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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Francisco, movimentos “populares” e cheque em branco

Por Gonzalo Guimarães

2 minhá 8 anos — Atualizado em: 5/1/2017, 9:20:22 PM


Destaque Internacional (*)
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5 de novembro 2016: Papa Francisco, no Auditório Paulo VI (Vaticano), no III Encontro Mundial dos Movimentos Populares

 

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No Encontro, o líder marxista do MST, Stédile, cumprimenta o Papa

Com um discurso empolgado para 170 agitadores sociais de mais de 65 países dos cinco continentes, o Papa Francisco concluiu no dia 5 de novembro, no Auditório Paulo VI, no Vaticano, o III Encontro Mundial dos Movimentos Populares [foto acima] (no final, o link para a íntegra de tal discurso).

Ele se referiu aos agitadores comuno-católicos João Pedro Stédile, chefe do MST e promotor da violência no Brasil, e Juan Grabois, do “movimento de trabalhadores excluídos” e incentivador da violência nas periferias de Buenos Aires, na Argentina, chamando-os de “poetas sociais” e “seguidores de Jesus”.

Em seguida, deu-lhes um “cheque em branco” para promoverem a revolução social: “Faço meu o grito de vocês”, disse textualmente o Pontífice.

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Participou do Encontro o ex-presidente e ex-guerrilheiro José Mujica, do movimento terrorista Tupamaros, que assolou o Uruguai nas décadas de 60 e 70.

Após sussurrar uma discreta ressalva — “talvez não estejamos de acordo com tudo” —, sugeriu-lhes deixar de lado “certos nominalismos declaratórios, que são belas frases, mas que não conseguem sustentar a vida de nossas comunidades”, e partir para a agitação contra os atuais sistemas socioeconômicos, que qualificou de “terroristas”.

Em seguida, convocou os “movimentos populares” a não aceitarem e não se deixarem “desmobilizar” por “implantes cosméticos” ou “planos assistenciais”, a não se deixarem “conduzir como gado” e a rechaçarem a “tentação da canga”, que reduziria os agitadores a um papel de “atores secundários”.

De modo difícil de entender, o Papa Francisco reafirma o caminho esquerdista de seu Pontificado, em momentos em que as esquerdas latino-americanas estão sofrendo fragorosas derrotas. O Papa parece desejar assumir um papel de líder revolucionário, tentando revitalizar as esquerdas latino-americanas que estão caindo no maior descrédito. Realmente, não se sabe aonde ele pretende chegar com essa insistência em apoiar as esquerdas, comprometendo seriamente o prestígio de seu Pontificado e causando decepção em inúmeras pessoas. Ao mesmo tempo, ele parece se esquecer do drama do povo cubano, escravizado por 50 longos anos de ditadura comunista.

(*) Notas de “Destaque Internacional”. Documento de trabalho, em 6 de novembro de 2016. Este texto, traduzido do original espanhol por Paulo Roberto Campos, pode ser reproduzido em qualquer mídia impressa ou eletrônica. 
______________

Texto completo do discurso de Francisco:
http://movimientospopulares.org/el-discurso-completo-de-papa-francisco-a-los-movimientos-populares/

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Gonzalo Guimarães

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Jornalista especialista em assuntos cubanos e em política latino-americana.

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