusão de mentiras nas redes sociais, consigam levar o povo a esquecer dos roubos, das falcatruas e das sem-vergonhices ocorridas ao longo dos últimos treze anos de governo petista.
  2. Agir dentro da lei e da ordem, no terreno informativo, mostrando ao público a necessidade de a Operação Lava-jato continuar a atuar livre da ingerência dos políticos.
  3. Começar a pensar na escolha de um candidato de alta postura política, capaz de galvanizar a opinião pública e vencer as eleições de 2018.

Finalmente, causam preocupação as versões não desmentidas de que  o governo de Alckmin e mesmo o de Temer, estejam planejando uma “aproximação” e um “entendimento” com os movimentos sociais articulados pelo PT, com o intuito de supostamente desarmar suas motivações políticas. A esse respeito, nada existe de tão mal pensado. Quaisquer concessões  aos petistas e aos membros dos chamados “movimentos sociais” de esquerda poderão constituir “um tiro no pé”. Pois, como Clausewitz ensinava, as concessões não enfraquecem o inimigo, apenas lhe fornecem mais pólvora para seus canhões…

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Dr. Adolpho Lindenberg

Dr. Adolpho Lindenberg

15 artigos

Dr. Adolpho, engenheiro e fundador da CAL (Construtora Adolpho Lindenberg), é Presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.

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