Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 6 anos — Atualizado em: 5/15/2019, 10:42:07 PM
É certo que da França nos têm vindo muitas sementes de corrupção e de impiedade. No século XIX, por exemplo, ela produziu um monstro como Gambetta, um ímpio como Renan, atrizes levianas como as que, nas boîtes de Montmartre, escandalizavam os viajantes do mundo inteiro. Mas produziu também Louis Veuillot, Ozanam, Montalembert, Lacordaire, e uma rosa de pureza e candura como Santa Terezinha do Menino Jesus. Se a humanidade inteira, em lugar de se abeberar nas fontes de talento e santidade que nunca se estancaram em terras de França, se ia dessedentar nos antros da corrupção ou nas obras dos apóstatas, de quem é a culpa? Só da França?
A ruína em que está Paris lembra, ponto por ponto, as grandes desgraças que, na narração do Antigo Testamento, se abatiam sobre Jerusalém quando ela violava seus deveres.
Reconhecendo embora, com a tristeza com que os profetas reconheciam a culpabilidade de Jerusalém, que Paris está muito longe de ser uma cidade inocente, é com o coração pesado de amarguras que comentamos a desgraça em que caiu. Tinha Paris uma missão histórica na Cristandade, e sua ruína deve ser por nós chorada, como os profetas choravam a ruína de Jerusalém, deixando transparecer através do pranto as esperanças e o desejo de uma ressurreição.
Se a desgraça de Paris foi merecida, adoremos e beijemos a Mão Divina que permitiu a punição. Nem por isso, entretanto, desculpemos aqueles a quem tão grande desgraça se deve. Crer nos desígnios da Providência não é, por certo, justificar, desculpar, nem mesmo atenuar toda a gravidade da infração que a desgraça de Paris representa quanto às leis da moral internacional.
Mas se Deus pune assim essa cidade, quanta punição isso representa para toda a Cristandade! A antiga capital dos reis cristianíssimos, hoje tomada pelas tropas do neopaganismo! Do alto do Céu, que dirão São Luís IX e Santa Joana d’Arc?
Nessa hora de desgraça, não amaldiçoemos Paris, não batamos palmas aos que a oprimem, não nos acumpliciemos com os que a desolam. Rezemos por Paris. Se das cinzas dessa terrível penitência renascer uma cidade convertida, o que mais podemos desejar para a França, que é e será sempre a Primogênita da Igreja?
Revista Catolicismo
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