Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

As curas de REIMS sinal do aprazimento de Deus com a monarquia francesa

Por Plinio Corrêa de Oliveira

4 minhá 4 anos — Atualizado em: 6/29/2020, 11:20:01 PM


“Clóvis, rei dos francos” de François-Louis Dejuinne (1786–1844)

O primeiro rei da França foi Clóvis, rei dos francos e esposo da princesa da Burgúndia, Santa Clotilde. São Remígio, bispo de Reims, celebrou missa com a catedral toda ornada.

Muito bonita para os gostos talvez um pouco bárbaros do tempo mas, enfim, a catedral estava toda ornada.

Quando o bispo entrou com o rei, Clóvis achou a igreja tão bonita que perguntou a São Remígio: “Meu pai, este é o reino dos céus?”

Conta a tradição que enquanto São Remígio sagrava Clóvis, apareceu uma pomba trazendo no bico um frasco de cristal com o óleo com o qual Clóvis deveria ser ungido.

Desde então, sistematicamente, todos os reis da França até Carlos X foram ungidos com esse óleo.

Foi um milagre de Deus fazendo uma pomba romper o “muro” invisível que separa a esfera sobrenatural da natural, e receber de um anjo esse frasco. E vir para que um santo, São Remígio, fizesse a sagração do primeiro rei.

Catedral de Reims

A idéia é de conferir algo de sagrado ao pináculo da ordem temporal que é o rei. De maneira que as duas ordens ‒ a espiritual e a temporal ‒ se tocam sem se confundirem nem se nivelarem.

A ordem temporal quando ela se põe no ápice de si mesma ela toca com o dedo no teto que é a ordem espiritual. E forma a bela continuidade das obras de Deus.

A unção conferida aos reis da França pelo bispo de Reims, sucessores de São Remígio, era um sacramental que dava aos reis da França uma qualidade participativa da ordem espiritual.

Havia antigamente uma doença da pele chamada escrofulose. É um nome horrendo para um mal horrendo também que produz na pele umas úlceras purulentas chamadas de escrófulas.

Essa doença era muito freqüente antigamente pela falta de remédios.

Até a queda da monarquia, quando terminava a coroação dentro da catedral com esplendor magnífico, com a flor da nobreza e todo o episcopado presente, os sinos da catedral de Reims revoavam fazendo ouvir em todos as redondezas a alegria da Igreja e da nação porque lhe tinha sido dado um novo rei.

“O rei toca em ti e Deus te cure”

Do lado de fora da igreja, um espetáculo doloroso e aflitivo se acumulava: eram os escrufulosos da França inteira que tinham ouvido falar que iria ser coroado um novo rei.

E acreditava-se pela tradição que quando o rei saísse da igreja de dentro daquele esplendor supremo e tocasse um por um os doentes dizendo: “Le roi te touche, Dieu te guérisse” (“o rei toca em ti e Deus te cure”, ele operava numerosas curas.

Podemos imaginar os pobres coitados que ficavam livres da doença como ficariam alegres. Era uma cena que quase repetia a alegria daqueles que foram curados por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Assim eram os lampejos de aparentes contradições formosíssimas em que se compraz a Igreja e o espírito católico.

De um lado esplendor, riqueza, luxo e poder difíceis de imaginar. Do lado de fora, colada na porta, uma miséria de fazer a gente chorar.

Mas, entre uma coisa e outra não há a infame luta de classes imaginada por Marx. Na ordem católica há colaboração das classes.

O rei é o pai dos pobres e por causa disso ele sai e com sua mão que acaba de ser ungida, ele toca a escrófula asquerosa de cada doente, e diz a fórmula: “o rei toca em ti ‒ ele não dizia que o rei te cura, mas ‒ Deus te cure.”

Como é bonito ver a majestade real curvar-se com afeto sobre cada filho escrufuloso e obter do Céu que pelo intermédio dessa mão que acaba de ser sagrada, a graça de Deus cure aquele pobre coitado.

Pobres e ricos, grandes e pequenos, ficavam unidos sem serem confundidos numa cerimônia dessa natureza.

(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 5/10/94. Sem revisão do autor)

Detalhes do artigo

Autor

Plinio Corrêa de Oliveira

Plinio Corrêa de Oliveira

557 artigos

Homem de fé, de pensamento, de luta e de ação, Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) foi o fundador da TFP brasileira. Nele se inspiraram diversas organizações em dezenas de países, nos cinco continentes, principalmente as Associações em Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que formam hoje a mais vasta rede de associações de inspiração católica dedicadas a combater o processo revolucionário que investe contra a Civilização Cristã. Ao longo de quase todo o século XX, Plinio Corrêa de Oliveira defendeu o Papado, a Igreja e o Ocidente Cristão contra os totalitarismos nazista e comunista, contra a influência deletéria do "american way of life", contra o processo de "autodemolição" da Igreja e tantas outras tentativas de destruição da Civilização Cristã. Considerado um dos maiores pensadores católicos da atualidade, foi descrito pelo renomado professor italiano Roberto de Mattei como o "Cruzado do Século XX".

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados