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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Infanticídio indígena: uma realidade ocultada

Por Carlos Sodré Lanna

3 minhá 5 anos — Atualizado em: 11/26/2019, 9:34:23 PM


Foi dura a realidade encontrada pelos portugueses ao aqui chegarem em 1500. Com efeito, os nativos não correspondiam ao mito do que Rousseau chamaria mais tarde do “bom selvagem” numa América paradisíaca. Antes de ser descoberto, o Brasil era habitado por um conjunto heterogêneo de tribos indígenas nômades e seminômades, contrárias a qualquer organização superior e em permanente estado de guerra entre si.

Entre eles predominavam práticas de canibalismo,sacrifício humano, infanticídio, eutanásia e muitas outras violações da leinatural, além de rituais sinistros, como o uso de bebidas alucinógenas,terminando quase sempre em atos de idolatria e aberrações morais. Ao tomarconhecimento de tamanhos absurdos, nem a Igreja nem Portugal se omitiram delevar a cabo suas iniciativas e obrigações, entre as quais ocupava especiallugar a propagação fé e do império.

Nesta colossal obra a unir altar e trono, nossosdenodados antepassados atravessaram o oceano em precárias caravelas e aquiaportaram com milhares de missionários que se embrenharam pelas montanhas eselvas. Afastadas as trevas do paganismo, os indígenas conheceram o verdadeiroSol da Justiça, Nosso Senhor Jesus Cristo, e aprenderam a amar a sua santíssimaMãe, a Virgem Maria, abrindo-se para eles as sendas da civilização cristã.

Assim nasceu o Brasil, com a dedicação épica dosdescobridores, conquistadores, prelados, oficiais e soldados, fundadores depovos e cidades, evangelizadores, colonizadores e civilizadores. Passados 500anos, como tudo é diferente nesse panorama, sobretudo se analisarmos o aspectomoral e religioso nos ambientes e costumes de nosso clero, de nossa elitedirigente, com reflexos não pequenos em inúmeros brasileiros.

Tomemos, por exemplo, a situação dos nossos indígenas,muitos deles ainda vivendo em situação precária nas selvas, sem conhecerem oconforto da civilização, e com muitos dos que se arvoram seus defensoresquerendo perpetuá-los ali como num zoológico, tratando-os como se não fossemseres humanos e redimidos pelo Sangue preciosíssimo de Nosso Senhor JesusCristo. Pior. Tentam transformá-los em modelos vivos para o homem novo quetentam criar.

Perplexos, acabamos de assistir à realização em Romado Sínodo sobre a Amazônia, com as suas consequências nefastas para a Igreja e acivilização ocidental com seus restos de cristandade. Sínodo longamentepreparado por órgãos como o Conselho Missionário Indigenista (CIMI), as ComunidadesEclesiais de Base (CEBs) e, mais recentemente, a Rede Eclesial Panamazônica (REPAM),sob os auspícios de purpurados e bispos. No Vaticano do Papa Franciscorealizou-se um show tristemente célebre de cerimônia pagã, no qual houveum culto de adoração a uma estátua seminua denominada Pachamama, Mãe-Terra.

Segundo estimativas, há hoje no Brasil cerca de 800mil índios, metade dos quais vivendo nas áreas rurais e a outra metade emterras demarcadas pelo governo federal, ocupando uma área de 13% do territórionacional, ou seja, o dobro da área cultivada pelos agricultores brasileiros.Segundo recentes palavras da Ministra Damares Alves, o infanticídio ainda épraticado em pelo menos 20 tribos, contra crianças de diferentes idades econdições — gêmeas; portadoras de defeitos físicos ou mentais; ou ainda de doençasdesconhecidas. Por exemplo, se a mãe descobrir muito mais tarde que a criança ésurda, deverá sacrificá-la em nome de sua “cultura” indígena! Essas criançassão enterradas vivas, estranguladas ou deixadas na mata para morrer ou seremdevoradas por animais e insetos!

Apesar de a Constituição Federal garantir aos índios aproteção de seus usos e costumes, sobretudo ela garante o direito à vida, fontede todos os direitos, que deve sobrepor-se às suas práticas culturais. Naverdade, o infanticídio entre esses silvícolas consiste no assassinato decrianças indesejadas.

Com base no último censo do IBGE, a partir do ano 2000até agora, para cada mil crianças indígenas nascidas vivas, 51,4 % morrem antesde um ano de vida, taxa elevadíssima se comparada aos não índios. Havia vários —ou ainda os há — casos de tolerância da Fundação Nacional do Índio-FUNAI, deantropólogos e até mesmo de “missionários” agindo no sentido de “proteger apureza original e cultural” dos índios à prática do infanticídio, o que nãopassa de uma iníqua aprovação do cruel assassinato de recém-nascidosdeficientes pela simples razão de os silvícolas acreditarem que são espíritosmaus.

Prometo voltar em breve ao tema. Até lá.

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