Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
19 min — há 4 anos — Atualizado em: 11/24/2020, 11:26:22 PM
Fratelli Tutti: uma encíclica socialista-utópica, ecumênico-interreligiosa
29 de outubro de 2020 | Luiz Sérgio Solimeo*
A nova encíclica, Fratelli Tutti (doravante FT), é um documento pontificio atípico.
Em primeiro lugar porque, contrariamente à praxe, não é dirigido aos Bispos, ao clero ou aos fiéis1. Em vez disso, FT foi escrita para“todas as pessoas de boa vontade, independentemente das suas convicções religiosas…”2.
Em segundo lugar, porque não se inspira na Sagrada Escritura, nos Padres e nos Doutores da Igreja, ou em seu perene Magistério. Ao contrário, inspira-se em não-católicos. O documento cita até um samba sincrético de um poeta comunista brasileiro3.
Por fim, ela não trata de nenhum tema específicamente católico, nem dá orientação aos pastores e aos fiéis sobre como lidar com os graves problemas que afetam hoje a Igreja.
FT é um comentário sociológico do Papa Francisco sobre o mundo moderno, influenciado por seu viés ecologista, anti-capitalista e pró-socialista.
Em certo sentido, o prolixo texto de FT é um compêndio de todo o magistério de Francisco. O Papa é amplamente auto-referencial, repetindo idéias e conceitos previamente afirmados, especialmente em sua encíclica Laudato Si ‘, a qual cita vinte vezes, e da qual FT é um desenvolvimento.
Assim, nos limitaremos aqui a destacar e comentar alguns dos aspectos da FT que são particularmente importantes em nossos dias.
Quem é o público-alvo de Fratelli Tutti?
Como dito acima, FT não é dirigida diretamente aos católicos. É surpreendente que um Papa escreva uma encíclica sem levar em conta as “convicções religiosas” dos destinatários. No entanto, isso está na lógica do fundamento interreligioso e naturalista do documento, largamente inspirado em autores não-católicos.4
Com efeito, o próprio Francisco esclarece:
“…na redação da Laudato si’ tive uma fonte de inspiração no meu irmão Bartolomeu, o Patriarca ortodoxo…. agora senti-me especialmente estimulado pelo Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb, com quem me encontrei, em Abu Dhabi… ” (nº 5).
“Neste espaço de reflexão sobre a fraternidade universal, senti-me motivado especialmente por São Francisco de Assis e também por outros irmãos que não são católicos: Martin Luther King, Desmond Tutu, Mahatma Mohandas Gandhi e muitos outros” (nº 286).
Distorcendo a História e a figura do “Poverello de Assis”
Na realidade, o Papa argentino não se inspira em São Francisco de Assis. Ele distorce a história para criar seu fictício “São Francisco”, um personagem irênico-ecumenista. Escreve ele: “Na sua vida, há um episódio que nos mostra o seu coração sem fronteiras, capaz de superar as distâncias de proveniência, nacionalidade, cor ou religião: é a sua visita ao Sultão Malik-al-Kamil, no Egito” (nº 3).
Completamente diferente é o perfil traçado por São Boaventura em sua biografia de São Francisco de Assis, escrita menos de quarenta anos após a morte do Poverello. Não só São Francisco não “superou” as diferenças religiosas, mas sua fé viva e caridade ardente levaram-no a viajar ao Egito para tentar converter o sultão Malik-el-Kamil à verdadeira Religião.
São Boaventura narra que, divinamente inspirado, o Santo de Assis, depois de pregar a doutrina católica ao sultão, desafiou a todos os imãs muçulmanos para uma prova de fogo, com o fim de comprovar quem seguia a religião verdadeira. O Santo e um “sacerdote” islâmico entrariam juntos no fogo. A religião de quem sobrevivesse, seria a verdadeira. O sultão respondeu que nenhum imã aceitaria o desafio. A resposta do Poverello foi desafiar o próprio sultão:
“Se em teu nome e em nome do teu povo me prometeres que passarás à religião de Cristo se eu sair ileso do fogo, entrarei no fogo sozinho. Se eu for queimado, seja isso imputado aos meus pecados; se, ao contrário, o poder de Deus me fizer sair são e salvo, reconhecereis a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus, como o verdadeiro Deus e Senhor, o Salvador de todos”.5
O sultão recusou…
Deus deseja todas as religiões? E o ateísmo também?
FT parece inspirada principalmente pelo falso conceito afirmado na Declaração sobre a Fraternidade Humana que o Papa Francisco co-assinou com o Grande Imã Ahmad Al-Tayyeb, em Abu Dhabi, em 4 de fevereiro de 2019:
“O pluralismo e as diversidades de religião, de cor, de sexo, de raça e de língua fazem parte daquele sábio desígnio divino…”.6
Embora o Papa não mencione tal conceito na FT, ele permeia toda a encíclica. Com efeito, afirma Francisco:
“Esta encíclica reúne e desenvolve grandes temas expostos naquele documento que assinamos juntos” (n° 5).
Ora, na FT, o Papa Francisco vai mais longe, e sugere que Deus deseja não só a existência das várias religiões, mas até do ateísmo. Incorporando na encíclica as palavras do filme O Papa Francisco – Um homem de palavra (2018), ele escreve:
“Deus não olha com os olhos, Deus olha com o coração. E o amor de Deus é o mesmo para cada pessoa, seja qual for a religião. E se é um ateu, é o mesmo amor.” (n° 271)
Mas, se o amor de Deus pelos crentes e pelos ateus “é o mesmo”, então a conclusão inevitável é que Deus deseja o ateísmo tanto quanto supostamente desejaria a diversidade das religiões. Assim, a nova proposição da FT é tão errada quanto a expressa no documento de Abu Dhabi.6a
Deus não pode querer a existência de religiões falsas nem o ateísmo porque Ele não pode querer a verdade e o erro, o bem e o mal. Se assim fosse, Ele seria um ente contraditório, e um ente contraditório não pode ser Deus, que é a Sabedoria Eterna, a Verdade Suprema e a Suma Bondade.7
Deus não pode amar a incredulidade de um ateu
Empregando uma linguagem antropomórfica, Francisco apresenta o amor de Deus como um amor passional, não guiado pela Sabedoria Divina: “Deus olha com o coração”. Movido por essa paixão, seu amor seria supostamente “o mesmo”, tanto para aqueles que O reconhecem e O adoram como o Criador de tudo, quanto para aqueles que negam Sua existência.
No entanto, como ressalta Santo Tomás, o amor divino é puramente espiritual, não envolvendo sensibilidade, uma vez que Deus é puro espírito. Por outro lado, como todo amor verdadeiro busca um bem, o amor de Deus busca esse bem em Si mesmo, uma vez que Ele é o Supremo Bem. Por conseguinte, Deus ama, antes de tudo, a Si mesmo e é desse amor que flui o amor pelas criaturas, o desejo de lhes fazer bem. Dessa forma Deus não pode desejar o erro e o pecado das criaturas, e assim não pode amá-las enquanto pecadoras.8
Segundo o Doutor Angélico, deve-se distinguir o amor que Deus tem por todas as criaturas consideradas em sua natureza, que é sempre boa em si, e essas mesmas criaturas consideradas em seus atos livres, ou seja, em sua condição espiritual. Em relação àqueles que estão em pecado, Santo Tomás afirma que “sob este aspecto, são odiados por Ele”.9
De onde, Deus não pode amar os ateus enquanto tais, “independentemente” de seu pecado de incredulidade.
Uma religião naturalista baseada na “dignidade humana”
A religião da FT não é cristã, mas naturalista, pois não considera o Pecado Original, a Redenção, e a necessidade da ajuda da graça. Não leva em conta o fim último do homem, a salvação eterna no Céu ou a condenação no Inferno. Não faz distinção entre mérito natural e sobrenatural. A impressão geral é que, para a FT, nosso fim último é a vida aqui na Terra. Não há menção, sequer indireta, ao julgamento após a morte ou à existência do Céu e do Inferno.
Desse modo, a religião (ou “as religiões”, como em geral se lê na FT) deixa de ter importância, a ponto de a encíclica falar em “superá-la” ou considerar as coisas “independentemente” de seu aspecto religioso.
Por exemplo, falando sobre São Francisco, a FT menciona uma “abertura de coração” que “supera” a “religião” (n° 3). Da mesma forma, apresenta a dignidade humana, “independentemente da sua origem, cor ou religião”, como “a lei suprema do amor fraterno” (n° 39). Reitera que a “dignidade fundamental de cada pessoa …. merece respeito absoluto seja qual for o povo a que pertença e a religião que professe” (n° 247). É por isso que a FT se dirige a “todas as pessoas de boa vontade, independentemente de suas convicções religiosas” (nº 56).
Essa é uma concepção naturalista na qual a dignidade humana ‒ “independentemente” de se crer ou não na verdadeira Fé e obedecer ou não aos Dez Mandamentos de Deus ‒ seria suficiente para conduzir a humanidade ao “amor fraterno”, objetivo declarado da FT.
Uma religião naturalista “sem fronteiras”
Essa idéia de uma religião naturalista “sem fronteiras” doutrinárias e baseada apenas na “dignidade humana” não é nova. No início do século XX, ela já havia sido condenada por São Pio X como parte da heresia modernista.
Ao condenar o movimento de inspiração modernista Le Sillon, este santo Pontífice denunciou uma verdadeira conspiração dentro da Igreja para transformá-la em uma religião naturalista, despojada de todos os dogmas. Ele escreveu:
“[Le Sillon] agora já não é mais do que um miserável afluente do grande movimento de apostasia organizada, em todos os países, para o estabelecimento de uma Igreja universal que não terá nem dogmas, nem hierarquia, nem regra para o espírito, nem freio para as paixões, e que sob o pretexto de liberdade e de dignidade humana, restauraria no mundo, se pudesse triunfar, o reino legal da fraude e da violência, e a opressão dos fracos, daqueles que sofrem e que trabalham”10
Crentes e ateus fazem o mesmo bem?
Para a FT, há pouca diferença entre um crente e um ateu. Ambos fazem o mesmo bem; apenas suas motivações diferem. Os crentes praticam boas ações por inspiração religiosa. Os ateus fazem o mesmo inspirados pela dignidade humana. A encíclica diz:
“Aos agnósticos, este fundamento [a dignidade humana] poder-lhes-á aparecer como suficiente para conferir aos princípios éticos basilares e não negociáveis uma validade universal de tal forma firme e estável que consiga impedir novas catástrofes. Para os crentes, a natureza humana, fonte de princípios éticos, foi criada por Deus, que em última análise confere um fundamento sólido a estes princípios.” (nº 214.)
Embora os crentes levem em consideração o fator religioso, a encíclica logo adverte que esse fator “não estabelece um fixismo ético nem abre a estrada à imposição dum sistema moral”. E isso porque “os princípios morais fundamentais e universalmente válidos podem dar lugar a várias normativas práticas. Por isso, fica sempre um espaço para o diálogo.” (n° 214).
Da mesma forma, a FT ressalta que, para os cristãos, “este manancial de dignidade humana e fraternidade está no Evangelho de Jesus Cristo”. No entanto, acrescenta, “outros bebem doutras fontes” (n° 277). O documento não ressalta que a Verdade é encontrada apenas na Revelação e não nessas “outras fontes”. Nem afirma que somente Nosso Senhor Jesus Cristo é a fonte de “água viva”11), “que jorrará até a vida eterna”.12
A FT prossegue dizendo que do Evangelho surge “o primado reservado à relação, ao encontro com o mistério sagrado do outro, à comunhão universal com a humanidade inteira, como vocação de todos” (n° 277).
Infelizmente, a encíclica não explica o que significa “o encontro com o mistério sagrado do outro”.
Um misticismo panteísta
Indo mais a fundo, se todas as religiões e mesmo o ateísmo são equivalentes e agradáveis a Deus, uma explicação plausível é que o natural e o sobrenatural se confundem, e que o próprio Deus é imanente na humanidade e no universo material.
Esta visão filosófica e teológica vai no sentido do misticismo panteísta e evolucionista do Pe. Pierre Teilhard de Chardin, S.J., que permeia Laudato Si ‘, a qual influenciou grandemente a FT.12a
Um mundo sem fronteiras ou propriedade privada
Embora a FT pretenda ser uma encíclica social como outras publicadas por Papas anteriores, ela tem um viés político-ideológico. Ela restringe ao máximo a legitimidade e o exercício da propriedade privada e faz um ataque indiscrinado à economia de livre mercado. Ao mesmo tempo, não contém críticas ao socialismo e ao comunismo e aos males perpetrados por esses regimes, dos quais a Venezuela é o exemplo mais recente. Antes um país livre e próspero, ela foi levada à miséria pelo regime ditatorial e comunista de Chávez-Maduro.
A propriedade é um roubo?
De acordo com FT, os primeiros pensadores cristãos, baseados no princípio da “destinação comum dos bens criados”, concluíram que “se alguém não tem o necessário para viver com dignidade, é porque outrem se está a apropriar do que lhe é devido.” (nº 119.)
O Papa Francisco abraça essa interpretação e faz dela o contexto para sua visão negativa do sistema econômico ocidental. Ele não considera os inúmeros fatores que podem reduzir as pessoas à pobreza: doença, falta de talento ou habilidade, embriaguez e outros vícios, desastres naturais e assim por diante.
Ele apresenta essa visão distorcida, sem as devidas reservas em uma época encharcada de marxismo, fazendo parecer que a teoria materialista-determinista do comunismo está correta, e que os pobres sempre foram as vítimas exploradas de estruturas econômicas, nas quais a pobreza de alguns é sempre por causa da riqueza de outros.13
Isto é precisamente o que o anarquista-socialista francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) proclamou, brutal e diretamente: “La propriété, c’est le vol!” – “A propriedade é o roubo!”
A hostilidade da FT à propriedade privada – embora o Sétimo e o Décimo Mandamentos a tornem sagrada – contribui para o enfraquecimento dessa instituição. Ora, a eliminação da propriedade privada está no cerne da doutrina comunista. De fato, Karl Marx e Friedrich Engels deixaram isso claro em seu Manifesto Comunista de 1848: “a teoria dos comunistas pode ser resumida em uma única frase: Abolição da propriedade privada”.13a
O verdadeiro pensamento dos Padres da Igreja sobre a propriedade
Entre os primeiros pensadores cristãos que teriam defendido essa visão distorcida da propriedade privada, o Papa Francisco cita dois Padres da Igreja, São João Crisóstomo e São Gregório Magno.
O Padre M. B. Schwalm, O.P., teólogo e filósofo francês, em erudito estudo sobre o Comunismo e os Padres da Igreja, mostra como se deve levar em conta o aspecto hiperbólico de certos sermões e escritos dos Padres. Às vezes, eles parecem condenar a propriedade privada quando, de na realidade, estão criticando o mau uso da riqueza.
Na famosa frase de São João Crisóstomo, citada na FT, esse douto estudioso escreve:
“São João Crisóstomo reconhece a legitimidade das riquezas e, em consequência, da propriedade privada”. Ele prossegue citando uma frase daquele santo: “Assim como a pobreza, a riqueza não é má em si mesma; só se torna tal pela [má] conduta de seus possuidores”.14
“Direitos sem Fronteiras”
Sob a epígrafe acima, o Papa Francisco estende a negação da propriedade privada aos países. Se tudo pertence a todos, não apenas em princípio15, mas na prática, assim como os indivíduos não podem se apropriar de um lote de terra, assim também os povos não poderiam estabelecer-se um território como seu, reclamar soberania sobre ele, com direito de defendê-lo e fazer leis para governá-lo.
O Papa Francisco escreve:
“Hoje requer-se que a convicção do destino comum dos bens da terra se aplique também aos países, aos seus territórios e aos seus recursos. Se o olharmos não só a partir da legitimidade da propriedade privada e dos direitos dos cidadãos duma determinada nação, mas também a partir do primeiro princípio do destino comum dos bens, então podemos dizer que cada país é também do estrangeiro, já que os bens dum território não devem ser negados a uma pessoa necessitada que provenha doutro lugar. (nº 124.)
O Papa argentino tira as consequências dessa premissa:
“Por conseguinte, ninguém pode ser excluído; não importa onde tenha nascido, e menos ainda contam os privilégios que outros possam ter porque nasceram em lugares com maiores possibilidades. Os confins e as fronteiras dos Estados não podem impedir que isto se cumpra.” (nº 121).
Em outras palavras, as fronteiras entre os países devem ser eliminadas.
“Uma possível forma de autoridade mundial…”
Mais adiante, falando sobre “poder internacional” e citando-se a si mesmo, o Papa Francisco defende a criação de agências internacionais semelhantes às da ONU, com poderes coercitivos sobre os países:
“O século XXI ‘assiste a uma perda de poder dos Estados nacionais, sobretudo porque a dimensão econômico-financeira, de caráter transnacional, tende a prevalecer sobre a política. Neste contexto, torna-se indispensável a maturação de instituições internacionais mais fortes e eficazmente organizadas, com autoridades designadas de maneira imparcial por meio de acordos entre governos nacionais e dotadas de poder de sancionar’. Quando se fala duma possível forma de autoridade mundial regulada pelo direito, não se deve necessariamente pensar numa autoridade pessoal” (nº 172).
Essa “autoridade mundial” seria eficiente? Salvaguardaria a identidade, a cultura e a religião dos vários países? Podemos ter pouca esperança, se olharmos para as Nações Unidas, cujas agências promovem o aborto, a homossexualidade e a eutanásia.16
Além do mais, quais são as bases na doutrina católica e na lei natural para Francisco propor esse internacionalismo sonhado pelos comunistas?
Uma Fraternidade Utópica que ignora Cristo
Como uma aplicação e desenvolvimento da Declaração sobre a Fraternidade Humana, de Abu Dhabi, esta nova encíclica pretende construir a fraternidade entre os homens, abstraindo da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ora, é essa fé, recebida no batismo, que nos torna filhos de Deus e, portanto, verdadeiros irmãos. Assim, a aspiração de FT é apenas outra utopia naturalística da qual a história nos dá exemplos funestos.
É tragicamente apocalíptico que esta fraternidade utópica sem Cristo esteja sendo promovida pelo Vigário de Cristo na Terra. Ou melhor, pelo sucessor daqueles que se gloriavam desse título, uma vez que, recentemente, o Papa Francisco renunciou implicitamente ao seu uso.17
Um Papa que prega uma fraternidade universal sem Cristo, não nega o missão dada aos Apóstolos e seus sucessores: “Ide, portanto, ensinai todas as nações; batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo ” (Mt 28:19)? Ele não abdica da responsabilidade petrina de confirmar na fé os seus irmãos (Lc 22:32)?
Embora estas sejam perguntas muito delicadas que pedem um estudo teológico urgente e cuidadoso, elas não podem deixar de ocorrer a muitos católicos fiéis, principalmente porque se inserem no contexto de muitos atos, gestos, atitudes, palavras e omissões do atual Papa.
Resistir com amorosa fidelidade e sem revolta
Esses bons católicos, entretanto, não devem se desesperar e nem se revoltar. Com toda a calma e serenidade, em espírito de oração e fidelidade, eles devem resistir.18 As promessas do Batismo e a confirmação como soldados de Cristo os chamam a esta fidelidade confiante, apesar das falhas e deserções dos líderes espirituais. Devem pôr toda a sua confiança em Deus e em Sua Mãe Santíssima, e nunca esquecer a admoestação de São Paulo: “Mas, ainda que alguém – nós ou um anjo baixado do céu – vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema.” (Gal. 1,8).
Eles não devem permitir que os muitos escândalos contra a Fé e a Moral dentro da Igreja, mesmo nos níveis mais altos, prejudiquem sua fé em Nosso Senhor Jesus Cristo e a confiança em Sua Igreja. Devem levar a sério e viver diariamente o ensinamento do grande Doutor da Igreja, São Francisco de Sales, e rejeitar energicamente a tentação do suicídio espiritual: “Enquanto aqueles que dão escândalo são culpados do equivalente espiritual do assassinato, aqueles que aceitam o escândalo, que permitem que escândalos destruam sua fé, são culpados de suicídio espiritual” (19.
Em Fátima, Nossa Senhora prometeu: “Finalmente, o meu Imaculado Coração triunfará!” Colocando toda a nossa confiança nela e na promessa de Nosso Senhor da indefectibilidade da Igreja (20) imploramos a São José, Padroeiro da Igreja Universal, a São Miguel Arcanjo, Protetor da Igreja, e aos gloriosos São Pedro e São Paulo para que ponham fim a esta terrível crise.
Luiz Sérgio Solimeo é professor e autor de diversos livros, ensaios e artigos. Membro da da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família, Propriedade (TFP) desde a sua fundaçã,o em 1960. Ensina filosofia e história no Instituto Sedes Sapientiae, da TFP americana.
Fratelli Tutti: A Socialist-Utopian, Ecumenical-Interreligious Encyclical
October 29, 2020 | Luiz Sérgio Solimeo
https://www.tfp.org/fratelli-tutti-a-socialist-utopian-ecumenical-interreligious-encyclical/
6ª. Ver Luiz Sérgio Solimeo. O Papa Francisco se submete a líderes religiosos contrários a Jesus Cristo. 15 de junho de 2020. https://ipco.org.br/o-papa-francisco-se-submete-a-lideres-religiosos-contrarios-a-jesus-cristo/
12ª. Ver Arnaldo Vidigal Xavier da Silveira. Notas Sobre a Filosofia e a Teologia Inaceitáveis da Laudato Si’. http://www.arnaldoxavierdasilveira.com/
13ª. Karl Marx, e Friedrich Engels, , Manifesto do Partido Comunista – 1848. LCC Publicações Eletrônicas. http://www.culturabrasil.pro.br/manifestocomunista.htm
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