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Plinio Corrêa de Oliveira
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7 de setembro, renasce o Brasil, perde a esquerda, implodiu o falso Centrão


Magnificat, Deo gratias são as palavras que brotam, espontaneamente, de todo coração autenticamente brasileiro, numa vista de conjunto das manifestações desse 7 de setembro: a Nação se concentrou nas ruas, manteve a ordem, demonstrou sua força persuasiva, afirmou seu patriotismo. Ela reafirmou sua determinação de lutar contra o comunismo.

O Brasil quer ser fiel à sua missão providencial.

As recentes tentativas e manobras da esquerda para impedir o Brasil autêntico se manifestar nas ruas … com absurdas acusações de serem “atos antidemocráticos” — foram, até o momento vazias, inoperantes e quiçá, contraproducentes.

Graças a Deus, não estamos em Cuba, nem Venezuela, nem China governada pelo PCCh. As “narrativas” midiáticas a favor da esquerda têm sua resposta acertada na redes sociais conservadoras e sobretudo no bom senso brasileiro.

***

Sem remontar à Independência proclamada pelo Imperador, D. Pedro I, vamos recordar o que é o Brasil, o que procuramos nesse 7 de setembro de 2021.

Um discurso, no Congresso Eucarístico de 7 de setembro de 1942, sobre a vocação do Brasil nos aponta em que consiste a vocação do Brasil.

7 de setembro de 1942, vocação do Brasil

O Brasil entrara em guerra contra o “Eixo” há pouco, e São Paulo sediava o Congresso Eucarístico internacional. O Prof. Plinio, um dos oradores oficiais, aos 33 anos de idade, proferia um discurso em que saudava as Autoridades Civis e Eclesiásticas. Dele destacamos trechos sobre a vocação do Brasil.

Congresso Eucarístico Internacional, São Paulo, 1942

Nos parecem perfeitamente atuais, afins com as gigantescas manifestações desse 7 de setembro: devolvam o meu Brasil. O que é o meu Brasil?

O feitio que Deus deu ao brasileiro

“Mas esta saudação por demais longa não seria completa se não lhe acrescentássemos uma última palavra. É próprio do feitio que Deus deu ao brasileiro, que a suavidade de um ambiente de família impregne todos os atos de nossa vida e perfume sem os deslustrar até mesmo os mais solenes. A despeito dos esplendores desta noite, estamos pois em família, e o ambiente é propício para que se desatem em confidências as esperanças que abrigamos em nós.

“Produto da cultura latina valorizada e como que transubstanciada pela influência sobrenatural da Igreja, a alma brasileira resulta da transplantação, para novos climas e novos quadros, destes valores eternos e definitivos que, precisamente porque definitivos e eternos, podem ajustar-se a todas as circunstâncias contingentes, sem perderem a identidade substancial consigo mesmo. A perfeita formação da alma brasileira comporta, pois, duas tarefas essenciais, uma que mantenha sempre intactos os fundamentos de nossa civilização cristã e ocidental e outra que ajuste esses fundamentos às condições peculiares a este hemisfério.

[Como e quanto as esquerdas e os progressistas rejeitam a alma brasileira]

“Nossos maiores executaram com evidente êxito e indomável valentia a primeira parte dessa ingente tarefa. Depois de quatrocentos anos de luta, de trabalho, aqui floresce este Brasil que é para a civilização ocidental um motivo de esperança, e para a Santa Igreja de Deus uma causa de júbilo. Mas esse esforço de conservação, que ainda é e continuará a ser sempre necessário, foi até aqui tão observante que relegou para o segundo plano o problema da adaptação.

Um incentivo à expandir e explorar nossas riquezas

1942-09-07 - Discurso da sessão de encerramento do IV Congresso Eucarístico  Nacional
Prof. Plinio, aos 33 anos, discursa no Anhangabaú para meio milhão de católicos

“Esmagava-nos a desproporção entre nossos recursos materiais que do seio da terra desafiavam nossa capacidade de produção, e a insuficiência de nossos braços, de nosso dinheiro e de nossas energias para os explorar. A terra brasileira apresentava-se cheia de possibilidades fabulosamente vastas, de riquezas inesgotavelmente fecundas, que se adivinhavam e se sentiam mesmo antes de qualquer demonstração técnica e científica. E o mesmo se poderia dizer de nossa história, toda tecida até aqui de acontecimentos políticos de alcance meramente ocidental e transcorrida quase toda ela em um tempo em que não estava na América o centro da gravidade do mundo. Bem estudada e despida das versões oficiais de um liberalismo anacrônico, aí podemos ver claramente, na fidelidade de Amador Bueno como no espírito de Cruzadas dos heróis da reconquista pernambucana, na fibra de ferro deste grande martelo da pior das heresias, que foi Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, como no coração maternal e suave da princesa Isabel, as expressões rútilas de um grande povo que, ainda nos primeiros passos de sua História, já dava mostras de ser um povo que Deus criou para grandes feitos.

Esta predestinação se afirma na própria configuração de nossos panoramas.

“Talvez não fosse ousado afirmar que Deus colocou os povos de sua eleição em panoramas adequados à realização dos grandes destinos a que os chama. E não há quem, viajando por nosso Brasil, não experimente a confusa impressão de que Deus destinou para teatro de grandes feitos esse País cujas montanhas trágicas e misteriosas penedias parecem convidar o homem às supremas afoitezas do heroísmo cristão, cujas verdejantes planícies parecem querer inspirar o surto de novas escolas artísticas e literárias, de novas formas e tipos de belezas, e na orla de cujo litoral os mares parecem cantar a glória futura de um dos maiores povos da Terra.

“Quando nosso poeta cantava que “nossa terra tem palmeiras onde canta o sabiá, e que as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá”, percebeu, talvez confusamente, que a Providência depositou na natureza brasileira a promessa de um porvir igual ao dos maiores povos da Terra.

“E hoje, que o Brasil emerge de sua adolescência para a maturidade, e titubeia nas mãos da velha Europa o cetro da cultura cristã, que o totalitarismo quereria destruir, aos olhos de todos se patenteia que os países católicos da América são na realidade o grande celeiro da Igreja e da Civilização, o terreno fecundo onde poderão reflorir com brilho maior do que nunca as plantas que a barbárie devasta no velho mundo. A América inteira é uma constelação de povos irmãos. Nessa constelação, inútil é dizer que as dimensões materiais do Brasil não são uma figura de magnitude de seu papel providencial.

[Até então o comunismo não tinha deitado garras em Cuba, nem Venezuela …]

Tempo houve em que a História do mundo se pôde intitular “Gesta Dei per Francos”. Dia virá em que se escreverá “Gesta Dei per brasilienses” (As ações de Deus pelos brasileiros).

A missão providencial do Brasil

“A missão providencial do Brasil consiste em crescer dentro de suas próprias fronteiras, em desdobrar aqui os esplendores de uma civilização genuinamente Católica, Apostólica Romana, e em iluminar amorosamente todo o mundo com o facho desta grande luz, que será verdadeiramente o “lumen Christi” que a Igreja irradia. Nossa índole meiga e hospitaleira, a pluralidade das raças que aqui vivem em fraternal harmonia, o concurso providencial dos imigrantes que tão intimamente se inseriram na vida nacional, e mais do que tudo as normas do Santo Evangelho, jamais farão de nossos anseios de grandeza um pretexto para jacobinismos tacanhos, para racismos estultos, para imperialismos criminosos. Se algum dia o Brasil for grande, sê-lo-á para bem do mundo inteiro.

Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, 7 de setembro, Brasilia

“Sejam entre Vós os que governam como os que obedecem”, diz o Redentor. O Brasil não será grande pela conquista, mas pela Fé; não será rico pelo dinheiro tanto quanto pela generosidade. Realmente, se soubermos ser fiéis à Roma dos Papas, poderá nossa cidade ser uma nova Jerusalém, de beleza perfeita, honra, glória e gáudio do mundo inteiro.

[Infelizmente, acrescentamos, a crise na Igreja afastou tantas autoridades do bom caminho, como acontece no Brasil com a CNBB, em seu recente vídeo sobre o 7 de setembro]

“Aqui mesmo encontrais disto, Senhores, um formoso símbolo. Pela primeira vez arderá em uma cerimônia pública o incenso nacional. Pela primeira vez órgão inteiramente nacional tem deliciado nossos ouvidos. Mas esse incenso queimará nos altares de uma Religião que é Universal, e esse órgão fará ecoar as melodias da Igreja na língua-mater de toda a cultura do mundo. Nada poderia dizer melhor do verdadeiro sentido de nosso nacionalismo, ou, posta de lado essa palavra tantas vezes mal empregada, de nosso patriotismo.

Um dos maiores povos da Terra

“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Explorai, Senhores do Poder Temporal, as riquezas de nossa terra; estruturai segundo as máximas da Igreja, que são a essência da civilização cristã, todas as nossas instituições civis. Auxiliai quanto em Vós estiver, a Santa Igreja de Deus e que plasme a alma nacional na vida da graça, para a glória do céu. Fazei do Brasil uma pátria próspera, organizada e pujante, enquanto a Igreja fará do povo brasileiro um dos maiores povos da História. Na harmonia desta mesma obra está a predestinação de uma íntima cooperação entre dois poderes. Deus jamais é tão bem servido, quanto se César se porta como seu filho. E, Senhores, em nome dos católicos do Brasil, eu vo-lo afianço, César jamais é tão grande, como quanto é filho de Deus.

“Nessa colaboração está o segredo de nosso progresso e nela vossa parte é verdadeiramente magnífica.

“Trabalhai, senhores, trabalhai neste sentido. Tereis a cooperação entusiástica de todos os nossos recursos, de todos os nossos corações, de todo o nosso fervor. E quando algum dia Deus Vos chamar à vida eterna, tereis a suprema ventura de contemplar um Brasil imensamente grande e profundamente cristão, sobre o qual o Cristo do Corcovado, com seus braços abertos, poderá dizer aquilo que é o supremo título de glória de um povo cristão. Executai o programa de Governo que consiste em procurar antes o reino de Deus e sua justiça, que todas as coisas lhes serão dadas por acréscimo.

Bem-aventuranças para o Brasil

“Em um Brasil imensamente rico, vereis florescer um povo imensamente rico, vereis florescer um povo imensamente grande, porque dele se poderá dizer:

“Bem-aventurado este povo sóbrio e desapegado, no esplendor embora de sua riqueza, porque dele é o reino dos céus.

“Bem-aventurado este povo generoso e acolhedor, que ama a paz mais do que as riquezas, porque ele possui a terra.

“Bem-aventurado este povo de coração sensível ao amor e às dores do Homem-Deus, às dores e ao amor de seu próximo, porque nisto mesmo encontrará sua consolação.

“Bem-aventurado este povo varonil e forte, intrépido e corajoso, faminto e sedento das virtudes heroicas e totais, porque será saciado em seu apetite de santidade e grandeza sobrenatural.

“Bem-aventurado este povo misericordioso, porque ele alcançará misericórdia.

“Bem-aventurado este povo casto e limpo de coração, bem aventurada a inviolável pureza de suas famílias cristãs, porque verá a Deus.

“Bem-aventurado este povo pacífico, de idealismo limpo de jacobismos e racismos, porque será chamado filho de Deus.

“Bem-aventurado este povo que leva seu amor à Igreja a ponto de lutar e sofrer por ele, porque dele é o reino dos céus”.”

***

Assim, vemos a missão do Brasil, no concerto das Nações. Assim é a alma brasileira que lotou as ruas nesse 7 de setembro: ordeira, calma, firme e forte na defesa da nacionalidade, de nossos direitos, de nossa missão.

As esquerdas, o falso Centrão procuram nos impor uma forma made in Cuba, Venezuela ou China.

Nossa Senhora Aparecida guie, proteja e sustente essa vigorosa reação, cuja pujança o Brasil pode presenciar de Norte a Sul, nesse 7 de setembro de 2021.

Esse ainda será um grande País!

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Nuno Alvares

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