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Plinio Corrêa de Oliveira
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Documentos para a História: JB deturpa entrevista do Prof. Plinio sobre Populorum Progressio


Não é de hoje a má vontade de parte da Midia com a pauta conservadora. Em especial, a TFP foi muito boicotada por certos órgãos da grande imprensa ou silenciadas suas grandes campanhas.

Carta do Prof. Plinio ao Exmo. Revmo. Sr. D. Sebastião Baggio, DD Núncio Apostólico

Respeito, reverência, submissão à Santa Madre Igreja.

“São Paulo, 6 de abril de 1967

Exmo. Revmo. Sr.

D. Sebastião Baggio

DD. Núncio Apostólico

Apresentando a V. Excia. meus atenciosos cumprimentos, peço sua valiosa atenção para o que segue.

Na qualidade de Presidente do Conselho Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, forneci a vários órgãos da imprensa uma entrevista sobre a Encíclica “Populorum Progressio”, que foi publicada na íntegra, e corretamente, no “Diário Popular” desta Capital (documento no. 1) e fielmente resumida pelo “Correio da Manhã” (documento no. 2), “Diário de Notícias” (documento no. 3) e “Notícias Populares” (documento no. 4).

Entretanto, o “Jornal do Brasil”, em 5 do corrente, publicou, gravemente adulterado, o texto junto (documento no. 5).

Como V. Excia. poderá ver, essa adulteração me atribui afirmações sobre a Encíclica “Populorum Progressio”, que são exatamente contrárias ao que declarei.

Como, até o momento, os pedidos de retificação que fiz à Sucursal paulista do “Jornal do Brasil” não surtiram efeito, acabo de passar ao editor-chefe daquele matutino nessa cidade um telegrama “Western” número A-349, cuja cópia oficial está em meu poder, e cujo texto V. Excia. poderá encontrar no documento no. 6. No referido telegrama desminto categoricamente as expressões a mim atribuídas, e insisto na necessária retificação.

Timbrando, como católico, em que nenhuma dúvida paire acerca de minha atitude nesse particular, levo a presente informação ao alto conhecimento de V. Excia.

Certo de que a presente declaração alegrará a V. Excia. – revestido como está, da alta qualidade de Embaixador do Pai comum de todos os fiéis – prevaleço-me do ensejo para apresentar a V. Excia. o testemunho de minha alta consideração, pedindo ao mesmo tempo suas valiosas bençãos e orações.”

Plinio Corrêa de Oliveira

Rua Martim Francisco, 669

São Paulo

***

Populorum Progressio

“O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, afirmou, em entrevista distribuída pela ABIM, que não há fundamento para a algazarra festiva que os progressistas estão fazendo por toda parte em torno da Encíclica “Populorum Progressio”.

Lembrando o alarido que a mesma corrente promoveu a propósito do suposto emprego da palavra “socialização” na “Mater et Magistra”, como se ele importasse na aprovação do sistema socialista, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira mostrou que o fato se repete agora, observando: “Procura-se distorcer o ensinamento de Paulo VI na “Populorum Progressio” a respeito da propriedade privada e da limitação da natalidade. Mas este segundo “bluff” terá o mesmo fim inglório que o primeiro”.

Propriedade privada

“Estudei com toda a atenção – declarou de início o entrevistado – a Encíclica “Populorum Progressio”, que o Santo Padre Paulo VI acaba de publicar.

“Não me é possível, nos restritos limites de uma entrevista, analisar em todos os seus aspectos o importante e extenso Documento.

“Entretanto posso asseverar que examinei com particular cuidado as passagens que tratam da propriedade privada e da limitação da natalidade: precisamente as que vêm sendo objeto dos mais desencontrados comentários.

“Francamente, não vejo nelas fundamento para a algazarra festiva que os progressistas estão fazendo por toda parte.

“Ninguém poderá provar, em rigor de lógica, que o tópico referente à propriedade privada esteja em contradição com a doutrina tradicional da Igreja, como vem sendo exposta há mais de cem anos pelos Documentos pontifícios e pelos tratadistas ortodoxos. Por exemplo, basta ler o que sobre esse instituto, seu fundamento, seu alcance e suas limitações em face do bem comum, está escrito no livro “Reforma Agrária – Questão de Consciência” – do qual sou autor com D. Geraldo de Proença Sigaud, Arcebispo de Diamantina, D. Antonio de Castro Mayer, Bispo de Campos, e o economista Luiz Mendonça de Freitas – e confrontá-lo com a “Populorum Progressio”, para notar que nenhuma contradição existe.

“É bem verdade que o Santo padre afirma que o direito de propriedade não pode ser concebido com tal extensão, que prevaleça até contra o bem comum. E que neste caso deve sofrer as indispensáveis limitações. É precisamente o que está em “Reforma Agrária – Questão de Consciência“. Este princípio, aliás, não vale apenas para o direito de propriedade, mas até para o próprio direito à vida, que é ainda mais fundamental: o Estado pode convocar para a guerra todos os indivíduos válidos, desde que o exija o bem comum. Nada de mais normal, tradicional e conhecido, do que isto”.

Controle de natalidade

Prosseguindo, acentuou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“No que diz respeito à limitação da natalidade, a “Populorum Progressio” de modo nenhum autoriza o uso de métodos até aqui proibidos pelos moralistas. Simplesmente afirma o direito e o dever dos esposos de regular o número de seus filhos pelos meios permitidos pela moral tradicional.

“Quanto à intervenção do Estado na delicada matéria, ninguém poderá provar seriamente, com o texto da Encíclica em mãos, que esta autorize qualquer atitude do Poder Público que passe dos limites fixados por aquela mesma moral”.

Novo “bluff”, novo malogro

 “Quando da publicação da Encíclica “Mater et Magistra” de João XXIII – concluiu S. Sa. – a imprensa progressista promoveu um alarido ensurdecedor a propósito do emprego da palavra “socialização”, como se esta importasse na aprovação do sistema socialista por parte do pranteado Pontífice. Uma exegese rigorosa reduziu a nada o “bluff” que os progressistas estavam tentando impor à opinião pública.

“Estamos em presença da repetição daquele fato. Procura-se distorcer o ensinamento de Paulo VI na “Populorum Progressio”, a respeito da natalidade. Mas este segundo “bluff” terá o mesmo fim inglório que o primeiro”.

* * *

ENÉRGICO DESMENTIDO

Tendo um matutino carioca estampado declarações atribuídas a membros da Secção de Minas Gerais da TFP sobre a recente Encíclica ”Poputorum Progressio”, que vinha de ser publicada, o Presidente daquela Secção à referida folha o seguinte telegrama, cujo texto foi distribuído à imprensa pelo Conselho Nacional da Sociedade. “A Secção de Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade formula categórico desmentido contra espantosa informação veiculada por essa folha, de haverem alguns de seus membros feito sobre a Encíclica “Populorum Progressio” declarações irreverentes para com o novo documento do Santo Padre Paulo VI, gloriosamente reinante. Pede que essa folha publique integralmente o presente desmentido, com o necessário destaque, na próxima edição, conforme grave obrigação da ética jornalística. Atenciosas saudações. – Antonio Rodrigues Ferreira, Presidente”.”

Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ENT_6704_populorum_progressio_propriedade_filhos.htm#.YL6xV_lKiMo

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Nuno Alvares

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