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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Preferindo a morte ao aborto


Jessica Council, com seu filho e seu esposo Clint

Gianna Beretta Molla, italiana, foi canonizada em 16 de maio de 2004, por ter preferido morrer antes que abortar sua filha. Agora, um novo caso de sacrifício materno em favor do nascimento de uma criança nos Estados Unidos enche de admiração os verdadeiros católicos, ao mesmo tempo em que indigna os propugnadores do aborto em todo mundo.

Em agosto do ano passado, Jessica Council, uma jovem mãe de 30 anos, casada com Clint Travis Council, começou a sentir dores de garganta. Na mesma época, também começou a suspeitar de que estava novamente grávida.

Depois de duas semanas, como a dor de garganta não passava, Jessica decidiu consultar um médico, o qual lhe garantiu que não tinha nada.

Cerca de 15 novembro, Jessica começou a ter dificuldade para respirar. Em 21 de novembro foi levada às pressas a um pronto socorro. No dia seguinte, a garganta fechou-se de tal modo que ela não conseguia respirar. Os médicos inseririram um tubo em sua garganta, colocando a outra ponta num ventilador. Em 23 de novembro, Jessica foi informada de que tinha câncer. A essa altura, ela já sabia com certeza que estava grávida.

Assim começou para ela o drama que iria testar sua fé e suas convicções contra o aborto, partilhadas pelo seu marido. O casal residia em Traveler’s Rest, Carolina do Sul, onde nascera seu primeiro filho. Clint descreve a reação de sua esposa com a notícia do câncer na garganta como “uma mistura de medo e surpresa.”

Mas Jessica não era a única ameaçada pelo câncer, pois ela estava grávida e, conforme o tratamento a que se submetesse, poderia lezar o feto e talvez matá-lo.

Em 25 de novembro, o hospital de obstetrícia/ginecologia sugeriu ao casal um aborto. Jessica não hesitou: “Isso não é uma opção”, disse ela.

Informou-lhe então o oncologista que ela precisaria submeter-se a um tratamento por quimioterapia, o que provavelmente mataria o bebê. O obstreta-ginecologista discordou desse diagnóstico, dizendo que o bebê provavelmente sobreviveria, mas sofreria danos no cérebro. Jessica balançou a cabeça: “Não”. Ela também recusou a radioterapia por causa de riscos semelhantes para o bebê.

Depois disso, os médicos ficaram sem muitas opções de tratamento, pois a cirurgia não era viável devido à localização do câncer.

A questão veio novamente à tona quando o bebê atingiu o terceiro trimestre de desenvolvimento. Os médicos então alegaram que os riscos para a criança eram mínimos, pois esta já estava quase completamente desenvolvida. Mesmo assim Jessica recusou o tratamento por amor a seu filho; decisão, diz Clint, que deixou os médicos “totalmente confundidos”.

Embora o casal tenha encontrado algum sucesso na aplicação de métodos alternativos para estancar o crescimento do câncer, como uma dieta rigorosa de sucos orgânicos vegetais e suplementos, sem tratamentos mais agressivos, foi apenas uma questão de tempo.

Na noite de 5 de fevereiro, Jessica foi dormir com dor de cabeça e náuseas. “Ela não mais acordou”, disse Clint. No dia seguinte, o hospital constatou “morte cerebral” e Jessica foi encaminhada para o setor de cesarianas. Em 6 de fevereiro, a pequena “Jessi” nasceu, pesando apenas uma libra e três onças (aproximadamente 538 gramas).

Os médicos pensavam que Jessica completava 25 semanas de gravidez, mas depois de retirado o bebê perceberam que provavelmente se tratava apenas de 23 semanas e meia, limiar mínimo de viabilidade.

“Eu sou testemunha desta graça de Deus, pois Jessica morreu no momento em que o bebê se tornou viável para viver fora do útero”, diz Clint.

Após a morte de Jessica, seu primeiro filho passou por um período agudo de “ansiedade de separação”, e só depois começou a se ajustar.

“Sinto-me privilegiado por ter tido uma esposa que estava tão cheia do amor de Deus”, disse Clint (Cfr. “LifeSiteNews”, 20-4-11).

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Cid Alencastro

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