Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 10 anos — Atualizado em: 8/10/2015, 10:57:54 PM
O uso intensivo de teclados e telas sensíveis ao toque, em vez de escrever à mão, está prejudicando a formação das crianças.
É o que revelou uma pesquisa conduzida pela neurocientista cognitiva Karin James, da Universidade de Bloomington, Indiana, EUA.
O estudo pôs em relevo a importância da escrita à mão para o desenvolvimento do cérebro infantil, segundo noticiou a BBC Brasil.
No estudo, as crianças foram separadas em dois grupos diferentes: um foi treinado para copiar letras à mão, enquanto o outro usou computadores.
O fato é que as crianças ainda não alfabetizadas são capazes de identificar letras, mas não sabem como juntá-las para formar palavras.
A pesquisa testou essa capacidade. Mas os cientistas também usaram exames de ressonância magnética para analisar quais áreas do cérebro eram ativadas.
Assim, tentaram entender como o cérebro muda enquanto as crianças se familiarizam com as letras do alfabeto.
Antes e depois dos testes, os cientistas compararam os efeitos cerebrais nos dois grupos.
E descobriram que o cérebro responde de forma diferente quando se aprende copiando letras à mão e quando se aprende digitando-as num teclado.
As crianças que copiaram as letras à mão mostraram padrões de ativação do cérebro parecidos com os de pessoas alfabetizadas, que conseguem ler e escrever.
Porém, este não foi o caso das crianças que usaram o teclado.
O cérebro parece ficar “ligado” e responde de forma diferente às letras quando as crianças aprendem a escrevê-las à mão. As crianças estabelecem uma ligação entre o processo de aprender a escrever e o de aprender a ler.
“Os dados do exame do cérebro sugerem que escrever facilita a leitura quando as crianças começam a aprender a ler”, disse James.
Além disso, essas crianças desenvolvem as habilidades motoras mais sofisticadas necessárias escrevendo à mão. E isso é benéfico em muitas outras áreas do desenvolvimento cognitivo, acrescentou a pesquisadora.
A Dra. Karin apontou que essas descobertas podem ser importantes para formular políticas educacionais acertadas.
Pois corre a suposição ingênua e anticientífica oposta. “Em partes do mundo há pressa em introduzir computadores nas escolas cada vez mais cedo, mas a pesquisa pode equilibrar [essa tendência]”, explicou a especialista.
Muitas escolas americanas já transformaram o ensino da escrita à mão em alternativa que os professores podem escolher. Mas muitos educadores não ensinam mais caligrafia.
Alguns alegam que certas tecnologias em tablet poderiam ajudar a corrigir o problema identificado.
Mas, pelo que a pesquisa da cientista sugere, nada parece substituir o aprendizado com a escrita à mão.
Seja o primeiro a comentar!