Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 8 anos — Atualizado em: 8/31/2017, 7:43:49 PM
Na votação havida na Câmara dos Deputados em 17 de abril último, que resultou na aprovação, naquela Casa Legislativa, do parecer favorável ao impeachment da presidente Dilma, grande número dos deputados justificou sua escolha pelo “sim” com base em Deus, na família, nos filhos, netos etc.
Essa escolha religiosa-social chamou a atenção do Brasil inteiro. A maior parte de nossos patrícios ficou agradavelmente surpresa com essas justificativas apresentadas pelos deputados. Aliás, é de notar que, em boa medida, eles assim justificaram seu voto para agradar suas bases eleitorais, uma vez que o Brasil autêntico quer ouvir falar em Deus e nos valores familiares, diferentemente desse Brasil de superfície retratado pelas novelas, pelos conchavos políticos, e por tantas outras coisas que desagradam o Brasil autêntico.
A respeito dos deputados que invocaram a Deus e a família, escreveu o articulista Helio Dias Viana: “Orgulho-me de dizer que, como brasileiro e como católico, estou do lado deles, embora saiba que muitos não são católicos, nem levam uma vida familiar consentânea com os sentimentos ali expressos. Mas estou com eles porque, com uma simplicidade e um modo de ser autenticamente brasileiros, manifestaram com evocações familiares a preeminência destes valores sobre os demais, tendo sido esta uma das principais razões por que, em consequência, votavam pelo impedimento da presidente Dilma” (“A bondade venceu o ódio”, in Catolicismo, maio/2016).
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Depois disso veio a votação no Senado com a consequente suspensão das funções da Presidente Dilma por 180 dias, até que se consume todo o processo e se pronuncie o impeachment definitivo, o que parece provável acontecer.
O Brasil autêntico recebeu com alívio e com calma esse tão esperado afastamento da Presidente. As manifestações de desagrado, produzidas por arruaceiros dos movimentos ditos “sociais”, não impressionaram. A esquerda católica, origem do PT, estrebuchou.
O diário “El País”, de Madrid, viu no impeachment “O crepúsculo dos deuses das esquerdas latino-americanas”.
Impeachment passou a ser a palavra de desafogo do brasileiro comum.
Entretanto, não faltaram os que criticaram acerbamente os deputados pelas justificativas que apresentaram. Deles tratou o jornalista Luiz Felipe Pondé em artigo para a “Folha de S. Paulo” (2-5-16), intitulado “Nojinho de Deus e da família”. Afirma Pondé que, para tais críticos, “o nojinho aqui vai além do blábláblá sobre a ‘qualidade de nossos políticos’. O nojinho é, na verdade, nojinho de Deus, da religião e da família mesmo. Seria fácil identificar em muitos ateus rancorosos (mesmo que digam que não) um ódio de Deus que os faz pensar mais Nele do que os crentes o fazem. […]
“Claro que em épocas do politicamente correto todo mundo tem que posar de ‘doce relativista’ e esconder que suspeita que essa ‘gente simples’ que crê em pastores, padres e afins seja gente ignorante que não entende nada da realidade. […]
“E o nojinho da família? Esse é fruto de ideias como ‘família é o lugar da opressão patriarcal’, ‘família é coisa de gente heteronormativa’. Basta alguém dizer que uma mulher é ‘recatada e do lar’ para um exército de chatos e ofendidos protestarem contra a opressão exercida pelas mulheres ‘recatadas e do lar’ sobre todas as outras que não querem ter recato ou um lar”.
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Esses tais contribuem para que o País oficial (da política, da TV etc.) discrimine e mesmo massacre o País real (dos que creem em Deus, amam a família, defendem a propriedade). Qual dos dois Brasis é o autêntico? Com a palavra o leitor.
Gregorio Vivanco Lopes
173 artigosAdvogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".
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