Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
Deus criou o universo magnífico para que admirando essa obra de Suas mãos, chegássemos, através da procura do absoluto, ao conhecimento das perfeições dEle.
4 min — há 1 ano — Atualizado em: 5/30/2023, 8:30:07 AM
As academias do corpo estão por toda parte, já não precisam de recomendação. A nós, cabe fazer um convite a nossos leitores, para a academia da alma.
Queremos recomendar a nossos leitores, os exercícios espirituais da procura do absoluto. Um sadio equilíbrio entre alma e corpo faz parte daquilo que poderíamos chamar de bom senso, sabedoria natural, tradição milenar da humanidade.
Mens sana in corpore sano ("mente sã em corpo são") é uma citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida.
Hoje, damos continuidade à formação da alma, abordando um atualissimo tema: a procura do absoluto.
Vejamos o que nos diz o Prof. Plinio sobre essa procura do absoluto.
O universo material é uma imagem da alma humana. E todas as coisas que existem na matéria, inclusive os seus próprios movimentos, são analogias com a alma humana, que é a realidade mais alta e à qual todas devem servir de espelho, de meio de verificação, de conhecimento de si mesma.
O homem, ensina a Sagrada Escritura, foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gen. 1-26). Ao passo que os seres brutos, os seres vivos mas que não possum uma alma espiritual, como ensina São Boaventura, são vestígios de Deus. Por essa razão, a realidade mais alta, na criação visível, é homem, composto de corpo e alma.
O primeiro degrau é a consideração que o homem faz das coisas materiais e percebe nelas os “vestígios” de Deus, entendidos na linguagem de São Boaventura:
A Criação do mundo é como um livro no qual resplandece, manifesta-se e se lê a Trindade criadora em três graus de expressão, isto é, como vestígio, como imagem e como semelhança.
Dr. Plinio dá o exemplo do pôr do sol. O fenômeno do pôr do sol, traz-nos à mente ideias de grandeza, esplendor, magnificência, majestade que nos elevam até Deus.
"Por exemplo, quando o indivíduo fala da “glória” do sol poente, ou da “alegria” do sol nascente -- é claro que o sol, como uma bola de fogo, é incapaz de glória ou de alegria -- mas ele, como ser inerte, exprime ou representa qualidades, valores ou sentimentos que estão na alma humana."
Numa outra etapa vemos a analogia com o Criador, no caso “glória” e “alegria” subsistentes em Deus. Então, a “glória” do sol poente pode ser vista no homem e, num segundo degrau, aplicamos a Deus, vemos nela um reflexo do Criador.
Então, subindo de grau em grau, podemos ver incialmente o absoluto enquanto simbolizado na natureza irracional (minerais, plantas, animais). Esse mesmo absoluto está mais perceptível enquanto existente no homem. E, por fim, num terceiro grau, é uma virtude enquanto subsiste, essencialmente personificada, em Deus.
Por isso, conclui o Prof. Plinio, “todo absoluto é necessariamente uma virtude moral.”
Vejamos mais um exemplo. A mãe pode dizer a uma criança que nunca tenha ouvido o leão rugir:
«Está ouvindo este trovão? O rugido do leão é assim».
Continua o Prof. Plinio:
"Agora, também o trovão lembra diretamente Deus. Não é verdade que o trovão só lembre o leão e que, por exemplo, não lembre o rei. Eu estou dando numa ordem que é uma ordem que admite saltos. E eu tenho que usar bem os símbolos, não só relacionando tudo com Deus, mas também usando símbolos inferiores para compreender melhor os superiores, nos quais melhor eu conhecerei a Deus."
Quer dizer, não basta eu ir diretamente a Deus; eu preciso compreender a reversão interna dos símbolos, nos diferentes graus da Criação, para depois chegar até Deus.
Por sua vez, o leão pode lembrar o guerreiro, o Rei perfeito ou o Pontífice perfeito, e assim por diante.
Isso não é sonho; é um exercício de seres racionais, criados à imagem de semelhança de Deus. É um exercício da alma.
"Deus criou o universo magnífico para que admirando essa obra de Suas mãos, chegássemos, através da procura do absoluto, ao conhecimento das perfeições dEle."
Em outra ocasião podemos ver mais algumas considerações sobre a procura do absoluto.
Pergunta oportuna: os fanáticos da ecologia sabem ver na natureza os reflexos do Criador? São Francisco de Assis contemplava a natureza como reflexo do Criador e seu contemporâneo e discípulo, São Boaventura, dedicou-se muito especialmente ao pulchrum (beleza).
Nossa Senhora, Sedes Sapientiae, nos dê o gosto das coisas espirituais, nos guie para contemplar na Criação os reflexos da Bondade Infinita.
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