Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 9 anos — Atualizado em: 5/1/2017, 9:28:23 PM
“Os russos Andreï Lougovoï e Dmitri Kovtoun [antigo agente da KGB o primeiro e empresário o segundo] envenenaram de fato Litvinenko com polônio”, concluiu o relatório de juiz de instrução britânico Sir Robert Owen, ex-ministro da Suprema Corte, noticiou o jornal de Paris Le Monde.
“O operativo do FSB [novo nome da KGB] provavelmente foi aprovado por Patrouchev [Nikolaï Patrouchev, ex-chefe do FSB] e pelo presidente Putin”, afirma a sentença.
“Posso afirmar que, de um ponto de vista geral, os membros do governo de Putin, incluído o próprio presidente e o FSB, pelo fim de 2006 haviam concebido motivos para agir contra Litvinenko, inclusive para matá-lo”, escreve o juiz Owen.
Alexandre Litvinenko, dissidente de Vladimir Putin e ex-espião da KGB, fugiu da Rússia e se instalou no Reino Unido em 1999.
Ele morreu no dia 23 de novembro de 2006, com 43 anos, num hospital de Londres, após ter sido envenenado três semanas antes com Polônio 210 – substância radioativa extremamente tóxica, mas quase indetectável, que foi misturada num bule de chá.
Sua foto sobre o leito de morte na qual aparece esquelético e calvo deu volta ao mundo. Ele morreu acusando o Kremlin.
Como é de praxe, Moscou sempre negou qualquer implicação no assassinato e denunciou o inquérito judicial como “politicamente enviesado” e carente de “transparência”.
Para Andreï Lougovoï, hoje deputado de um partido nacionalista pró-Putin, “as acusações são absurdas e os resultados do processo de instrução mostram mais uma vez a posição antirrussa e a estreiteza de espírito de Londres”.
O inquérito judicial foi muito prejudicado pelo Kremlin, que bloqueou a extradição dos suspeitos do crime e de seus acompanhantes.
O juiz Robert Owen acabou tendo acesso a documentos confidenciais do governo e do serviço secreto inglês. O processo teve caráter indagatório e não fez condenações.
Marina Litvinenko, viúva da vítima, pediu em Londres “sanções econômicas seletivas e proibição de viagem” contra a Rússia e especialmente contra seu presidente Vladimir Putin.
Segundo o jornal britânico Daily Mail, Vladimir Putin teria ordenado o assassinato de Litvinenko porque ele teria denunciado que o presidente russo praticava a pedofilia abusando de crianças.
Litvinenko formulou sua denuncia no artigo “Ele (Putin) era pedófilo” e apresentou uma foto do presidente russo beijando o estômago de um menino perto do Kremlin.
Para o juiz, Sir Robert Owen, os “graves ataques pessoais” de Litvinenko podem ter sido o motivo de sua morte. Mas havia “várias razões” a mais para a Rússia querer matá-lo em território britânico, com a aprovação pessoal de Putin.
Theresa May, secretária do governo, condenou no Parlamento uma “acintosa violação dos princípios básicos da lei internacional” e anunciou represálias.
A sentença recolhe o périplo completo feito pelos portadores do veneno mortal até o local do crime, com base nos índices de radioatividade detectados desde o ingresso em território inglês.
No dia 1º de novembro de 2006, durante um encontro com a vítima no Millennium Hotel’s Pine Bar, os assassinos russos colocaram o polônio num bule de chá. O sistema de vídeo de segurança captou o momento em que um agente da FSB vai à toilette a fim de extrair o polônio do invólucro isolante.
Hotéis, aeroportos, restaurantes e até um estádio de futebol ainda apresentam sinais de contaminação.
Transcrito do blog “Flagelo Russo”.
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