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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

CONSAGRAÇÕES ATUAIS

Por Péricles Capanema

5 minhá 5 anos — Atualizado em: 5/2/2020, 4:58:19 PM


Em 15 de abril último o Pe. José Alves de Amorim, reitor do Santuário de Nossa Senhora da Lapa [foto], consagrou os países de língua portuguesa e mais de 60 santuários no mundo inteiro a Nossa Senhora da Lapa, no santuário-mãe de Nossa Senhora da Lapa, na diocese lusitana de Lamego, o mais antigo santuário dedicado a Nossa Senhora sob tal invocação.

Declaroua respeito o padre Amorim em 14 de abril: “Porqueeste santuário divulgou-se precisamente por esses povos e chegou a ter presençano Brasil, em África, na Índia e a devoção à Senhora da Lapa permanece aindahoje em mais de 60 lugares, de uma maneira viva. Por isso amanhã todos essespovos e santuários derivados deste são convidados para se associarem a estaconsagração. Convidamos toda a gente para se associar a esta oração, para queNossa Senhora da Lapa nos proteja”.

Nicho com a imagem de Nossa Senhora da Lapa

Lê-se no alvissareiro comunicado do Santuário: “Atendendo ao momento de dor e sofrimento que a pandemia, provocada pelo Covid-19, está a provocar em todo o mundo, o Santuário de Nossa Senhora da Lapa tomou a iniciativa de invocar a proteção maternal da Mãe de Deus, de forma muito especial para todos os povos de língua portuguesa e, mais concretamente, para as comunidades onde o culto secular à Senhora da Lapa continua presente. Na impossibilidade de nos reunirmos fisicamente no Santuário-mãe, na diocese de Lamego, vimos por este meio convidar os devotos da Senhora da Lapa, espalhados pelos quatro cantos do mundo, a associarem-se a nós e a acompanharem-nos espiritualmente, através das redes sociais e outros meios de comunicação”.

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O convite aos fieis

São solicitados à consagração osdevotos de Nossa Senhora da Lapa e os povos de língua portuguesa. Eu, aqui noBrasil, fui convidado (o leitor também), fiquei sabendo por amigo e pelaimprensa, aceitei agradecido o apelo. Convido a quem me leia que o aceite — afórmula da consagração está na rede, é fácil encontrá-la.

A prática piedosa das consagrações, em especial ao Sagrado Coração de Jesus, ganhou enorme presença na Igreja a partir do apostolado da Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690) [quadro ao lado], freira reclusa no convento das visitandinas de Paray-le-Monial. Ali teve, entre seus confessores, a são Cláudio La Colombière (1641-1682), jesuíta, também considerado um dos grandes difusores da devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

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Consagração, reparação, esperança detriunfo

Três características marcaramespecialmente tal prática na Igreja: consagração, reparação, esperança detriunfo. A consagração não pode ser ato meramente formal; supõe propósito sériode reforma de vida, é renovação das promessas do batismo.

Antes das aparições de Paray-le-Moniala devoção ao Sagrado Coração de Jesus não era muito difundida, não exista aindao conjunto das práticas ascéticas que hoje a acompanham e não era inequívocoseu caráter reparador. Reparação pelos pecados próprios, reparação pelospecados familiares, reparação pelos pecados sociais. Os últimos séculos foramde descristianização e o abandono dos preceitos de Cristo torna congruente, atémesmo inelutável, a atitude de reparação. Aceitar o peso da responsabilidadeprepara a leveza do perdão.

A última característica é a esperançade triunfo. Triunfo sobre os vícios pessoais, mas também sobre a indiferença eos pecados sociais, trazendo à Terra o Reinado Social de Nosso Senhor JesusCristo, a ordem temporal cristã. Nosso Senhor é Rei dos corações. Rei dasociedade e do Estado.

Texto expressivo

Estão presentes no texto asmencionadas três características na fórmula de consagração lida pelo reitor doSantuário de Nossa Senhora da Lapa, o que a coloca em longa esteira histórica.Reata com o passado piedoso, hoje tão atual; o texto não está contaminado pela atmosferaintoxicada de relativismo e laicismo, muito disseminada nos anospós-conciliares que tendiam a ver tais movimentos de piedade como anacrônicos.

Seleciono alguns trechos daconsagração do último 15 de abril. Ela é pródiga em afirmações de contrição,humildade e reparação, faz bem repisá-las: “aprece ardente que hoje contritos vos dirigimos”; “embora réus da excelsajustiça de Deus e quão merecidos são os castigos que sobre o mundo ingrato eimpenitente se possam abater”; “nosdeis um coração e vida penitentes”. E que o Coração Imaculado de Maria seapiede de nossos corações e nos inspire a penitência que almejamos.

O texto também é copioso nasmanifestações de consagração: “consagraros nossos povos e Vos pedir que deles afasteis a atual pandemia”; “ó dulcíssimoJesus, Vos pedimos por intercessão da Senhora da Lapa, a Quem hoje nosconsagramos”.

Finalmente, rico de passagensdenotando a esperança do triunfo e afirmação do Reinado Social de Nosso SenhorJesus Cristo: “que sejais a Rainhadaqueles que vivem obscurecidos pelos erros”; “obtenhais para todas as naçõestranquilidade e ordem, em tudo submetidas à beleza da Fé”.

Trouxe excertos, a consagração é muitomaior. E começa com frase conhecida de grande densidade teológica: “Se foi por Vós que Jesus Cristo, SenhorNosso, veio ao mundo, é também por Vós que nele deve reinar”. A consagraçãose coloca especialmente oportuna, lembra o Santuário e repito, “atendendo ao momento de dor e sofrimentoque a pandemia, provocada pelo covid-19, está a provocar em todo o mundo”.

Consagração da Colômbia

Este mesmo momento foi invocado por iniciativa semelhante, rumo idêntico, encabeçada pela Sociedad Colombiana Tradición e Acción, que pede ao presidente da República e à Conferência Episcopal que consagrem a Colômbia ao Sagrado Coração de Jesus e a Nossa Senhora de Chiquinquirá [foto], padroeira do País. O texto do importante documento, assinado por seu diretor, Eugenio Trujillo Villegas, suplica e lembra:

“Queremos lhe pedir com veemência, que diante da incerteza pela qualpassamos, junto com as autoridades da Igreja Católica, renove a consagração aoSagrado Coração de Jesus, que se fez ininterruptamente de 1902 a 1992. E tambémque consagre o País a Nossa Senhora de Chiquinquirá, padroeira da Colômbia”.

Faróis a iluminar os rumos

Duas iniciativas atuais e exemplares.Empreendimentos assim, acompanhados da contrição congruente, infelizmente muitoraras, atrairiam a misericórdia divina nos presentes dias duros trilhados por todosnós. Sua ausência, é incoercível, a lógica nos arrasta até lá, pressagiamaiores sofrimentos e tragédias. A elas nossa adesão e aplauso. São faróis,iluminam e indicam rumos.

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Péricles Capanema

Péricles Capanema

184 artigos

Analista político e colaborador do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

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