Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 14 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:32:43 PM
Pesquisa revela: suicídios crescem entre jovens, a violência se avoluma desmesuradamente no Nordeste, a imagem do Brasil se avizinha à do Iraque, Vietnã e Coréia. Só há uma solução possível…
O mundo tem sido abalado ultimamente por catástrofes terríveis. A terra treme e joga sobre as pessoas quantidades insuspeitadas de cimento e concreto, sepultando-as; vulcões lançam lavas e cinzas que até impedem a aviação de funcionar; tsunamis arrasam tudo o que encontram pela frente; enchentes calamitosas geram enxurradas, rios de lama, desabamentos e mortes. São apenas exemplos.
Mas há pior. No Oriente Médio — estendendo-se para o norte da África — os abalos não foram produzidos pelos elementos, mas pelos homens. E tudo com a característica do inesperado. As guerras no Iraque e no Afeganistão se prolongam indefinidamente. Por toda parte a sociedade se encontra convulsionada, e os homens divididos entre si.
Sinais dos tempos? Talvez. Caso as convulsões continuem a aumentar em ritmo acelerado, aonde nos conduzirão?
Se novos acontecimentos vierem a agravar o presente quadro, poderemos chegar a uma situação na qual parcelas ponderáveis dos habitantes do Planeta já não esperem mais nada dos recursos humanos para sair da crise. O que farão eles? Desesperados pela falta de fé na misericórdia divina, apelarão para que extraterrestres venham salvar-nos? Estarão dispostos a sofrer qualquer tipo de jugo ou escravidão em troca de um pouco de sossego em suas vidas? São hipóteses extremas que a apostasia do mundo moderno em face da civilização cristã obriga a levantar.
Violência se avoluma no Nordeste
Como está a situação no Brasil? Não podendo transformar este artigo em um tratado sobre o assunto, retemos apenas um ponto: o crescimento da violência no País. Não é apenas o tráfico nos morros do Rio ou a criminalidade em São Paulo; a situação se agrava no Norte-Nordeste.
O Mapa da Violência 2011, divulgado pelo Ministério da Justiça e o Instituto Sangari, revela que o Nordeste (com o Norte fazendo parte desta dinâmica) é hoje o que pode ser chamado de a grande “chaga” da violência no País. A região registra o maior aumento de mortes por causas externas violentas, uma verdadeira escalada de homicídios, suicídios e acidentes de trânsito (cfr. “O Estado de S. Paulo”, 24 e 25-2-11).
Certa esquerda, sempre propensa a debitar a causa de todos os males à pobreza, erra aqui rotundamente. Falha mais uma vez o marxismo rançoso e enferrujado.
“Enquanto a pobreza diminuiu na região, os homicídios aumentaram 65%, os suicídios 80%, e os acidentes de trânsito, 37%. Na população jovem os índices são ainda piores: um crescimento de 49% nos acidentes, 94% nos homicídios e 92% nos suicídios”, revela a pesquisa.
Estados como Alagoas e Bahia, que figuravam na parte de baixo do ranking da violência, agora pularam para as primeiras posições. Outros, como o Maranhão, quase quadruplicaram suas taxas de homicídio. Saíram de taxas quase européias, de cinco assassinatos por 100 mil habitantes, para 20 por 100 mil (um aumento assustador, na média de 170%). A região registra números crescentes de assaltos a bancos, roubos de carros, tráfico de drogas, acidentes de moto.
Iraque, Coréia e Vietnã
No estado de Alagoas, a violência chegou a uma situação tão crítica que lugarejos passaram a ser tratados como praças de guerra e ganharam nomes como Iraque, Coréia e Vietnã. São bairros da periferia ou povoados da região metropolitana onde impera a “lei do silêncio” e nos quais a queixa ou denúncia dos traficantes pode custar o sacrifício da própria vida. Em dez anos a violência cresceu 2,7 vezes. Além disso, o Mapa da Violência 2011 mostra que dez municípios alagoanos fazem parte das cem cidades brasileiras consideradas as mais violentas. Entre os jovens, notam-se sintomas de catástrofe: o número de homicídios cresceu 343% e a taxa por 100 mil habitantes quadruplicou.
“Aqui dívida de droga é cobrada à bala“, diz o autônomo José Cláudio da Silva, de 57 anos, pai de nove filhos. Ele mora em uma das quatro mil casas do Conjunto Habitacional Nova Esperança, que de tão violento passou a ser conhecido como Iraque. Localizado na zona rural de Marechal Deodoro, primeira capital do estado e berço do proclamador da República, o conjunto foi construído há menos de dez anos. Em pouco tempo, os moradores viraram reféns de traficantes. Quem não colabora ou se intromete nos negócios, morre.
O avanço do tráfico faz pessoas pagarem pedágio a traficantes para poder transitar em bairros populares, nos grotões e na Grande Maceió, em Rio Largo, Pilar, Marechal Deodoro, Satuba e Paripueira.
Quadro digno da máfia siciliana!
Suicídios entre jovens
Os casos de suicídio no Brasil cresceram 17,1% no período entre 1998 e 2008. Mas o que mais preocupa os pesquisadores é o fato de que eles ocorrem cada vez mais na população mais jovem. As taxas são mais altas que as da população em geral.
“Não é comum no mundo que jovens se matem mais. É uma exceção à regra internacional. Temos de ver o que acontece”, afirmou o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz.
Em 1998, foram 6.985 óbitos desse tipo no País. Dez anos depois, o número passou para 9.328. No Nordeste, a taxa de suicídio aumentou 80,1% no período analisado. O segundo maior crescimento foi apresentado pelo Centro-Oeste, com elevação de 31,1%.
Moral católica, única solução
Há mais de meio século Plinio Corrêa de Oliveira escrevia que a moral católica é “a única que pode dar ao homem a razão pela qual ele é obrigado a cumprir com os seus deveres” (“Legionário”, 31-10-1937). Fora dela, será vã toda e qualquer tentativa para pôr cobro à violência e às demais crises que se abatem sobre o mundo moderno.
O que fazer, então? Ainda é tempo de atender ao pungente chamado, sempre atual, do Profeta Oséas: “Converte-te ao Senhor teu Deus, porque foi teu pecado que te fez cair” (Os 14,1-2). Tendo como advogada a Virgem Santíssima, o arrependimento e o pedido de perdão, se sinceros, certamente serão misericordiosamente aceitos.
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