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Plinio Corrêa de Oliveira
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Um tema quente: o igualitarismo


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A desigualdade extrema também gera pecado, já que injustiça social é um pecado. Aqui no Amazonas 80% da renda bruta do Estado fica com apenas 10% mais ricos, e o polo industrial de Manaus produziu mais de 40 bilhões de reais. A desigualdade extrema é arma usada para ação dos comunistas”.

Não tenho suficiente conhecimento da situação no Amazonas para comentar os dados estatísticos apresentados pelo gentil leitor, mas digamos que, em tese, se trate de uma desigualdade fora dos limites. Que dizer, então, dessa situação?

Para o intelectual italiano G. Cantoni, Dr. Plinio é o teólogo das desigualdades sociais. Vejamos o que ele afirmou, num Fórum realizado nos Estados Unidos: “É certo que a desigualdade deve ter limites. Certo é também que a igualdade os deve ter”.

Os esquerdistas, partindo da tese de que a desigualdade deve ter limites, querem que a igualdade não tenha limites. Eles querem acabar com a propriedade particular, que de si produz desigualdades naturais.

Eles não respeitam os limites que também a igualdade deve ter. Por exemplo, no espantoso projeto de Código Florestal, com as modificações do Senado, atualmente em exame na Câmara.

Dr. Plinio acrescenta:

No que toca a todos os homens pelo simples fato de serem homens, são todos eles iguais. Mas sucede que, além dessas qualidades básicas, os homens são dotados de inúmeras outras, que variam entre si como que ao infinito, também pelo simples fato de serem homens. E assim, a própria igualdade natural e legítima costuma ser o ponto de partida de desigualdades legítimas, que estão, elas também, na ordem natural das coisas. Tão numerosas são elas, e tão diferentes, que seria interminável tentar enumerá-las todas”.

Portanto ‒ desde que se ponham limites à igualdade, entre outras coisas aceitando o direito de propriedade ‒ a desigualdade pode ter limites. Como também a igualdade.

Outro leitor escreve:

 

“Concordo com o que se disse neste site sobre a desigualdade. Mas tanto se fala de igualdade hoje em dia, que confesso que ficaria mais tranquilo tendo uma confirmação superior. Se for possível…”

O leitor parece duvidar um pouco de que isso seja possível, mas veja a seguinte frase do Papa Pio XII. Este afirma que “a natureza benigna e a bênção de Deus à humanidade iluminam e protegem os berços, beijam-nos, porém não os nivelam”[1]. A mesma posição é a de inúmeros outros Pontífices, e seria demasiado longo citá-los todos aqui, sem falar de teólogos com o peso doutrinário de Santo Tomás de Aquino.

Nosso Senhor Jesus Cristo fecha a questão definitivamente, na seguinte passagem entre outras. Diz Ele: Qual de vós que tendo um servo a lavrar ou guardar gado lhe diga quando ele se recolhe do campo: ‘Vem, põe-te à mesa’, e não lhe diga antes: ‘Prepara-me a mesa, cingi-te e serve-me, enquanto eu como e bebo, e depois comerás e beberás tu?’(Lc. 17- 7).

Para Nosso Senhor, portanto, a igualdade deve ter limites!


[1] Cfr. Textos Pontifícios desta Proposição, epígrafe “Desigualdades de berço são desejadas por Deus”.

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Leo Daniele

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