Aproximação, apostolado de conquista, infiltração eram palavras-talismã dos católicos amolecidos em meados do século XX. A Ação Católica foi a instituição preferida na década de 1940 para divulgar esse “espírito” e seus erros são hoje repetidos pelos atuais “apóstolos” da escuta, aproximação, discernimento.
Em 1943 foi publicado exatamente o livro Em Defesa da Ação Católica que mostrava a prudência meramente humana, carnal, humanitária desse equivocado apostolado. Bem mereceu o livro de Dr Plinio um elogioso e denso prefácio do então Núncio Apostólico no Brasil (D. Aloisi Masella) e alguns anos mais tarde uma carta de aprovação do Vaticano, assinada por Mons. Montini — endossando oficialmente as teses do livro. (download gratuito https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ED_0000Indice.htm).

A História tem seus vais e véns, os erros se repetem. Julgamos oportuno recordar as palavras de São Pio X na Encíclica Jucunda Sane, 1904, reproduzidas no mensário Catolicismo (1952):
Grave erro dos que se deixam guiar pela prudência mundana
A utilidade da leitura dessas “Verdades esquecidas” – com as devidas adaptações – encontra-se ressaltada pelo Prof. Plinio em artigo de “Catolicismo” de abril de 1952: “É necessário que se ponham em foco as máximas que o demônio, o mundo e a carne procuram a todo momento relegar para segundo plano”.
Da Encíclica “Jucunda Sane” de São Pio X, de 12-3-1904:
“De onde vedes, Veneráveis Irmãos, quão grave é o erro dos que, pensando prestar dessa maneira grandes serviços à Igreja e trabalhar frutuosamente pela salvação eterna dos homens, se permitem, por uma prudência inteiramente mundana, grandes concessões a uma pretensa ciência, na vã esperança de com isso conquistar mais facilmente a benevolência dos amigos do erro; na realidade expoem-se eles mesmos ao perigo de perder a própria alma. A verdade é una e indivisível; eternamente a mesma, não está submetida aos caprichos dos tempos: “O que Jesus era ontem é hoje e será por todos os séculos” (Hebr. XIII, 8).
“Enganam-se também, e muito, os que na distribuição pública de socorros, principalmente em favor das classes populares, preocupam-se ao mais alto ponto com as necessidades materiais e passam em silêncio a salvação das almas e os deveres gravíssimos da vida cristã. Por vezes mesmo, não se envergonham eles de cobrir como que com um véu os preceitos mais importantes do Evangelho, temerosos de serem ouvidos com má vontade senão mesmo abandonados.
“Sem dúvida, quando se tratar de esclarecer homens hostis às nossas instituições e completamente afastados de Deus, a prudência poderá autorizar a não propor a verdade senão gradativamente. “Ao curar as feridas, diz São Gregório, apalpai-as primeiro com mão suave” (Registr. v. 44, 18, ao Bispo João). Mas seria transformar uma habilidade legítima numa espécie de prudência carnal, erigi-la em regra de conduta constante e comum, e seria também fazer pouco caso da graça divina, que não é concedida unicamente ao sacerdócio e a seus ministros, mas favorece a todos os fiéis de Cristo, a fim de que nossos atos e palavras impressionem suas almas (“Catolicismo”, nº 43, julho de 1954).
Retomando a tese em Revolução e Contra-Revolução
Em 1959 Dr. Plinio volta à tese em sua obra mestra Revolução e Contra-Revolução, exatamente quando explica a tática a ser usada face aos erros do século:
“A Contra-Revolução não deve, pois, dissimular seu vulto total. Ela deve fazer suas as sapientíssimas normas estabelecidas por São Pio X para o proceder habitual do verdadeiro apóstolo: “Não é leal nem digno ocultar, cobrindo-a com uma bandeira equívoca, a qualidade de católico, como se esta fosse mercadoria avariada e de contrabando” 49.
“Os católicos não devem “ocultar como que sob um véu os preceitos mais importantes do Evangelho, temerosos de serem talvez menos ouvidos, ou até completamente abandonados” 50. Ao que judiciosamente acrescentava o santo Pontífice: “Sem dúvida, não será alheio à prudência, também ao propor a verdade, usar de certa contemporização, quando se tratar de esclarecer homens hostis às nossas instituições e inteiramente afastados de Deus. “As feridas que é preciso cortar – diz São Gregório – devem antes ser apalpadas com mão delicada”.
“Mas essa mesma habilidade assumiria o aspecto de prudência carnal se erigida em norma de conduta constante e comum; e tanto mais que desse modo pareceria ter-se em pouca conta a graça divina, que não é concedida somente ao Sacerdócio e aos seus ministros, mas a todos os fiéis de Cristo, a fim de que nossas palavras e atos comovam as almas desses homens” 51. (Download https://www.pliniocorreadeoliveira.info/RCR_0000_indice.htm)
49 Carta ao Conde Medolago Albani, Presidente da União Econômico-Social, da Itália, datada de 22-XI-1909, Bonne Presse, Paris, vol. V,
50 Encíclica Jucunda Sane, de 12-III-1904, Bonne Presse, Paris, vol. I, p. 158.
Estamos em novo Pontificado. Não faltarão — no cenário religioso, político, cultural — os adeptos de concessões a todo preço aos erros do século. Que o sumo pontífice Sâo Pio X ilumine o Papa Leão XIV face aos erros progressistas que vêm por décadas tentando desfigurar a face da Santa Igreja.