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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

12/05 – “Santa” Joana de Aveiro, Virgem

Por Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

5 minhá 5 anos — Atualizado em: 5/13/2020, 4:06:56 AM


Esta princesa portuguesa da Casa de Avis, embora seja chamada “Santa Joana Princesa”, não foi oficialmente canonizada pela Igreja, sendo apenas beata. Mas a piedade do povo português a chama carinhosamente de santa, enquanto aguarda o pronunciamento da Sé de Pedro que a proclamará santa.

Joana era filha de Afonso V, “O Africano”, e de sua esposa Dona Isabel, e nasceu no dia 6 de fevereiro do ano de 1452 em Lisboa. Ela chegou a ser jurada Princesa herdeira da Coroa de Portugal, título que manteve até o nascimento do seu irmão, o futuro rei D. João II.

Desde criança Joana demonstrou um gosto pelas coisas de Deus, recolhendo-se num oratório, onde lia e meditava nas coisas  celestes.

Sua mãe faleceu quando a princesa tinha14 anos. Seu pai, D. Afonso, conhecendo o grande talento da filha, ordenou que nada se alterasse no governo da casa real, ficando a princesa substituindo sua falecida mãe. A beata soube aproveitar a nova situação para se entregar com mais liberdade à prática da penitência. Usava por debaixo das vestes reais uma túnica de tecido áspero juntamente com um cilício. Jejuava muitos dias a pão e água, particularmente às sextas-feiras, empregando vários meios para dissimular sua abstinência.

Os pobres tinham nela uma protetora desvelada. Encarregou um súdito muito virtuoso de distribuir suas esmolas.Tinha um livro com  os nomes dos necessitados, o grau de pobreza de cada um, e o dia em que lhe deveria dar esmola. Na Quinta-feira Santa mandava chamar doze mulheres pobres, das mais desamparadas e, depois de ter-lhes lavados os pés, as despedia com roupa nova e dinheiro.

A princesa Joana exerceu a regência quando seu pai foi à frente de uma esquadra conquistar Arzila e Tânger, na África.

A formosura dessa princesa era tanta que, segundo afirma Frei Luís de Souza, vieram pintores de outras nações para a retratar, o que ocorria naquele tempo quando qualquer príncipe desejava para esposa uma princesa estrangeira. Mas Joana recusou várias propostas de casamento, inclusive de Carlos VIII da França. Em 1485 recebeu também uma proposta de casamento do recém-viúvo Ricardo III, da Inglaterra, que era apenas oito meses mais novo que ela. Esta boda deveria ser parte de uma aliança que supunha ao mesmo tempo o da sobrinha daquele rei, Isabel de Iorque, com seu primo, o futuro D. Manuel I. No entanto, a morte de Ricardo em combate, do qual Joana teve um sonho profético, suspendeu esses planos.

Finalmente a princesa, desejosa de se consagrar a Deus na Ordem Dominicana, precisou vencer a resistência do pai e de seu irmão D. João (futuro D. João II) que desejavam um casamento vantajoso para ela. Aproveitou a vitória do rei na África para pedir-lhe que, assim como os monarcas da antiguidade costumavam oferecer sacrifícios aos deuses quando alcançavam uma vitória, que Afonso V também oferecesse a Deus o sacrifício da sua única filha. O rei, muito dado aos filhos, não pôde negar tal pedido.

No entanto Joana teve que esperar até que seu irmão tivesse um herdeiro, para que a linha da família não estivesse mais em perigo de extinção. Entretanto, isso não ocorreu, e D. João II morreu sem herdeiros, deixando como sucessor seu primo Manuel.

Joana ainda assim foi obrigada várias vezes a deixar o convento e voltar à corte para exercer a regência.

A princesa Joana, depois de estar algum tempo no mosteiro de Oldivelas, partiu para o convento dominicano de Jesus, em Aveiro, em 1475. Lá recebeu o hábito de noviça. Desde então abandonou por completo todas as galas reais, querendo parecer-se em tudo à mais humilde noviça. Aprendeu a fiar e a tecer, e do linho por ela preparado se faziam corporais para as igrejas pobres.

Caindo gravemente enferma, o rei mandou que tirasse o hábito. Consultado o vigário geral dos Dominicanos em Portugal e vários teólogos, estes foram de parecer que ela não devia professar, por causa de seus poucos anos. Estando reunida a comunidade, a beata declarou à Priora que, por obediência, desistia da profissão. Tirou o hábito e o colocou sobre o altar. Algumas horas depois tornou a vesti-lo, dizendo que, dali para a frente, o traria por devoção. E que, embora não estivesse obrigada à Regra, cumpri-la-ia com todo o esmero.

Em 1479 começou a assolar uma peste no país, atingindo Aveiro. O rei, vendo o perigo em que estava a filha, ordenou-lhe que saísse do convento e da cidade. Ela se dirigiu então para o Alentejo, mas onze meses depois voltou ao seu convento. Dois anos depois perdia o pai, o que foi um rude golpe para a alma amante da filha.

Finalmente, em 1489 Joana começou a ter uma febre contínua que foi piorando. Ela reconheceu que estava chegando ao fim sua peregrinação nesta terra. Com efeito, no dia 12 de maio entregou sua alma virginal ao seu Criador.

Joana foi beatificada em 1693 pelo papa Inocêncio XII. Depois da beatificação, o rei D. Pedro II mandou construir um túmulo luxuoso para onde foram trasladadas e onde ainda se encontram as relíquias da serva de Deus.

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