Há menos de dois meses do lançamento do jogo Pokémon Go, após numerosos incidentes, começam a aparecer as primeiras reações de autoridades contra o aplicativo. O prefeito da pacata cidade Bressoles, na França, Frabice Beauvois, denunciou a “instalação anárquica” de caracteres “Pokemon Go” no município e ordenou o criador do jogo a remover as tais criaturas virtuais. Ele enviou um decreto para a sede da Niantic e da The Pokémon Company localizadas na Califórnia, EUA, para se certificar de que eles parem com a “criação” de Pokemon em seu território. [1]
O prefeito justifica a sua reclamação: “Quando um café ou um dono de restaurante quer abrir um negócio em qualquer cidade francesa, eles têm a obrigação de solicitar autorização prévia ao prefeito. A regra se aplica a todas as pessoas que desejam criar uma atividade ou ocupar um espaço em uma propriedade pública. Então, ela se aplica a Niantic, mesmo que seu estabelecimento seja virtual“. Ele afirma ainda que o fenômeno Pokemon Go está se espalhando de uma maneira “contagiosa” e que pode levar a uma “dependência perigosa” enre os jovens e que é a sua responsabilidade garantir a tranquilidade e a ordem públicas. “Eles – os desenvolvedores da Niantic – querem usar o planeta como um parque infantil” salientou.
Mons. Antonio Stagliano (foto), bispo da cidade de Noto, na Sicília, sul de Itália, tem prontas várias ações legais para que o jogo seja proibido. Mons. Stagliano já havia se pronunciado antes contra o Pokémon Go por criar uma forte dependência entre os usuários e “alienar milhares e milhares de jovens”. Segundo o bispo, este jogo é mau. Ele o considera uma “fábrica de cadáveres ambulantes” e o classifica como diabólico semelhante à série televisiva sobre zumbis chamada “Walking Dead” (mortos andantes) .[2]
Mons. Stagliano não hesitou também em comparar o jogo ao “sistema totalitário nazista”.
Mons. Stagliano não é a primeira pessoa a comparar o jogo a um sistema totalitário. O diretor de cinema americano, Oliver Stone, disse no mês passado que considera Pokémon uma forma de “totalitarismo” por ter um “alto nível de intrusão” na intimidade das pessoas. “Vocês vão ver uma nova forma de sociedade-robô, onde eles vão saber como você quer se comportar e vão fazer protótipos que combinam com o que você acredita e com o que te completa. Isso é o que se chama totalitarismo“, observou.[3]
Uma série de acidentes, mortes e até roubos têm acontecido por causa desse jogo desde o seu lançamento:[4]
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, Pokémon Go não é um jogo como outro qualquer. Além dos problemas relatados, podemos observar que ele é estupidificante e está gerando em nossa sociedade a Síndrome de Peter Pan. De acordo com a psicóloga Lisane Luz Pacheco, que atua no Núcleo de Apoio Psicológico (NAP) de Novo Hamburgo (RS), essa síndrome se manifesta por meio de traços da personalidade do indivíduo que se nega a crescer. Dessa forma, podemos ter no futuro uma sociedade com adultos cada vez mais infantilizados, abobados, sem personalidades, que ficam à mercê de um super-poderoso, ou um Grande Irmão, como o descrito por George Orwell no livro “1984”. Tal sociedade teria um sistema absolutamente totalitário, comandada através de um aplicativo que levaria o povo a uma espécie de hipnose coletiva como a que está acontecendo hoje por meio desse jogo. Assim, me pergunto: Pokémon vai… para onde?
Triste seria o fim da nossa sociedade se não fosse a promessa de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!”
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[1] https://stream.org/french-mayor-bans-anarchical-pokemon-settlement-in-village/
[2] https://pplware.sapo.pt/informacao/bispo-italiano-quer-processar-pokemon-go-por-ser-diablico/
[3]http://g1.globo.com/tecnologia/games/noticia/2016/07/oliver-stone-alerta-sobre-totalitarismo-do-pokemon-go.html
[4]http://veja.abril.com.br/brasil/de-morte-a-acidentes-as-vezes-em-que-a-caca-a-pokemon-acabou-mal/
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