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Plinio Corrêa de Oliveira
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Tradicionalistas, Conservadores ou Contra Revolucionários? O bem fundamental da sociedade humana (I)


O que é esse Brasil que se levantou contra a esquerda em monumentais marchas a partir de 2015?  O que pensar do slogan “quero meu Brasil de volta”? Como havemos de re-encontrar esse Brasil que procuramos? Enquanto o PT e a esquerda são massificantes o Prof. Plinio — analisando a História — nos mostra que é preciso estimular em cada indivíduo a própria personalidade.

    Transcrevemos hoje um trecho da conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, no auditório da Federação do Comércio, julho de 1966.

Estimular em cada indivíduo a própria personalidade

    “O fato é o seguinte: é que a Idade Média, apesar dos numerosos defeitos que teve – e não há época humana que não os tenha tido ou não venha a tê-los – a Idade Média foi, segundo afirmou bem o Papa Leão XIII, uma época de intensa vida religiosa. E o próprio da verdadeira vida religiosa, quando ela é bem entendida e bem vivida, é de estimular em cada indivíduo a própria personalidade, é de fazer com que aquilo que nele há de originário, de único e de inconfundível se exprima com toda a força, com toda a nitidez, e em conseqüência, a formação religiosa verdadeira forma homens de personalidade fortíssima. E é por isso que já se pode dizer que não há nada de mais parecido do que dois santos. Mas, ao mesmo tempo, não há nada de mais diferente do que dois santos. Porque, se é verdade que eles são parecidos na santidade, é verdade também que em todo o seu modo de ser, a diferença individual ressalta com uma nitidez enorme, formando personalidades que estão per diametrum opostas uma à outra debaixo de uma porção de pontos de vista fundamentais, de uma importância transcendental.

              Originalidade não é extravagância

         São Tomás de Aquino nos explica muito bem a razão de ser disto. Ele nos ensina na Suma Teológica e na Suma Contra Gentilis, ele nos ensina que Deus quis criar a atual ordem de coisas com um mundo de criaturas diferentes, porque por esta forma cada criatura tendo uma nota individual, característica e própria, que é o traço dominante de sua personalidade, então, em razão e em conseqüência disto, cada criatura deve brilhar com toda a sua sadia originalidade. O que não quer dizer nenhum pouco extravagância, mas sobretudo não quer dizer cópia, não quer dizer imitação, não quer dizer mentalidades fabricadas em série.

               A justaposição de legítimas características nos dá ideia do todo         

           E é pela justaposição de muitíssimas criaturas que, a seu modo, cada uma reflete a Deus, é por esta justaposição que o homem pode ter durante a sua vida uma noção global do que seja Deus Nosso Senhor, mais ou menos como um sol que se reflete numa multidão de pequenos espelhos, e então, juntando todos o espelhos se pode ter uma certa noção do que é este sol na sua totalidade. E por causa disto, nós chegamos à conclusão de que é fundamental para a execução dos planos da Providência, é fundamental para a própria boa ordem da criatura humana no que ela tem de interno e de toda a criatura, que aquilo que é dela típico, aquilo que é dela característico ressalte com toda a nitidez e que, portanto, todas as suas características se desabrochem, se desenvolvam, se afirmem e triunfem na luta da vida, as suas sadias e as suas legítimas características. E foi exatamente isto que levou à formação desta prodigiosa originalidade da Europa Medieval, e foi e é exatamente este grande bem que nós devemos cultivar e considerar, como veremos daqui a pouco, como sendo o próprio bem fundamental da sociedade humana. (continua)

https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS%20-%201966-07-01_Atradicaoeacontinuidadefamiliar.htm

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Nuno Alvares

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