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3 min — há 6 anos — Atualizado em: 8/31/2018, 8:12:40 PM
A mudança de paradigma do Papa Francisco: continuidade ou ruptura na missão da Igreja? Este é o título do livro lançado pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, no qual José Antonio Ureta, pesquisador da TFP (Tradição, Família e Propriedade) francesa, analisa os cinco primeiros anos do atual Pontificado.
O autor sustenta a tese de que a “mudança de paradigma” — conceito adotado pelo Papa Francisco — transmite a ideia de ruptura ou descontinuidade e, em consequência, de uma nova fisionomia da Igreja e do Papado. A ponto de alguns chegarem a falar de “uma nova Igreja de Francisco”.
Segundo o correspondente na Itália do semanário alemão “Der Spiegel”, o próprio Papa Francisco teria insinuado: “Não é de se excluir que eu passe para a história como aquele que dividiu a Igreja Católica”.
Conforme J.A. Ureta, essa ruptura se verifica também em relação à doutrina social ensinada até aqui pela Igreja. De onde, de um lado, o abandono prático da defesa dos “valores inegociáveis” (a vida dos nascituros, o casamento indissolúvel entre um homem e uma mulher etc.), e, de outro, o apoio à Teologia da Libertação e à agenda neomarxista do MST e demais “movimentos sociais”.
É generalizado o conhecimento do apoio pontifício aos governos venezuelano, chinês e cubano, bem como o constante elogio que movimentos e expoentes da esquerda fazem do Papa Bergoglio, considerando-o o principal líder mundial de sua corrente. Raúl Castro chegou a afirmar: “Leio todos os discursos do Papa. Se continuar assim, eu voltarei para a Igreja Católica […], mesmo sendo membro do Partido Comunista”.
Nesse afã de mudanças, muitos católicos que se opõem ao “misterioso processo autodemolição da Igreja” e à desagregação dos seus próprios países são desprezados e até mesmo hostilizados pelo Papa Francisco, que os tacha de “retrógados”, “hipócritas” etc.; tratamento oposto ao que dispensa aos inimigos da Igreja, que são acolhidos de braços abertos no Vaticano.
Em face dessa radical mudança de posição na mais alta direção da Santa Sé, inúmeros fiéis católicos se mostram perplexos e se perguntam: Um Papa que promove doutrinas que a Igreja sempre condenou, e condena posições que a Igreja sempre defendeu, não estará promovendo uma verdadeira ruptura com Nosso Senhor Jesus Cristo?
Alguns agem como avestruz para não enfrentar o problema, respondendo levianamente: “É preferível errar com Francisco a acertar contra ele”. Outros sustentam que essa simplificação é errônea, pois, como ensina o Evangelho, “deve-se obedecer antes a Deus que aos homens (At 5, 29).” E afirmam ser legítima a resistência dos fiéis à autoridade eclesiástica, e até mesmo à do Sumo Pontífice, em situações análogas à que moveu o Apóstolo Paulo a resistir a São Pedro, o primeiro Papa (Gal. 2,11).
No livro recentemente lançado, o autor apresenta uma visão de conjunto dos catastróficos cinco anos do Pontificado de Francisco e propõe uma medida prática de resistência, outrora sugerida por Plinio Corrêa de Oliveira aos dirigentes da TFP chilena como solução ao drama que viviam os católicos pelo apoio de seu episcopado ao regime comunista de Salvador Allende: interromper a convivência habitual com os Pastores demolidores, para que tal convivência não acarretasse risco próximo para a fé e grave escândalo para os bons.
O “estado de resistência” deve traduzir-se em atitudes práticas, pois, como católicos, precisamos ter a coragem de remar contra a maré das referidas “mudanças de paradigma” e nos contrapor aos pastores demolidores, confiantes de que a “barca de Pedro” não vai naufragar, pois que a sustenta a promessa de Jesus Cristo: “As portas do Inferno não prevalecerão contra ela”.
— https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/08/cinco-anos-do-pontificado-de-francisco.shtml
— O livro A mudança de paradigma do Papa Francisco está disponível no site: https://ipco.org.br/download/87955/.
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