Seria o caso de chorar sobre o mundo atual como outrora Jesus Cristo chorou sobre Jerusalém? Motivos não faltam. É só atentarmos para a multidão de horrores que se cometem, quer individualmente, quer através dos governos, das legislações, de atos judiciais, e até mesmo internamente na Igreja por representantes altamente qualificados.
Presenciamos um processo acelerado, não apenas de descristianização da sociedade, mas de imposição de falsos valores pagãos. Com a consequente perseguição, ainda incipiente mas que vai se avolumando, de quem quiser permanecer fiel aos ensinamentos autenticamente católicos. Médicos e enfermeiras obrigados a colaborar na prática do aborto e de operações contra a natureza; juízes e cartórios coagidos pela lei a ratificar divórcios e pseudo-casamentos; professores constrangidos a impingir a seus alunos doutrinas e práticas que pervertem suas mentes infantis; e por aí afora.
Diante de tantas pressões e ameaças, muitos cristãos temem, tremem, e acabam por apostatar. Falta-lhes a coragem dos mártires e a intrepidez dos confessores da fé. Sobretudo falta-lhes pedir a Deus, por meio de Nossa Senhora, a graça da perseverança, pois, se o fizessem, esta não lhes seria negada. Talvez seja esta apostasia a face mais sombria e dilacerante da presente paganização. Tanto mais que não se trata apenas de indivíduos esparsos, mas de toda uma civilização que opta pelo abandono da Lei de Cristo.
O Apóstolo São Pedro, ciente das obrigações inerentes a seu elevado múnus de Papa, o primeiro da História, já naquela época advertia os fiéis sobre os terríveis males da apostasia. Suas palavras candentes, ele as quis deixar registradas em uma de suas epístolas:
“Se aqueles que renunciaram às corrupções do mundo pelo conhecimento de Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador, nelas se deixam de novo enredar e vencer, seu último estado torna-se pior do que o primeiro.
“Melhor fora não terem conhecido o caminho da justiça do que, depois de tê-lo conhecido, tornarem atrás, abandonando a lei santa que lhes foi ensinada.
“Aconteceu-lhes o que diz com razão o provérbio: ‘O cão voltou ao seu vômito; e: A porca lavada volta a revolver-se no lamaçal’” (II Pedro, 2, 20-22).
Gregorio Vivanco Lopes
173 artigosAdvogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".
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