Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 8 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:47:30 PM
Em matéria assinada por Ross Douthat no prestigiado jornal americano “The New York Times” (15-2-17), tanto em Roma como em Washington “um centro provisório rachou-se”. O que esta intrigante afirmação quer dizer?
Recordemos antes o que é o “centro”. Depois da II Guerra Mundial estabeleceram-se no mundo dois polos: o da esquerda e o da direita. O primeiro era representado pela Rússia e pela China, e o segundo pelo Vaticano e pelos Estados Unidos. Um grande fosso os separava.
Havia também, entre esses polos, uma terceira força, que consistia num magma informal, representado pelas vítimas da “bobeira”, para as quais tudo estaria bem desde que não se mexesse com seu cafezinho. Ou por certa politicagem sem posição aparente definida.
Passou-se o tempo e a situação mudou. Para Ross Douthat, há hoje “uma tentativa de unir a política americana e as intrigas do Vaticano em um único melodrama”.
Será mesmo? A manchete do jornal fala em espelho!
O fato é que semelhanças de estilo entre o Papa Francisco e Donald Trump (e também Steve Bannon, o ideólogo-chefe de Trump) pareceriam existir. Escreve Douthat: “No contexto do papado, em seu estilo como governante da Igreja, Francisco é flagrantemente ‘trumpiano’: um arrasador de normas, um desconsiderador de tradições, um retórico insulto pesado, um impaciente pontífice com as restrições da lei da Igreja e inclinado a governar por decreto quando as regras e estruturas existentes resistirem à sua vontade.
“Seus admiradores acreditam que todos esses movimentos agressivos, seu alto risco em empurrar para mudar a disciplina da Igreja com o novo casamento e o divórcio, e a sua recente anexação dos Cavaleiros de Malta são justificados pela ‘ossificação da Igreja’” (sic).
Para Douthat, “um centro provisório rachou-se”, e isso representaria certamente um novo rumo. Mudando a posição do centro, modifica-se o rumo das duas partes. Mas para onde? O articulista não diz.
O que parece certo é que 2017, ano do centenário de Fátima, será uma “caixa de surpresas” para o mundo. Pois enquanto Douthat escrevia, Vladimir Putin — o terceiro lado do triangulo imaginário Putin-Trump-Francisco — dizia que “as fronteiras da Rússia não terminam em parte alguma”…
Seja o primeiro a comentar!