Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 2 anos — Atualizado em: 8/5/2022, 9:06:32 PM
Os livros sagrados proclamam que a criatura, livre da corrupção, alcança a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Apesar de gemer no peregrinar dessa vida, num vale de lágrimas, há uma possante eficácia de alcançar a graça, em conformidade com a providência Divina, pelo fato de Nosso Senhor Jesus Cristo, filho de Deus encarnado, ter traçado o caminho da integridade ao determinar: “Se quiseres vir após mim, renuncia-te a ti mesmo, toma a tua cruz e segue-me”. Como? De que maneira? Simplesmente cumprindo sua santa lei, auxiliado pela graça oriunda dos sacramentos e pela prática constante da oração.
“Christianus alter Christus”, o cristão é um outro Cristo. Muitas vezes, dores inenarráveis trespassam a alma dos seguidores fiéis. Essas amarguras, unidas aos indizíveis sofrimentos do Redentor Divino, servem para aplacar a maldade daqueles que têm sede de absurdos, de torpezas e de pecados, obtendo-lhes graças que não receberiam sem o mérito de “outros Cristos”, isto é, de outros cristãos, devotos e dedicados aos princípios imutáveis da Santa Igreja.
Deus é Pai e garante aos filhos, sofredores, que se mantiverem fiéis até o fim, a recompensa demasiadamente grande por todos os séculos. O apóstolo São Paulo afirma que combateu o bom combate e guardou a fé; estava-lhe, pois, garantida a compensação da coroa imarcescível, aquela que jamais perderá o esplendor ao fim da laboriosa missão de evangelizar.
Assim, entendemos a razão da dificuldade, que há atualmente na vida do cristão, sobretudo ao enfrentar o ambiente geral com atitudes e opiniões diferentes das que nele grassam. Dizer ‘não’ ao meio social, tão degradado moralmente, é um ato de coragem, de destemor e de não se deixar compactuar com as ideias revolucionárias. Ser cristão é pertencer à Igreja, e lutar por ela, com denodo e galhardia, é coisa muito alta, mas também muito árdua e nobre.
Segundo recomenda o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira “devemos pensar como a Igreja pensa, sentir como a Igreja sente, agir como a Igreja quer que procedamos em todas as circunstâncias de nossa vida. Isto supõe um senso católico real, uma pureza de costumes autêntica, uma piedade profunda e sincera”. Com efeito, pertencemos à Igreja militante e devemos nessa qualidade lutar em defesa das leis e dos direitos de Deus, sobretudo quando mais generalizadamente vilipendiados.
Não podemos ficar indiferentes diante das ignomínias que todos os dias vêm se acumulando, como a imoralidade desenfreada e suas funestas consequências, a promiscuidade, a prática do aborto, os assassinatos, as revoltas, tudo visando à implantação da sociedade comunista e igualitária.
Olhemos para o Brasil! Revolucionários tentam controlar os destinos da nação, determinando rumos anticristãos, violando valores da família com igualdade de ‘gênero’, aborto, drogas, prostituição, violência e convulsão social. Tudo isso foi sendo lançado e divulgado aos poucos, em pequenas doses, nas mentes humanas, através das novelas, séries, filmes, até mesmo jogos e desenhos animados, considerados infantis, mas que trazem em si uma linguagem subliminar e manipuladora de mentalidades e pervertimento das tendências.
No horizonte podemos divisar a estrada rumo ao precipício, que conduziria os brasileiros à dolorosa situação de nossos irmãos cubanos, venezuelanos e argentinos. A partir do momento em que uma erva daninha viceje no tronco de uma árvore, ela começa a matá-la. Com a devida adaptação, o mesmo não acontece com as pessoas?
Não uma erva, mas um câncer infectou a civilização cristã, forjadora da sociedade orgânica medieval, e a vem aniquilando progressivamente; ao corroer e carcomer de maneira incessante a ordem social e espiritual, produziu a crise de fé e moral que agora atinge seu ápice. Estas reflexões tomam particular relevância com o fato recente, relativo à infeliz família na qual um aborto foi praticamente forçado, mediante falseamento de narrativas estranhíssimas. Com desastrada atuação de autoridades judiciárias, puseram em xeque o valor da vida, dádiva de Deus a ser preservada desde o primeiro instante da concepção. Cada nova vida tem sua finalidade desejada por Deus, o que a torna imune a interferências criminosas alheias. Não é atribuído ao Estado, nem a quem quer que seja, o poder para interromper o curso normal da vida desde a concepção, e sobretudo na fase mais avançada de gestação. É direito inviolável da pessoa humana, não sendo permitido a ninguém, em nenhuma circunstância, interferir neste processo até o nascimento. Pois, vale mais obedecer ao Senhor da natureza, do que acatar determinações de homens, com suas leis perversas e seu querer injusto. Desconhecer as leis do Criador não é senão uma enorme iniquidade e criminosa presunção.
O Mandamento “não matarás” é transgredido sistematicamente nos hospitais onde tais práticas vão se tornando cada vez mais frequentes; qualquer forma de eliminação do nascituro contraria os planos eternos de Deus para cada ser humano criado. Não importa a forma como ele foi gerado, porque interferir numa vida é ir contra os planos do Criador.
É falacioso o argumento de justificação quando se trata de estupro. A criança não tem culpa no pecado de seus genitores. Se alguém tem de pagar, esse não é quem foi gerado, mas os que pecaram, por ação ou omissão, pela forma como foi concebida. Pensar o contrário leva diretamente à ideia criminosa contra o nascituro.
Notícias capciosas dos meios de comunicação objetivaram ardilosamente chancelar um aborto para obter a anuência sentimental dos brasileiros, justificada por suposto estupro. Sabido é o repúdio de quase 90% da população a esse procedimento, pura trama da guerra psicológica revolucionária. Sem argumentos, sem fundamentos, apenas exploram o sentimentalismo, sem ater a racionalidade do homem.
*Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ).
Aborto, Crise do Mundo Moderno, Cruz, Eleições, Esquerdas, Mandamentos, Sofrimento
Padre David Francisquini
139 artigosPe. David exerce sua missão sacerdotal na Igreja do Imaculado Coração de Maria, em Cardoso Moreira (RJ). Entusiasta do livro Revolução e Contra-Revolução, do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, o Revmo. Pe. David sempre propagou os ideais deste insigne pensador e líder católico. Pe. David é autor de dois livros importantes para a defesa da família Brasileira: "Catecismo contra o Aborto" e "Homem e Mulher, Deus os criou".
Seja o primeiro a comentar!
Seja o primeiro a comentar!