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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

16/09 – Santos Cornélio, Papa, e Cipriano, Bispo, Mártires

Por Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

4 minhá 3 anos


São Cornélio sucedeu ao Papa São Fabiano, mártir, no ano de 250. A perseguição de Décio à Igreja era então tão violenta, que se passaram dezesseis meses desde o martírio daquele Papa sem que se pudesse congregar os fiéis para proceder à eleição de seu sucessor.

A Igreja, no Canon da Missa uniu, num único culto, os dois santos, Cornélio e Cipriano, martirizados num intervalo de cinco anos.

De São Cornélio, escreve São Cipriano: “Depois de ter sido elevado à dignidade episcopal sem artifícios e sem violência, meramente por vontade de Deus a quem unicamente pertence eleger bispos, quanta fé, quanta virtude, e quanta resolução mostrou no valor com que tomou a cadeira episcopal, no tempo em que um tirano, inimigo dos bispos de Deus, sofreria de melhor vontade um competidor ao trono, do que um bispo de Roma!”

Por suas grandes virtudes, pelo seu singular mérito, por sua eminente sabedoria de que em muitas ocasiões deu provas contra os hereges, Cornélio era já chamado “o santo presbítero”.

Romano de origem, São Cornélio morreu no exílio em Civitavecchia, em junho de 253, após dois anos de um pontificado perturbado pelo cisma de Novaciano.

O mesmo São Cipriano o encorajou a enfrentar os sofrimentos por amor à fé dizendo: “Em momentos de perseguição, sustentemo-nos por meio de uma caridade recíproca; e se a um de nós Deus der a graça de morrer logo e preceder o outro, que nossa amizade possa continuar junto ao Senhor”.

De São Cornélio diz o Martirológio Romano a 14 de setembro: “Em Roma, na Via Ápia, o bem-aventurado Cornélio, papa e mártir que, na perseguição de Décio, foi primeiro desterrado; depois açoitado com chumbeiras; por fim, degolado, com outros vinte e um Companheiros, de ambos os sexos”.

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         De São Cipriano, sabemos que nasceu por volta de 210, e era pagão. Tornando-se advogado, converteu-se ao cristianismo, e se tornou bispo de Cartago no ano de 249. 

No ano 250, o imperador Décio ordenou que todos seus súditos honrassem as divindades pagãs oferecendo sacrifícios ou queimando um pouco de incenso. Receberiam assim o libellus, ou certificado de patriotismo. Para quem recusasse, haveria prisão, tortura ou morte. Foi o que sucedeu com o papa Fabiano, martirizado em Roma.

Em Cartago o bispo Cipriano se esconde, guiando seus fiéis o máximo possível da clandestinidade. No mais aceso das perseguições, soube encorajar os fiéis em face do martírio.

Cessada a perseguição, muitos cristãos que tinham apostatado por fraqueza, pediram para ser de novo recebidos na Igreja. Formou-se então dois partidos: os que eram pela misericórdia, e os rigoristas, que não queriam concessão. São Cipriano, com outros bispos da África, eram do primeiro grupo, e por isso foi muito criticado pelos rigoristas.

Ocorrera então que, São Cornélio, assumindo o papado depois de 16 meses da sé vacante, deparou-se com um cisma provocado pelo sacerdote Novaciano, que governara a Igreja nesse período de vacância. Ele acusa o novo Papa de fraqueza por ser partidário da misericórdia para com os arrependidos, e seu cisma durará até o século V. Segundo o Martirológio Romano Monástico neste dia: “Cipriano, convicto da santidade de Cornélio, pôs sua influência a serviço do legítimo papa, que como ele contrariamente ao cismático Novaciano, perdoava os apóstatas arrependidos”,

De Cartago São Cipriano une-se ao papa Cornélio na luta contra Novaciano, afirmando a unidade da Igreja universal. E que não se trata apenas de uma harmonia pessoal com o Papa Cornélio: Cipriano advoga a unidade dos cristãos, primeiro com seus respectivos bispos, e depois dos bispos com Roma como sede principal, fundada em Pedro, o chefe dos apóstolos.

Depois que o imperador Décio foi morto na guerra, seu sucessor Galo perseguiu novamente os cristãos. Isso porque houve uma praga, e a “voz do povo”, ou seja, a dos pagãos, acusavam os cristãos por serem considerados “gordurosos”, de ser sua causa. São Cornélio morreu no exílio em 253 em Centumcellae (nome antigo de Civitavecchia).

Em 257 de agosto o novo Papa Estevão morre. O Martirológio Romano diz dele no dia 2 de agosto: “Em Roma, no cemitério de Calisto, Estevão I, papa e mártir. Celebrava o Sacrifício da Missa quando sobrevieram soldado, na perseguição de Valeriano. Intrépido, não se moveu do altar, e queria terminar os mistérios já iniciados. Então o degolaram no próprio sólio”.

O imperador Valeriano ordena nova perseguição aos cristãos, durante a qual Cipriano é enviado para o exílio. Nessa perseguição, como diz o mesmo Martirológio Romano a 6 de agosto, “no cemitério de Calisto o natalício [para o céu] do bem-aventurado Sixto II, papa e mártir, que foi morto à espada e recebeu a coroa do martírio na perseguição de Valeriano”.

Liberado, São Cipriano volta para Cartago. Mas em  setembro de 258 prendem-no novamente, e no dia 14 ele morre decapitado.

O Martirológio Romano afirma que suas relíquias, junto às do mártir Esperato e a cabeça de São Pantaleão, “foram trasladadas da África para a Gália, e religiosamente depositadas em Lião, na basílica de São João Batista”. Com Santo Agostinho, São Cipriano é uma das maiores testemunhas da doutrina da Igreja nos primeiros séculos, e o principal padroeiro da África do norte.

A Igreja, no Canon da Missa uniu, num único culto, os dois santos, Cornélio e Cipriano, martirizados num intervalo de cinco anos.

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