Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 9 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:48:34 PM
O Brasil atravessa um dos momentos mais interessantes de sua história, com repercussões para muito além de suas fronteiras.
Ainda na década de 50 do século passado, Plinio Corrêa de Oliveira começava seu profético livro “Revolução e Contra-Revolução” com estas palavras: “As muitas crises que abalam o mundo hodierno (…) não constituem senão múltiplos aspectos de uma só crise fundamental…”
Essa crise, ele a chamou de Revolução e contra ela dedicou sua vida, combatendo ideologicamente esse processo multissecular cuja unicidade era por quase todo mundo ignorada. Com efeito, poucos eram os espíritos que percebiam essa unidade entre as diversas crises (do Estado, da família, da economia, da cultura, da sociedade etc).
Observa-se hoje, no Brasil, um fenômeno talvez único no mundo, não apenas pela dimensão dos protestos (e respostas institucionais) que presenciamos nesse final de Modernidade, mas, sobretudo, por um sutil processo de explicitação dessa unidade de crises.
As marchas pela família na França e na Itália, as marchas pela vida nos Estados Unidos e em diversos países do mundo, ou mesmo a gigantesca marcha contra as FARCs na Colômbia (anos atrás), todos foram ou são fenômenos contrários ao processo revolucionário, mas contrários a aspectos específicos da Revolução.
Já as manifestações multitudinárias, no Brasil, são muito mais amplas e revelam, ao menos em relação a uma parcela ponderável da Opinião Pública nacional, um fato novo, talvez inédito desde o advento das “democracias modernas”.
E essa “novidade” está sendo noticiada para o mundo todo, embora sem que os analistas pareçam compreendê-la por inteiro.
Comentando esse fenômeno, ainda em 1993, Plinio Corrêa de Oliveira o chamou de “graça nova”, uma graça que estava surgindo na Opinião Pública em que esta não apenas permanecia “amiga de Deus”, mas tornava-se, cada vez mais, “inimiga dos inimigos de Deus”. Esperava ele que esse público da “graça nova”, mais cedo ou mais tarde, fizesse a correlação entre as diversas crises e explicitasse essa unidade.
Pois bem, o Brasil de hoje começa – ao menos em relação a uma parcela de seu público – a explicitar essa unidade entre, por exemplo, a Reforma Agrária e a “lei das Palmadas”, entre o Direito de Propriedade e a defesa da família.
Nosso país talvez esteja no epicentro de um grande fato novo, ainda em seus trajes matinais, mas suficientemente fortes para serem detectados e analisados.
“Tempo houve em que a História do mundo se pôde intitular gesta Dei per francos. Dia virá em que se escreverá gesta Dei per brasilienses” (Plinio Corrêa de Oliveira em discurso em São Paulo, por ocasião do IV Congresso Eucarístico Nacional de 1942).
Frederico R. de Abranches Viotti
164 artigosBacharel em Direito e em Ciência Política e pesquisador na área da História da Igreja e de apologética católica. Escreveu um importante estudo sobre a New Age ou Nova Era, que serve de alerta aos católicos.
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