Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Características de um espírito nobre no exemplo de Luis XVIII

Por Italo Nóbrega

3 minhá 7 anos — Atualizado em: 2/14/2018, 10:29:34 PM


Nobre. Quantas e quantas vezes ouvimos tal nome ser pronunciado com ódio e desdém, ou empregado às vezes como sinônimo de tirano, de déspota. Entretanto, tão pouco se conhece sobre ele.

Afinal, que é o nobre? Que é a nobreza?

A nobreza é uma classe social formada por tipos humanos que se distinguem por um conjunto de qualidades de alma. Sua essência não é a riqueza ou o prestígio, mas a virtude cristã do nobre.

Este possui qualidades de alma que são especificamente próprias de sua classe. Eis algumas principais, dentre várias outras que poderíamos citar: fortaleza de alma, que as mais duras provas não podem abater; presteza na ação, que o leva a não se atemorizar diante de qualquer sacrifício exigido pelo bem comum; e, finalmente, uma generosa adesão aos preceitos da doutrina e da vida cristã. [1]

Tais qualidades tornam o nobre um verdadeiro cavalheiro, no sentido mais legítimo da palavra, munido de coragem, caridade e justiça.

Graças ao princípio de hereditariedade, isto é, o passar de geração em geração um rico acervo de bens materiais e espirituais, suas qualidades são perpetuadas através dos séculos. [2]

Por isso é que encontramos muitos exemplos na História, de casos em que, numa mesma linhagem virtudes semelhantes resplandeceram. Por exemplo, os Condés, na França, e seu belíssimo espírito militar.

É este mesmo princípio que justifica a existência das monarquias hereditárias.

Mesmo em épocas decadentes, podemos notar virtudes essenciais

Apesar de todo o caminhar da Revolução [3] e, por consequência, da decadência da civilização, vemos não raras vezes a resplandecência dessas qualidades hereditárias.

Menciono como exemplo o caso de Luís XVIII, o Conde de Provence, que, apesar de seus defeitos, deu uma belíssima resposta ao nefasto Napoleão Bonaparte.

Tal fato se deu em 1803 – mesmo ano do assassinato do duque D’Enghien por Napoleão –, quando este último propôs a Luís XVIII que lhe transferisse os direitos à coroa francesa.

Cito as belas e inspiradas palavras do Rei:

“Ignoro quais sejam os desígnios de Deus quanto a mim e a minha raça, mas estou ciente das obrigações que Ele me impôs ao fazer-me nascer da estirpe a que pertenço. Como cristão, cumprirei meus deveres até exalar o último suspiro; como filho de São Luís, saberei, a exemplo de meu antepassado, fazer-me respeitar mesmo quando sob ferros; como sucessor de Francisco I, quero poder dizer, repetindo suas palavras: ‘perdemos tudo, salvo a honra’.” [4]

Neste trecho está expressa uma admirável imagem do senso de honra, de coragem e compenetração de suas obrigações, virtudes tão características de um espírito nobre e que servem de modelo para as demais classes sociais.


Citações:

[1] Pio XII, Alocução ao Patriciado e à Nobreza romana 1948,.pp. 423-424. Apud: Plinio Corrêa de Oliveira, Nobreza e Elites Tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana, São Paulo. Ed. Civilização 1993, p. 88

[2] Plinio Corrêa de Oliveira, Nobreza e Elites Tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana, São Paulo. Ed. Civilização 1993, p. 72

[3] Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, Ed. Diário das Leis Ltda 2º Edição 1982.

[4] Mémoires sur Fouché ministre de la Police de Napoléon 1er;  São Paulo, Ed: Gravidor 1946; p 135.

Detalhes do artigo

Autor

Italo Nóbrega

Italo Nóbrega

20 artigos

Voluntário da Ação Jovem do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados