Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 5 anos — Atualizado em: 8/8/2019, 5:46:04 AM
Notícia de AsiaNews, Wang Zhicheng , 1 de agosto, comenta mais uma manobra do Partido Comunista chinês a fim de eliminar – desta vez dos textos escolares – as palavras: Deus, Bíblia e Cristo.
“Sinicização”: um projeto amplo e radical para exterminar a Religião
Obedecendo, não se sabe a que poderes, nossa mídia (sempre aberta aos sensacionalismos opostos ao governo) raramente dá notícias sobre esse processo de erradicação da Religião na China: a “sinicização”.
Histórias como “A vendedora de fósforos”, “Robson Crusoé, contos de Dumas, Vitor Hugo e Chéjov foram censurados para atender à “sinicização”, uma perversa manobra para que as religiões sejam expurgadas de “valores ocidentais”. Expurgadas de “valores ocidentais” e expurgados do genuíno Catolicismo.
Comenta AsiaNews que se trata do medo de Xi Jinping que a China venha a se converter no maior país cristão do mundo.
Segundo AsiaNews é o intento do Ministério de Educação da China de reduzir a adesão dos chineses à religião (em particular o Cristianismo), rotulada de “sinicização”, que inclui a censura inclusive em obras de autores estrangeiros, e até clássicos chineses.
Exemplos de censura
No conto de Hans Christian Andersen — “A Vendedora de Fósforos” – em certo momento aparece a falecida avó que lhe diz: “Quando cai uma estrela, uma alma vai para Deus” que foi alterada para “Quando cai una estrela, uma pessoa deixa esse mundo”.
Na obra “Robinson Crusoé”, de Daniel Defoe, a passagem “depois de naufragar e chegar a uma ilha perdida o aventureiro conseguiu recuperar 3 Bíblias do barco despedaçado” foi substituída por “Crusoé conseguiu salvar “alguns livros””.
Também do conto de Anton Chéjov – “Vanka” foram eliminadas todas as passagens com a palavra “Cristo”.
Quem é Xi Jinping, um ditador anticristão?
Ainda segundo AsiaNews, a censura às palavras de cunho religioso é tão generalizada que atinge também os níveis universitários com a censura a obras famosas como “O conde de Montecristo” de Alexandre Dumas, “Notre Dame de Paris” de Victor Hugo e obras de Tolstoi.
“Todas estas operações respondem à diretivas lançadas pelo presidente (vitalício) Xi Jinping a partir de 2015, quando afirmou que para existir na China, as religiões devem “sinicizar-se”, ou seja, ser assimiladas à cultura chinesa e submeter-se ao Partido Comunista. A “sinicização” se obtém exaltando o patriotismo nacionalista e depreciando as religiões “estrangeiras”, como o cristianismo”.
Observadores sustentam que a sinicização se funda no temor de que a China se converta no país mais cristão do mundo em 2030 e também para defender o país contra as ideias ocidentais como, por exemplo, direitos humanos, democracia, estado de direito.
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Cabe aqui uma observação: como ficam os acordos Vaticano-China ou União Europeia-China face à violação da liberdade religiosa, à censura ao Catolicismo ou aos direitos humanos?
Vão protestar, vão impor condições ao ratificar os tratados comerciais UE-Pequim recentemente acordados?
E o Brasil, o maior país católico da Terra, irá incrementar acordos — como declarou o vice presidente Hamilton Mourão — sem impôr condições a Pequim?
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