Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 8 anos — Atualizado em: 5/1/2017, 9:25:51 PM
Como sucessivas vezes temos exposto em “Catolicismo”, a explosão protestante do século XVI, a Revolução Francesa, a Revolução comunista constituem como que as três fases de um imenso movimento, uno pelo espírito, pelos objetivos e até pelos métodos.
Na figura de três de seus chefes, a secção “Ambientes, Costumes, Civilizações” procura fazer ver hoje alguns dos traços de alma desse movimento, isto é, algo do espírito da Revolução.
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No retrato de Lutero morto ( quadro de Lucas Fortnagel, Biblioteca da Universidade de Leipzig ), uma análise detida revela, na grosseria dos traços, a nota característica do demagogo cheio de si, do arruaceiro cuja pregação tantos erros e tanta revolta espalhou, e tanto sangue fez verter. Mas a impressão que salta desde logo aos olhos, e se torna definitiva no espírito do observador, é a sensualidade, o amor exagerado aos regalos de toda ordem, que provoca já no primeiro olhar uma sensação confrangedora.
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Em Robespierre, cuja máscara mortuária conservada no Museu Tussaud aqui reproduzimos, o que se exprime principalmente é o ódio. Um ódio tão profundo, tão avassalador, que, sem ter abolido a sensualidade, constitui a nota dominante da fisionomia. Esses lábios cerrados para sempre parecem entretanto ainda destilar algo das pregações de violência e de morte da era do Terror. Esses olhos que já não vêem parecem conservar uma expressão de ódio viperino. A fronte abaulada dá a sensação de ainda ruminar peças oratórias incendiárias e planos de subversão. Ele todo não é senão ódio igualitário, tanto no plano especulativo como no militante, desejo imenso de destruir tudo quanto, a qualquer título, lhe é superior.
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O terceiro clichê apresenta Ernesto “Che” Guevara, o argentino transplantado para Cuba, que exprime tão autenticamente o cunho marxista da revolução cubana.
Os cabelos, que parecem não ser de há muito nem cortados nem lavados, um bigode ralo e esfiapado cujas extremidades acabam por se unir a uma barbicha de contornos incertos, formando tudo para o rosto uma só moldura de desalinho e desordem, causam repulsa instintiva, mas visam despertar uma impressão de naturalidade e despretensão, levada ao extremo.
De sua parte, o olhar, de uma luminosidade incomum, e o sorriso procuram dar uma certa idéia de bonomia e afabilidade um pouco mística.
Este homem dulçuroso é um dos suportes do regime do “paredón” onde tantas vítimas têm sido cruelmente imoladas. Do regime que esta movendo contra a Igreja uma perseguição inteiramente do estilo de Robespierre ou de Lenine.
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Se a fisionomia de Lutero exprime sobretudo a avidez dos prazeres do corpo, e a de Robespierre sobretudo o ódio igualitário, a de “Che” Guevara representa uma das máscaras mais recentes da Revolução, isto é, a bonomia insincera, a velar a pior das violências.
Publicado originalmente em “Catolicismo” Nº 121 – Junho de 1961 na seção “Ambiente, Costumes, Civilizações”
Plinio Corrêa de Oliveira
557 artigosHomem de fé, de pensamento, de luta e de ação, Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) foi o fundador da TFP brasileira. Nele se inspiraram diversas organizações em dezenas de países, nos cinco continentes, principalmente as Associações em Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que formam hoje a mais vasta rede de associações de inspiração católica dedicadas a combater o processo revolucionário que investe contra a Civilização Cristã. Ao longo de quase todo o século XX, Plinio Corrêa de Oliveira defendeu o Papado, a Igreja e o Ocidente Cristão contra os totalitarismos nazista e comunista, contra a influência deletéria do "american way of life", contra o processo de "autodemolição" da Igreja e tantas outras tentativas de destruição da Civilização Cristã. Considerado um dos maiores pensadores católicos da atualidade, foi descrito pelo renomado professor italiano Roberto de Mattei como o "Cruzado do Século XX".
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