Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 6 anos
Até agora ninguém informou direito o que aconteceu no sábado com Nicolás Maduro enquanto presidia a comemoração dos 81 anos da Guarda Nacional. O mandatário grita que foi atentado a partir de drones. Contudo, nenhum dos 11 jornalistas presentes à cerimônia viu os tais drones. Uns garantem, houve incêndio em apartamento próximo ao desfile. Outros, explodiu botijão de gás dentro de um apartamento. Katherine Pita, moradora de prédio próximo ao local do desfile militar, nega a tal explosão do botijão [foto abaixo]. Afirmou: “Apenas um drone caseiro que se chocou contra o edifício e explodiu”. Parece que era um dos drones que filmava o desfile. Luís Salamanca, cientista político venezuelano, afiança que “ninguém sabe exatamente” o que aconteceu “nem mesmo o governo”.
Nicolás Maduro aproveitou-se do insólito do caso e pulou para a frente da cena. Esgoelou que foi atentado terrorista para matá-lo com participação dos Estados Unidos, Colômbia e ultradireita venezuelana. “O nome de Juan Manoel Santos está atrás do atentado”, denunciou enfurecido. Começou a prender adversários.
Claro, Estados Unidos e Colômbia negaram participação na farsa. Juan Manoel Santos era na ocasião o presidente da Colômbia (entregou o cargo dia 7, 3ª feira). Foi tão estapafúrdia a acusação que o ex-presidente preferiu levar na esportiva: “Santo Deus! No sábado estava fazendo coisa mais importante, o batismo de minha neta”. Lembrou a propósito uma desparafusada acusação já antiga de que trabalhava em união com os serviços secretos britânicos e concluiu: “Sempre achei que aquilo era o cúmulo da loucura, mas não, enganei-me; ontem vi uma outra ainda pior, que estou em conluio com a inteligência dos Estados Unidos e com a direita venezuelana, preparando complôs para assassinar o presidente da Venezuela. No meu cargo, a gente desenvolve um couro de crocodilo, depois vira couro de hipopótamo, precisa ter couro grosso”.
A oposição venezuelana assegura que tudo não passa de circo montado pelo governo bolivariano para desviar a atenção da gigantesca crise pela qual passa o país, culpa da dupla Chávez-Maduro e aumentar a repressão. Apenas como lembrança, a inflação dos dois últimos anos, segundo o FMI, foi de 1.800.000%; isso mesmo, um milhão e oitocentos mil por cento. E continua disparada…
Nenhum país sério deu ouvidos à pantomima montada em Caracas. Demagogos e revolucionários rasgaram as vestes. O mais importante, a Rússia de Vladimir Putin, de olho no petróleo da Venezuela e na possibilidade de agir na América Latina. “Condenamos energicamente uma tentativa de atentado contra o presidente da República Bolivariana da Venezuela, perpetrado no dia 4 de agosto, que provocou sete feridos” — foi a solidariedade do governo o russo.
Cuba andou na trilha de Vladimir Putin. “Este ato de terrorismo, que pretende desconhecer a vontade do povo venezuelano, constitui nova tentativa desesperada de conseguir pela via do magnicídio o que não conseguiram obter em múltiplas eleições”, consta da extensa nota divulgada pelo ministério das Relações Exteriores da ilha-cárcere.
Bolívia, no mesmo rumo: “Repudiamos energicamente uma nova agressão e covarde atentado contra o presidente Nicolás Maduro e o povo bolivariano. Depois do fracasso em seu intento de derrubá-lo democrática, econômica, política e militarmente, agora o império e seus servidores atentam contra sua vida. Esta tentativa de magnicídio, delito de lesa-humanidade, mostra o desespero de um império derrotado por um povo valente. Nossa solidariedade. Força irmão presidente Maduro e povo bolivariano!”, delirou Evo Morales.
Na mesma direção desembestaram Irã, Turquia, Síria, Nicarágua, todos, como se vê, modelos impolutos de respeito aos direitos humanos…
O movimento narcoterrorista FARC (antes sigla de Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, de momento sigla de Força Alternativa Revolucionária do Comum que agora protesta pisar via pacífica, e não consegue credibilidade quando blasona distância do tráfico das drogas) fez defesa altissonante de Maduro: “Rechaçamos e condenamos este grotesco atentado pessoal. É a mais séria tentativa de assassinato de Nicolás Maduro”.
E no Brasil? Os aliados e amigos das FARC, Cuba e assemelhados não poderiam deixar de aproveitar a ocasião de apoiar o bolivarianismo. O PT, por meio de sua Secretaria de Relações Internacionais, fez causa comum com a trupe acima: “Rechaçamos as pretensões de violência que buscam alterar as decisões democráticas do povo da Venezuela, atentam contra a paz na Venezuela e na região latino-americana e caribenha”.
Perfilou-se também o PC do B: “O chamado Grupo de Lima, do qual faz parte o ilegítimo governo brasileiro, transforma a Venezuela em alvo constante de agressões diplomáticas, das quais se alimenta a crise política interna e o recurso a métodos criminosos de oposição política”. E acrescenta “o mais firme repúdio ao atentado dirigido contra a vida do presidente da República Bolivariana da Venezuela”.
Mais um exemplo, o do MST, por meio da demagogia usual do chefe, João Pedro Stédile: “As forças do capital no império dos Estados Unidos já assassinaram muitos líderes populares na América Latina ao longo do século XX. Daqui do Brasil, em nome do MST e de todos os movimentos populares reunidos na Frente Brasil Popular, manifestamos nossa indignação em relação ao atentado e nossa solidariedade ao presidente Maduro e ao povo venezuelano”.
Por que me detive em tantos exemplos? Por razão da maior importância, será essa a companhia do Brasil no cenário internacional, caso a esquerda vença as eleições. O País, vulnerado por tais drones, se alinhará rapidamente com o que há de pior.
A propósito, acima falei da trupe que expressou solidariedade a Maduro. Termino transcrevendo acepções de trupe, segundo o Dicionário Online de Português: “Corja, reunião de criminosos, grupo de pessoas que prejudicam outras, escumalha, escória, gentalha”. É só; que Deus nos proteja.
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