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Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Sala de Conselho de Luís XV no castelo de Fontainebleau

Por Plinio Corrêa de Oliveira

2 minhá 7 anos — Atualizado em: 2/14/2018, 10:50:28 PM


O gênero de beleza evoluiu do tempo de Luís XIV para o de Luís XV. Enquanto a nota do raffiné [requintado] de Luís XIV era o imponente, na época de Luís XV o raffiné é o gracioso. Um esplêndido gracioso, mas é um valor menor que o imponente.

Nesta sala do 15 (2) notem as formas arredondadas em tudo. Entretanto, os ângulos retos exprimem muito mais a força do que o arredondado, o qual exprime o jeito, a conciliação, o sorriso.

Por outro lado, as cores se tornam mais delicadas. O ar triunfal, que manifestavam as salas de Luís XIV, desapareceu. Não é uma sala para um Rei vencedor do mundo — como Luís XIV pretendia ser, e em certa medida o foi —, mas para um Rei que leva uma vida gostosa e, nas horas vagas, realiza uma reunião de seu Conselho.

Desta sala não resulta a conquista do universo nem a prevenção da Revolução (3). O ambiente é otimista, de quem não deseja ver o processo revolucionário se formando e adensando. Considerado sob o prisma do maravilhoso, ela o exprime com uma nota de gracioso. Neste sentido, o faz magnificamente. A linha da feeria está inteiramente afirmada. Dir-se-ia que, de algum modo, ela é até mais refinada que os salões de Luís XIV.

Dentro desse gracioso há qualquer coisa de tristonho. Não está presente aquela alegria matinal dos ambientes de Luís XIV. É uma beleza e um gracioso crepuscular, mas com todos os encantos do crepúsculo.

Numa monarquia com uma rainha regente, esta sala estaria adequada — mas não para uma rainha da têmpera de uma Branca de Castela. O ambiente, em todo o seu maravilhoso, poderia servir para lazer num palácio real. Mesmo assim, há algo de perigoso, porque ficando muito tempo aqui, não se tem vontade de passar para outros salões. Ela contém qualquer coisa do anestésico do otimismo, na linha da cançãozinha “Tout va très bien, Madame la Marquise”.


(1) Excertos da conferência proferida em 31 de outubro de 1966. Sem revisão do autor.

(2) O Castelo de Fontainebleau, na França, foi construído no século XVI pelos monarcas da dinastia de Valois. Quando ela se extinguiu, passou para a dinastia dos Bourbons. Foi ininterruptamente residência real até a Revolução Francesa. Napoleão I e Napoleão III também habitaram o castelo. Depois de Versailles, Fontainebleau é o mais importante dos castelos franceses.

(3) As palavras “Revolução” e “revolucionário” são aqui empregadas no sentido que lhes atribui Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro Revolução e Contra-Revolução, publicado primeiramente em Catolicismo, nº 100, abril/1959.

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Plinio Corrêa de Oliveira

Plinio Corrêa de Oliveira

557 artigos

Homem de fé, de pensamento, de luta e de ação, Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) foi o fundador da TFP brasileira. Nele se inspiraram diversas organizações em dezenas de países, nos cinco continentes, principalmente as Associações em Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que formam hoje a mais vasta rede de associações de inspiração católica dedicadas a combater o processo revolucionário que investe contra a Civilização Cristã. Ao longo de quase todo o século XX, Plinio Corrêa de Oliveira defendeu o Papado, a Igreja e o Ocidente Cristão contra os totalitarismos nazista e comunista, contra a influência deletéria do "american way of life", contra o processo de "autodemolição" da Igreja e tantas outras tentativas de destruição da Civilização Cristã. Considerado um dos maiores pensadores católicos da atualidade, foi descrito pelo renomado professor italiano Roberto de Mattei como o "Cruzado do Século XX".

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