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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

15/02 – São Cláudio de La Colombière, Confessor

Por Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

4 minhá 4 anos


Natural de Saint-Symphorien, perto de Lyon, Cláudio de La Colombière provinha de família que já dera ilustres membros à Magistratura. De sua mãe, muito piedosa, recebeu a formação religiosa que despertaria nele a vocação sacerdotal.

O fato de ter sido aluno do colégio dos jesuítas de Lyon, cujos professores eram conhecidos por sua militância contra a heresia jansenista (espécie de protestantismo disfarçado), marcou a fundo sua espiritualidade e futuro apostolado, baseado na misericórdia e na confiança, em contraposição com o rigorismo daquela seita.

Noviço jesuíta, seus dotes invulgares, já aos 19 anos, chamaram a atenção de seu mestre, o Pe. Jean Papon, que assim o descreve ao Geral da Companhia, em relato de 1660: temperamento “suave” e aparência “delicada”, “grande talento, rara capacidade de juízo, prudência consumada, muita experiência da vida. Começou bem os estudos. Apto para qualquer coisa”.

Desse modo, ainda estudante foi escolhido para preceptor de dois filhos do poderoso ministro de Luís XIV, Colbert: Nicolau, futuro Arcebispo de Rouen, e João Batista, futuro marquês de Seignelay e Ministro da Marinha.

Ordenado sacerdote em 1669, o Pe. de La Colombière voltou a Lyon para lecionar no Colégio da Trindade, onde ficou três anos. Retirou-se depois para a Casa São José para completar o período da probatio, ou seja, o ano de recolhimento e meditação prescrito pela regra da Companhia de Jesus.

Tendo o Pe. Pierre Papon, superior dos jesuítas de Paray-le-Monial, sido transferido, o Pe. de La Colombière foi designado para substituí-lo no cargo. Isso mostra o alto conceito em que era tido.

Em sua primeira preleção às monjas Visitandinas da cidade, o Pe. Cláudio notou uma que o ouvia mais atentamente. A Superiora informou-o que se tratava da Irmã Margarida Maria.

“É uma alma visitada pela graça”, comentou o jesuíta.

Como os santos geralmente falam a mesma linguagem, o Pe. de La Colombière e a Irmã Margarida Maria logo se entenderam. Ele interpretou a experiência mística da religiosa, e estimulou-a vivamente a seguir as inspirações do Espírito que a dirigia.

Porém, a grande importância de seu apostolado consistiu no apoio inestimável que prestou a Santa Margarida Maria para divulgar a sublime mensagem que ela havia recebido do Salvador. Assim, uma nova luz – a devoção ao Sagrado Coração – iria encher os espaços da Igreja sob o bafejo de Papas e Santos. Coube ao Pe. de La Colombière, naquele momento, a missão de proteger o seu tímido bruxuleio inicial contra as várias tempestades. E ele foi fiel ao encargo recebido.

Entrementes, outro campo ainda maior de apostolado reclamava o zelo prudente do Pe. de La Colombière: a Inglaterra.

O Duque de York, herdeiro do trono e futuro Jaime II, casara-se com a princesa italiana Maria Beatriz d’Este, filha do Duque de Módena, encantadora, séria, piedosa e de grande inteligência. O Pe. Cláudio foi escolhido para a difícil tarefa de ser seu confessor e o pregador de sua capela.

Na capital inglesa o santo não se limitou somente a pregar e dirigir a Duquesa de York. Seus densos e piedosos sermões na capela do palácio atraíam muita gente. Visitava doentes, e converteu muitas pessoas. Resgatou da apostasia dezenas de Sacerdotes que tinham aderido ao cisma do lúbrico Henrique VIII. Sempre que possível, inculcava nos seus penitentes a devoção ao Sagrado Coração, que recebera de Santa Margarida Maria, e ao Escapulário.

São Cláudio, foi então acusado injustamente de um suposto complô contra o Rei, o “Oates Plot”, e lançado nos calabouços infectos e gelados do King’s Bench, onde as péssimas condições agravaram sua tuberculose incipiente. Em dezembro de 1678, banido da Inglaterra, voltou para a França.

São Cláudio faleceu aos quarenta e um anos de idade, em Paray-le-Monial no dia 15 de fevereiro de 1681, celebrizando-se como o Santo da confiança e pregador da misericórdia do Sagrado Coração. Beatificado por Pio XI em 1929, foi canonizado por João Paulo II em 1992.

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