Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
Alimentos como símbolos que influenciam profundamente a mente e a alma.
4 min — há 6 meses — Atualizado em: 5/30/2024, 11:31:02 AM
Sabores e estado de espirito
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu magistral ensaio “Revolução e Contra-Revolução” demonstra que “Deus estabeleceu misteriosas e admiráveis relações entre certas formas, cores, sons, perfumes e sabores e certos estados de alma, é claro que por estes meios se pode influenciar a fundo as mentalidades e induzir pessoas, famílias e povos à formação de um estado de espírito profundamente revolucionário”. Do mesmo modo, estas “admiráveis relações” podem produzir um estado de espírito contrarrevolucionário. O texto citado está na parte primeira da R-CR a qual trata da Revolução, por isso, fala de um “estado de espírito profundamente revolucionário”.[1]
Em artigos anteriores demonstramos como vários cientistas e estudiosos corroboram com profundidade esta brilhante tese do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
O neurologista e psiquiatra Giuseppe Ierace, ex-professor da Universidade de Messina, na Itália, afirma que existe uma conexão direta entre o centro das emoções no cérebro e o córtex gustatório e olfatório, regiões onde os sabores e odores são processados.
Assim como o sabor tem o poder de despertar emoções, o alimento também possui uma forte conexão com o humor, uma vez que ambos refletem estados emocionais. [2]
Segundo o blog Duas Rodas, “este imenso universo de percepções e sentimentos ainda é pouco explorado, mas na última década, principalmente, o estudo das emoções e do humor associadas aos alimentos vem ganhando força dentro do campo da ciência sensorial. As pesquisas têm procurado entender e desvendar, com maior profundidade, a influência das emoções evocadas pelos alimentos como motivadoras para a escolha de alimentos.
“E o desafio é imenso, considerando o escopo das emoções, que podem ser conscientes, inconscientes, cognitivas ou fisiológicas, por exemplo.
“A degustação de um alimento ou uma bebida vai (muito) além da nutrição. A experiência é resultado de um misto de percepções conferidas pela integração entre os sentidos da visão, audição, olfato, tato e paladar.
“Quanto mais sentidos são estimulados no momento da degustação, maior é a sensação de prazer, defendeu a chef Flávia Quaresma, formada em Paris, em entrevista à Revista Food Service News.
“O ato de comer é uma experiência sensorial multidimensional. Em poucos segundos, percebe-se uma ampla gama de sensações que têm grande repercussão em um nível perceptivo e criam um conjunto complexo de interações. Obviamente dependendo da comida, algumas sensações predominam sobre outras, e o resultado determina sua aceitação ou rejeição.” Susana Fiszman pesquisadora do Instituto de Agroquímica e Tecnologia de Alimentos (IATA), de Valência, Espanha, em seu artigo científico “Comer: uma experiência sensorial complexa”
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O
Prof. Plinio Correa de Oliveira em uma reunião interna para membros
da TFP comentou:
“Há certos alimentos que a pessoa gosta ou rejeita por razões de mentalidade. Essas razões de mentalidade têm um nexo com razões de doutrina.
“Desde o começo da vida, a pessoa pode ter repulsa em relação a alguma coisa por uma série de razões que só mais tarde ela vai conhecer.
“Por exemplo, eu era muito menino quando me deram pela primeira vez mandioca cozida. Olhei para a mandioca desconfiado. Puseram-me na boca, não engoli, rejeitei.
“Por quê? Por que aquela ambiguidade da massa da mandioca, e aqueles barbantes que enovelam a língua e que exigem um esforço para cortar me davam a sensação de que eu estava comendo goma arábica. Assim, quando vi e cheirei a mandioca, nasceu uma repulsa.
“Até agora, e até morrer, eu não eu não comi mais mandioca.”
O paladar também tem um alcance simbólico, diz Dr. Plinio:
“Acontece que em mim o paladar tem um alcance simbólico. Todo alimento é um símbolo.
“Todo alimento é símbolo de uma determinada coisa, e comer essa coisa é degustar esse símbolo de um modo todo especial. De maneira tal que comer um prato com vários ingredientes é para mim como seria para outro ler um livro com várias análises, com várias riquezas.
“Por exemplo, o Kartoffelm-Glass, que tem da alma alemã e da cultura alemã toda a solidez, toda a nitidez e substância nutritiva do espírito. Aquilo tem a força do alemão.
“O vol-au-vent francês é toda a subtileza, toda a delicadeza, toda a finura da coisa francesa, mas não mata a fome como o Kartoffeln-Glass. E as qualidades que encontramos no Kartoffen-Glass, o vol-au-vent não tem. A recíproca é verdadeira.
“De onde, pela minha teoria de que a Alemanha e a França são as duas faces do gênero humano, é bom de vez em quando comer uma e de vez em quando, a outra, e saber gostar de uma coisa e de outra, para ser um homem completo.” [3]
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Conta-se que um homem que tinha ganhado um prêmio milionário foi a um restaurante tradicional de alto nível e pediu o melhor vinho. O maître diz para homem que o vinho iria demorar um pouco porque a adega ficava um pouco distante do local. O homem, então, pediu uma coca-cola para tomar enquanto aguardava a vinho.
Diante disso, o maitre mandou suspender o vinho porque a pessoa que toma coca-cola antes do precioso vinho não seria capaz de apreciá-lo. Seria como alguém que gosta de funk, não suportaria um concerto de música clássica.
A história pode não ser verdadeira, entretanto, serve para ilustrar a diferença entre uma bebida ou alimento produzidos pela civilização há muitos anos, e outra bebida ou alimento produzidos pela indústria revolucionaria. Uns alimentam o corpo e elevam a alma a Deus. Outros, pelo contrário, produzem estados de espírito completamente revolucionários.
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