Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
Aos 20 anos, Plinio defendia uma catolicidade radical, a supremacia da fidelidade ao Papa, a importância da Igreja na ordem temporal e a luta entre o bem e o mal na História, elementos presentes em sua obra "Revolução e Contra-Revolução" de 1959.
5 min — há 11 meses — Atualizado em: 12/13/2023, 10:46:01 AM
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
Comemoramos, nesse 13 de dezembro, o nascimento do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Nosso Site que se inspira em seus escritos, livros e conferências publica hoje o conjunto de convicções que ele já formara aos 20 anos. Fruto de leituras, de reflexões, sobretudo da aplicação da doutrina católica em contraste com a Revolução como esta se apresentava na década de 1920.
O comunismo, com a revolução bolchevista (1917), implantou a ditadura sanguinária na Rússia e chacinou barbaramente a familia imperial. Por outro lado, as direitas falsas (notadamente o nazismo e fascismo) ganhavam terreno na Europa. E, não só na Europa, direitas falsas surgiam em "oposição" ao comunismo.
Dr Plinio previu o Pacto entre a URSS e Alemanha nazista, assinado por Ribbentrop e Molotov, 1939
Foi nesse ambiente de contraste entre os horrores do comunismo e a falsa opção oferecida pelo nazifascismo que o Dr Plinio formou suas convicções (1928) que são fundamentalmente as mesmas que expôs em seu livro Revolução e Contra-Revolução, em 1959.
É preciso ter vivido em 1920, ou em 1925, para compreender o tremendo caos ideológico em que se debatia a humanidade. O Comunismo na Rússia, no México e mais tarde na Espanha foi a ocasião de que se serviu a Providência para abrir os olhos no Ocidente. [...] Muitos espíritos percebiam por fim para que abismos caminhava o mundo, e quais os guias que o levavam para o abismo.
Continua o Prof. Plinio: "Como escreveu Pio XI, um sopro universal do Espírito Santo orientava para a Igreja os espíritos transviados. Em plena hecatombe da civilização cristã, a Igreja de Deus começava a florir novamente, produzindo rebentos que atestavam iniludivelmente sua eterna pujança.”
O Movimento Católico se organizava por toda a Europa. Eram legiões os moços que, desgostosos do curso das coisas, abriam os olhos para a Verdade Revelada, e almejavam de todo coração o triunfo da civilização cristã. As obras sociais católicas, a imprensa católica, o rádio católico, a ação política dos católicos triunfavam por toda parte.
“Assim, na Alemanha, na Áustria, na Espanha, na Itália, na França, no Brasil, na Holanda, na Bélgica, os êxitos eleitorais dos católicos eram cada vez mais estrondosos. E quanto mais crescia o perigo comunista, tanto mais se acendia o ardor da reação católica.”
Foi nesse "ambiente" que surgiram as "falsas direitas".
“Sempre que o demônio está na iminência de perder uma partida, sua grande arma é a confusão. Utilizou-a ainda desta vez. A História talvez diga, algum dia, em que antros o plano tenebroso se forjou. Mas o fato é que para atender aos anseios das massas sedentas de civilização cristã, apareceu na Alemanha um partido, logo copiado em outros lugares, que se propunha a implantar um novo mundo cristão.”
O nazismo apresentou-se, nessa primeira fase, como um "movimento místico-heróico, propugnador das tradições da Alemanha cristã e medieval, contra a dissolução demagógica e corruptora da propaganda bolchevista", escreveu o Prof. Plinio.
Mas se se atentasse para o lado positivo (aquilo que desejava inovar) dessa ideologia, lado que só aos poucos a maquiavélica propaganda parda (nazista) revelava aos “iniciados”, que terrível decepção! Ideologia confusa, impregnada de evolucionismo e materialismo histórico, saturada de influências filosóficas e teológicas pagãs.
Foi, portanto, nesse Quadro Histórico em que as falsas direitas se apresentaram como solução para as decadentes Democracias ocidentais que Plinio Corrêa de Oliveira forjou a sua mentalidade contra-revolucionária. Diz ele:
Quando eu entrei para a Congregação Mariana de Santa Cecília (1928) e comecei a participar desse Congresso da Mocidade Católica -- eu posso dizer -- eu era inteiramente um ultramontano e que quase todas as idéias que nós temos hoje, na sua raiz eu já tinha.
Congresso da Mocidade Católica, São Paulo, setembro de 1928
Eu especifico:
"Convicto igualmente eu estava de que toda a ordem de acontecimentos decorrentes do protestantismo até o comunismo era a pior coisa possível, representava a destruição da civilização." (Essa é a tese de seu livro, em 1959, Revolução e Contra-Revolução)
Eu estava igualmente convicto da importância da devoção a Nossa Senhora, embora não conhecesse ainda o Tratado de São Luis Maria Grignion de Montfort, que deu expressão definitiva ao assunto da devoção a Nossa Senhora. Mas, enfim, eu compreendia bem que era o lado saliente da doutrina católica em matéria de piedade, e eu posso dizer que já era o lado saliente de minha piedade, de minha vida espiritual.
Eu devo dizer mais uma coisa. Era também – "e aqui está propriamente o traço característico da mentalidade que graças a Deus eu já tinha nesse tempo – uma noção muito viva da diferença entre o bem e o mal, da oposição do bem e do mal, da luta do bem e do mal dentro da História", embora a questão do satanismo eu também conhecesse muito mal. Tinha uma certa... noção intuitiva da questão do satanismo."
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Ai está em rápidos traços um apanhado da mentalidade contra-revolucionária de Dr. Plinio aos 20 anos.
Consulte as biografias escritas pelo Prof. Roberto de Mattei (O Cruzado do Século XX) e Um Homem, uma obra, uma gesta disponíveis para download gratuito.
Graças sejam dadas a Maria Santíssima por ter dado ao Brasil um líder católico, mariano, antiprogressista e anticomunista.
Marcos Machado
492 artigosPesquisador e compilador de escritos do Prof. Plinio. Percorreu mais de mil cidades brasileiras tomando contato direto com a população, nas Caravanas da TFP. Participou da recuperação da obra intelectual do fundador da TFP. Ex aluno da Escola de Minas de Ouro Preto.
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Martìn Jorge Viano
16 de dezembro de 202316/12/2023 às 01:59