Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
Frei Betto: “As poucas manifestações públicas convocadas pela esquerda reúnem um número inexpressivo de pessoas e, em geral, a turma dos cabelos brancos”.
4 min — há 5 meses — Atualizado em: 5/31/2024, 9:01:02 AM
Frei Beto
Para as almas que têm fé — e que, portanto, podem legitimamente considerar-se bem-nascidas, pois, com a ajuda da graça, se mantiveram fiéis às promessas do seu batismo —, a idade não conta tanto pelo número de anos como pelo amor e serviço de Deus, na esperança de serem recompensadas por Ele eternamente no Céu.
Tais almas sabem que a Terra é um Vale de Lágrimas, ao contrário do que pregam os socialistas e teólogos da libertação, para os quais o fim último do homem é gozar as delícias do “paraíso” miserabilista do socialismo sob o tacão do Estado, sem religião, família e propriedade.
Um dos principais expoentes dessa corrente no Brasil é o dominicano Frei Betto, frequentador assíduo de Cuba e admirador de sua miséria, que chegou a morar na casa de Lula a fim de lhe ensinar o beabá da política revolucionária segundo a ótica da teologia da libertação.
Esse teólogo do ateísmo e os que pensam como ele, entretanto se esquecem que, como acontece há dois mil anos, todos aqueles que se insurgem contra os planos de Deus mediante a Santa Igreja Católica, são sempre derrotados.
Há felizmente em nossos dias, no Brasil e em todo o Ocidente, um crescente movimento de volta para Deus e rejeição do socialismo, sobretudo em vastas camadas da juventude e nas classes mais desfavorecidas, que dão cada vez mais as costas aos acenos mentirosos dos demagogos de plantão, que ainda têm o desplante de dizer que foram eles que as abandonaram.
Sentiu-o recentemente Frei Beto, em artigo publicado no dia 22 de abril no site progressista do Instituto Humanitas Unisinos (IHU)*, da Universidade dos jesuítas de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, ao descrever sua participação num congresso em Belo Horizonte.
Transcrevemos a seguir alguns tópicos dessa matéria, fazendo notar que assinalamos em negrito alguns trechos:
* * *
"Participei em belo horizonte, no início de abril, do 12º encontro nacional do movimento fé e política. Quase duas mil pessoas. Ao contrário dos encontros anteriores à pandemia, poucos jovens. A maioria de cabelos brancos ou tingidos.
“Minha geração envelhece. Chego este ano aos 80. Nossas ideias, propostas e utopias, também envelhecem?
“É muito preocupante constatar que as forças progressistas não logram renovar seus quadros. Para vice de Boulos, na disputa pela prefeitura de são paulo, em outubro próximo, o pt precisou importar uma mulher filiada a outro partido: marta Suplicy, que fará 80 anos em março de 2025. No Rio, o PT parece não ter quem indicar para possível vice na chapa do prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição. Tende a importar Anielle Franco, do PSOL.
“Tenho proferido conferências pelo brasil afora e assessorado movimentos populares. Os cabelos brancos predominam na plateia. As poucas manifestações públicas convocadas pela esquerda reúnem um número inexpressivo de pessoas e, em geral, a turma dos cabelos brancos […].
“A queda do muro de Berlim abalou as nossas esperanças em um mundo onde todos teriam a sua existência dignamente assegurada. E o capitalismo, gato de sete fôlegos, inovou-se pelos avanços da ciência e da tecnologia e, sobretudo, do neoliberalismo […].
“Na esquerda ‘ainda somos os mesmos’. Não semeamos a safra de novos militantes com medo de que eles se destacassem e ocupassem as nossas instâncias de poder. Abandonamos as favelas, as zonas rurais de pobreza, os movimentos de bairros. E não aprendemos a atuar nas trincheiras digitais, monopolizadas pela direita como armas virtuais da ascensão neo-facista.
“Não sabemos como reagir diante do fundamentalismo religioso que mobiliza multidões, abastece urnas, elege inclusive bandidos notórios. Fundamentalismo que apaga as desigualdades sociais e as contradições de classe e ressalta que tudo se reduz à disputa entre deus e o diabo. Todo sofrimento decorre do pecado. Eliminado o pecado, irrompe a prosperidade, que empodera e favorece o domínio: a confessionalização das instituições públicas; a deslaicização do estado; a neocristandade que condena à fogueira da difamação e do cancelamento todos que não abraçam “a moral e os bons costumes” dos que clamam contra o aborto e homenageiam torturadores e milicianos assassinos.
“Precisamos fazer autocrítica, rever nossas ideias, ter a coragem de abrir espaços às novas gerações e reinventar o futuro. Nossos cabelos brancos denunciam o inverno que nos acomete. É hora de uma nova e florida primavera!”.
Gloria Anaruma
31 de maio de 202431/05/2024 às 22:13