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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Europa pós-moderna exausta e tíbia na Fé

Por Luis Dufaur

6 minhá 6 anos


A civilização europeia aparece sem reação válida diante de invasões islâmicas

A civilização europeia aparece exausta diante de invasões islâmicas que avançam como praga bíblica enviada por uma maldição divina.

Para Giulio Meotti, jornalista e escritor italiano, editor cultural do diário Il Foglio, isso é possível porque como escreve Philippe Bénéton no livro A Confusão Moral do Ocidente(“Le Dérèglement moral de l’Occident”, ed. Le Cerf, Paris, 2017, 304 págs).) o Islã está ocupando o vácuo cultural de uma sociedade sem filhos que acredita erroneamente não ter inimigos.

Num artigo para o Gatestone Institute, Meotti rememora conferência do filósofo Edmund Husserl em 1935 prevendo a fadiga como “maior perigo para a Europa”. Hoje, acrescenta o jornalista, a fadiga e a passividade se apossaram do continente.

A exaustão europeia se apalpa na taxa de natalidade despencando, no caos nas ruas e na recusa de reerguer o poder militar.

Neste ano, em Paris, 80 migrantes e ativistas pró-imigração ilegal ocuparam a Basílica de Saint Denis necrotério dos reis da França. Todo um símbolo coberto de glórias calcado aos pés.

Polícia francesa retira 80 migrantes e ativistas invasores da Basílica de Saint Denis, Paris

Segundo Stephen Bullivant, professor de teologia e sociologia da religião da Universidade St. Mary em Londres, muitos jovens europeus “após o batismo nunca mais passam pela porta de uma igreja”.

As identidades religiosas culturais não estão sendo transmitidas de pais para filhos. Ficam do lado de fora, como alheias à cultura e à família.

A atitude das novas gerações, diz Meotti, obedece à frase de Hilaire Belloc: “fique sempre ao lado da babá para que nada de mal lhe aconteça”.

Por volta de 2050, um terço dos moradores da Suécia serão muçulmanos, de acordo com levantamento do Pew Research Center.

“E sabemos que a taxa de natalidade dos muçulmanos é maior e eles têm níveis de retenção (religiosa) muito mais elevado”, sublinha o autor.

Dinamarca? Sim, Dinamarca!

A grande massa parece acreditar na falsa “auto-acusação” segundo a qual o “mal” se origina em pecados exclusivos dos cristãos europeus: racismo, machismo, elitismo, xenofobia, homofobia.

A culpabilização se assanha contra o homem heterossexual ocidental branco. Esses “males” jamais existiriam nas culturas não europeias segundo essa mentalidade acusadora.

No Parlamento da República Federal da Alemanha, a chanceler Angela Merkel adotou a mensagem capitulacionsta, dita “inclusiva”, diante da ocupação do Islã.

“Com 4,5 milhões de muçulmanos vivendo entre nós, sua religião, o Islã, também se tornou parte da Alemanha”, enfatizou ela. São nossos, portanto, ou nós somos deles!

A figura política mais poderosa da Europa capitulou, comentou Meotti.

A Itália têm a terceira população mais idosa do mundo, uma das menores taxas de natalidade do planeta.

Sua percentagem de aposentados equivalente a 37% dos trabalhadores ativos que pulará para 65% em 2040. Ou seja três trabalhadores terão que sustentar dois aposentados.

A população cristã da Europa é estéril e envelhecida. A população muçulmana é fértil e jovem.

“De 2010 a 2015, na maioria dos países europeus, incluindo a Inglaterra, Alemanha, Itália e Rússia, a morte de cristãos superou os nascimentos”, ressalta o “The Wall Street Journal”.

Os ataques terroristas continuarão na Europa, mas os europeus acham que os assimilarão como se fossem meros acidentes automobilísticos.

Na Noruega

A exaustão moral e psicológica desarma os países contra o jihadismo. Por exemplo, Europa não fecha mesquitas extremistas nem expulsa clérigos radicais.

Os fanáticos muçulmanos poderão continuar assassinando pessoas e carcomendo o Ocidente sem despertá-lo da inércia.

O cenário mais provável, conclui Meotti, é da sociedade europeia ir se fragmentando irreparavelmente, como num naufrágio. E os restos ficarão a mercê com os conquistadores.

Como esse desfibramento foi possível? E aqui Meotti não fala.

Após a II Guerra Mundial vieram as “trente glorieuses”assim chamadas pelos franceses: três décadas de inebriante prosperidade material, um “milagre econômico” acolhido com otimismo e irreflexão.

Líderes políticos cristãos e personalidades religiosas profetizaram que a Europa não teria mais guerras se concordava em se liquefazer numa União onde as diferenças históricas, filosóficas, culturais políticas e sociais virariam um magma único.

As armas silenciariam, as fronteiras se evanesceram, as filosofias e religiões se desfibraram, o bem procurou se entender com o mal.

Tudo convergiu numa prefigura do panteísmo posteriormente chamada globalização. A prosperidade econômica, financeira, industrial e comercial foi a paga.

Convocando o Concilio Vaticano II, o Papa João XXIII, comemorou a inexistência de erros a condenar. Pela primeira vez na História, os bispos deixariam de pronunciar fórmulas “negativas” e exporiam a doutrina com fórmulas “positivas”.

A pílula anticonceptiva deixou de ser condenada nos confessionários embora ainda o fosse nos documentos oficiais. Na hora da comunhão, divorciados e abortistas entravam alegres na fila, embora também os documentos não o permitissem.

No fim, vieram pontificados relaxantes, o auge daquele mesmo otimismo. Documentos que não escondiam mais o erro, como a Amoris Laetitia, puseram no papel o que antes não se ousava dizer de público, mas se sussurrava baixinho.

Num ambiente festivo e relativista os filhos já não vinham Após décadas de festa civil e religiosa a Europa estava sem moral, sem religião, sem família e sem filhos.

Sacerdote catolico incensa islâmicos na igreja de Santa Maria in Trastevere, Roma

Como acontece em toda festança que varou irrefletidamente a noite, a Europa amanheceu no século XXI exausta e com a única ideia de se repousar esquecida da Fé.

Mas, em volta do esplêndido palacete do festim descobriu o velho inimigo islâmico com suas bandeiras tingidas de vermelho sangue ou ostentando a cor negra da morte.

Já Nossa Senhora em Fátima tinha alertado e mandou divulgar a parte final do Segredo antes do Vaticano II. Mas penetrados pelo otimismo das décadas de pós-Guerra (as “trente glorieuses”) os Papas preferiram não divulgar a advertência.

Agora a solução, embora exija sacrifícios, está na mão dos líderes católicos, religiosos e leigos.

Esses são os únicos que podem atrair do Céu as forças e as graças para reerguer o continente, como a Igreja fez na hora que o Império Romano ruiu e os bárbaros assolaram o continente.

Mas dos púlpitos que durante décadas pregaram alegria, ecumenismo, distensão, relativismo e irreflexão só chega uma mensagem: capitulação.

Nesse sentido Meotti parece ter razão. Mas não quando insinua não haver esperança.

A Igreja é imortal e Ela saberá tirar de seus tesouros infinitos a solução heroica e santa que ninguém imaginou, nem mesmo aqueles que parecem querer crucificá-La.

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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