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Europeus se desarmam enquanto vendem armas para Rússia


Hollande desarma a França e promete armamento a Putin
Luis Dufaur Hollande desarma a França e promete armamento a Putin

Os líderes socialistas da França e da Rússia se encontraram no mês de outubro último em Paris para uma “vasta contemplação do horizonte de assuntos estratégicos” mundiais, cujo conteúdo ficou reservado – informou a agencia oficial russa Novosti.

A agência, entretanto, deixou transparecer o fundo dessa “contemplação estratégica”.

O presidente socialista francês François Hollande ordenou a redação de um “Livro branco” visando à aprovação no primeiro semestre de 2013 de uma lei rebaixando ainda mais a capacidade de defesa da França.

Falando aos deputados, o chefe do Estado Maior francês, almirante Guillaud, explicou que “o esforço de defesa, que era de 2 % do PIB em 1997, oscilou na última década entre 1,6 % e 1,7 %. Em 2012 é de 1,55%. E por volta de 2015 superará apenas 1,3 %”.

A extremamente depauperada defesa francesa vai traduzir-se em menos homens, menos armas e menor capacidade de reação.

Sem ocultar sua satisfação, a agência Novosti comemora que a Rússia se rearma “como todo o planeta, salvas as exceções notáveis dos europeus e dos EUA”.

Putin compra recorde de armamento alemao
Putin compra recorde de armamento alemão

Precisamente os países que ainda são considerados como grandes obstáculos aos sonhos de domínio universal russo!

Segundo o Ministério de Finanças da Rússia, sua despesa com o exército aumentará 25% em 2013, ou 3,2% do PIB. Em 2015 o aumento atingirá 3,7%, o equivalente ao triplo do que estará aplicando a França naquele ano.

Moscou não faz segredo de seu objetivo armamentista: “A Rússia relança suas despesas militares porque, na sua visão estratégica, a força está voltando nas relações internacionais” – explicou Thomas Gomart, do reputado Institut Français des Relations Internationales (IFRI).

Entretanto, a Rússia reconhece a inferioridade de seu complexo militar-industrial e de sua tecnologia. Ela precisa que os ocidentais lhe forneçam os equipamentos de qualidade que ela é incapaz de produzir.

Precisa, por isso, dos europeus, e agora de seus amigos socialistas franceses. Eis o objetivo não abertamente confessado da reunião.

Fala-se em Moscou do “efeito Mistral” – nome dos quatro porta-helicópteros que a França vai lhe fornecer. Através de sua subsidiária Renault Trucks Defense, a Renault apresentou no salão Interpolitex de Moscou um novo blindado ligeiro, o Sherpa, muito esperado pelos russos.

“Os russos são conscientes de sua inferioridade, garante Thomas Gomart. Quando eles viram em ação os meios franceses e britânicos engajados na Líbia, compreenderam que eram incapazes de fazer o mesmo”.

Putin precisa das armas dos europeus
Putin precisa das armas dos europeus

Nada a ver com as formidáveis despesas e pífios resultados russos na guerra da Geórgia em 2008.

O todo-poderoso presidente Vladimir Putin disse a Hollande que enquanto as aquisições militares russas na França atingiriam 28 bilhões de euros, na Alemanha iriam para 72 bilhões, ou seja, 2,5 vezes o material francês.

Tudo isso para ser usado um dia contra Europa que se desarma!

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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