Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 5 anos — Atualizado em: 3/2/2020, 9:31:38 PM
Analisando os fatos históricos decorrentes da ação nefasta do protestantismo — que arrebatou da Santa Igreja metade da Europa —, pode-se conjecturar que mesmo depois do Concílio de Trento prosseguiu um trabalho sutil, matreiro, silencioso e bem orquestrado por parte daqueles que, não aderindo abertamente à heresia luterana, preferiram permanecer no interior do Corpo Místico de Cristo para continuar a corrompê-lo.
Essaobra infausta iniciou-se com Jansênio (1585-1638), pregador da volta da Igrejaà penitência e aos tempos primitivos. Ele afirmava que, com a Redenção, Cristo nãoteria morrido por todos os homens, mas apenas pelos eleitos, capazes de obter agraça eficaz para a consecução de todo bem. Essa escola de pensamento religiosolevou muitas almas ao temor e ao desespero.
AntoineArnauld (1612-1694), prócer da mesma corrente herética, publicou o livro AComunhão frequente, no qual induzia à penitência pública, à dilação da absolviçãopara satisfação dos pecados e — como meio salutar de penitência —, aoafastamento das almas da comunhão frequente, chamada por ele de “luxúriaespiritual”. Apesar disso, seu livro obteve na época a aprovação de nada menosque 11 bispos…
Ojansenismo representou um verdadeiro câncer que arruinou o edifício religioso dasalmas dos fiéis. Ele chegava ao ponto de deixar os doentes morrerem sem osdevidos sacramentos. Sem destruir os altares dos santos e de Maria Santíssima,esses inimigos da fé atacavam sutilmente essa devoção, sob o pretexto deafastar abusos e fórmulas exageradas. Aparentemente submissos à orientação daIgreja, os jansenistas procuravam encontrar meios cada vez mais escusos para explicara vida interna da Igreja, mas sem mudar os sentimentos que os alinhavam aosseus antepassados protestantes.
Noseu afã de mitigar o fervor religioso nas almas dos fiéis, os jansenistas sevaleram de todos os ardis possíveis para afastá-los da devoção a Nosso Senhor ea Nossa Senhora. Chegaram a afirmar que se tratava de devoções imprudentes,indiscretas, que concorriam para desacreditar a Igreja. Inimigos sempre oshouve na Igreja, ora agindo às claras, ora — mais frequentemente — seapresentando de maneira camuflada, num trabalho paulatino de demolição dasinstituições eclesiásticas internas e de dessoramento da vida espiritual dosfiéis.
Emseu livro Revolução e Contra-Revolução, Plinio Corrêa de Oliveira citaPio XII quando este sustenta: “É um inimigo que se tornou cada vez mais concreto,com uma ausência de escrúpulos que ainda surpreende: Cristo sim, a Igreja não!Depois: Deus sim, Cristo não! Finalmente o grito ímpio: Deus está morto”. Sea Revolução é processiva — como podemos ler nas páginas da obra supracitada —,eis o referido processo e seu desenvolvimento no seio da Santa Igreja com oescopo de destruí-La.
Alegandosempre e antes de tudo zelo pelas almas, ei-lo que inicia a ruína individual daspessoas ou de uma instituição como a Igreja. Depois, em nome da fé, procura demoliras devoções multisseculares. Por fim, começa a se infiltrar em todos os campos davida humana, para demolir com maiseficácia as estruturas da fé católica, o fervor das principais devoções comfoco em Nosso Senhor e Nossa Senhora. Uma vez obtido isso, os bons vão setornando tíbios, deixando ao inimigo campo aberto para que implante seus maisímpios desígnios. Assim chegamos ao neopaganismo de nossos dias.
Aprova da existência desse processo corrosivo é a onipresença da mentalidadejansenista, a qual se manifesta, por exemplo, sob o manto de muitos sofismas,na protelação cada vez maior da administração dos sacramentos da Confissão, da Comunhãoe da Crisma.
O grande baluarte da luta contra o jansenismo foi Santo Afonso Maria de Ligório. Em suas missões por toda a Itália, ele promovia a devoção a Nossa Senhora e aos santos, pregava os Novíssimos do homem, a visita ao Santíssimo Sacramento, a recitação do Santo Rosário, o exercício da penitência, a frequência aos sacramentos da Confissão e da Comunhão, entre tantos outros bons ensinamentos e práticas. Esse santo escreveu o livro Glórias de Maria Santíssima [capa ao lado] para combater os erros do jansenismo, além de ter travado um debate apologético contra os seus fautores.
Afinal,para esse grande moralista, a “intercessão de Maria não é apenas útil, masnecessária à nossa salvação. Não de uma necessidade absoluta, mas denecessidade hipotética, pois esta é a ordem providencial estabelecida por Deus.Essa é a vontade de Deus, que tenhamos tudo, mas tudo por Maria. Por isso,procuremos a graça, mas procuremo-la por Maria. Ela é, pois, toda a razão daminha esperança: espero em Deus, fonte da graça, mas de que me serviria a fontesem o canal que é Maria?“
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* Sacerdote daIgreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ).
Padre David Francisquini
139 artigosPe. David exerce sua missão sacerdotal na Igreja do Imaculado Coração de Maria, em Cardoso Moreira (RJ). Entusiasta do livro Revolução e Contra-Revolução, do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, o Revmo. Pe. David sempre propagou os ideais deste insigne pensador e líder católico. Pe. David é autor de dois livros importantes para a defesa da família Brasileira: "Catecismo contra o Aborto" e "Homem e Mulher, Deus os criou".
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